O passado como distração
Modos de vestir a história no neopopulismo brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.5216/rth.v25i2.74060Palabras clave:
Atualismo, Neopopulismo brasileiro, Bolsonarismo, BolsonaroResumen
Neste ensaio analisamos como o movimento populista encarnado por Bolsonaro se engaja com a história de uma forma que ativa sua base política heterogênea. Esses engajamentos parecem ser diferentes de alguns aspectos das cronossofias modernas, como o abandono da sincronização e a apresentação coerente de uma história nacional. Em vez disso, a nova historicidade populista da extrema direita brasileira se baseia mais no apego afetivo, uma performance histórica pragmática e altamente fragmentada que, como defendemos, mais se assemelha a uma historicidade que chamamos de “atualismo”. Para demonstrar a afinidade que vemos entre essa historicidade chamada de atualismo e a versão específica bolsonarista do chamado neopopulismo, este artigo está dividido em três partes. Primeiro, apresentamos o conceito e a teoria do atualismo. Em seguida, caracterizamos as dimensões neopopulistas do bolsonarismo, ou seja, o movimento cultural e político representado por Jair Bolsonaro. Por fim, analisamos o novo populismo brasileiro em seus engajamentos com a história, especialmente as atuações da história pelos três secretários de cultura do governo Bolsonaro e como a desfactualização da realidade ganha força, criando as condições de possibilidade de o passado ser como um grande guarda-roupa cheio de imagens e modelos de prêt-à-porter.
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