Filosofias Africano-Brasileiras: aterramento diaspórico nas práticas educativas
DOI:
https://doi.org/10.5216/rp.v35i1.83233Resumo
A compreensão predominante da educação está profundamente enraizada em paradigmas ocidentais que privilegiam um modelo excludente de humanidade. Em resposta, este artigo especula como práticas educacionais, fundamentadas em filosofias africanas, traçam alternativas epistemológicas para interpretar o mundo e redefinir a própria humanidade. Propomos, então, pensar/agir com Filosofias Africano-Brasileiras na presença de alternativas pedagógicas que desafiem a linearidade do pensamento ocidental. Essas Filosofias vão além da mera inclusão desses saberes; exige uma reestruturação radical da educação para criar espaço para o “ainda-não-revelado”. Para tanto, a primeira seção problematiza o conceito de diáspora por meio de uma compreensão de cultura em que a existência negra simultaneamente vivencia o deslocamento e uma incessante reivindicação de identidade territorial. A segunda seção dialoga com a Filosofia do Sertão para demarcar uma epistemologia que tem a terra como fundamento, a ancestralidade como guia e o encantamento como eixo do ser, do agir e do educar. Através dessa trajetória, o artigo propõe reconceituar a aprendizagem como prática contínua de situar a existência coletiva na sabedoria da terra.
Palavras-chave: Cultura negra; Diáspora africana; Filosofias Africanas; Territorialidade; Sertão.