Filosofias Africano-Brasileiras: aterramento diaspórico nas práticas educativas

Autores

  • Luís Thiago Freire Dantas Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, fdthiago@gmail.com
  • Adilbênia Freire Machado Universidade Rural Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, adilmachado@yahoo.com.br https://orcid.org/0000-0003-3226-2139

DOI:

https://doi.org/10.5216/rp.v35i1.83233

Resumo

A compreensão predominante da educação está profundamente enraizada em paradigmas ocidentais que privilegiam um modelo excludente de humanidade. Em resposta, este artigo especula como práticas educacionais, fundamentadas em filosofias africanas, traçam alternativas epistemológicas para interpretar o mundo e redefinir a própria humanidade. Propomos, então, pensar/agir com Filosofias Africano-Brasileiras na presença de alternativas pedagógicas que desafiem a linearidade do pensamento ocidental. Essas Filosofias vão além da mera inclusão desses saberes; exige uma reestruturação radical da educação para criar espaço para o “ainda-não-revelado”. Para tanto, a primeira seção problematiza o conceito de diáspora por meio de uma compreensão de cultura em que a existência negra simultaneamente vivencia o deslocamento e uma incessante reivindicação de identidade territorial. A segunda seção dialoga com a Filosofia do Sertão para demarcar uma epistemologia que tem a terra como fundamento, a ancestralidade como guia e o encantamento como eixo do ser, do agir e do educar. Através dessa trajetória, o artigo propõe reconceituar a aprendizagem como prática contínua de situar a existência coletiva na sabedoria da terra.

Palavras-chave: Cultura negra; Diáspora africana; Filosofias Africanas; Territorialidade; Sertão.

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Biografia do Autor

Luís Thiago Freire Dantas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, fdthiago@gmail.com

Graduado em filosofia pela Universidade Federal de Sergipe (UFSE) mestrado em Filosofia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e doutorado em Filosofia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Adilbênia Freire Machado, Universidade Rural Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, adilmachado@yahoo.com.br

Professora Adjunta da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro / Instituto Multidisciplinar / Departamento Educação e Sociedade. Doutora em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC), 2019; Mestra em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), 2014; Licenciada Plena em Filosofia (2007) e Bacharela em Filosofia (2006) pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Coordenadora do Eixo Filosofia Africana e Afro-diaspórica da Associação Brasileira de Pesquisadores Negr@s (ABPN); Membra da Coordenação Ampliada da Associação de Filosofia e Libertação Latino Americana (AFYL – BR); Membra dos grupos de pesquisa Núcleo das Africanidades Cearenses: encantamento, pretagogia, ancestralidade (NACE), UFC; Sócia fundadora e pesquisadora do Grupo de Pesquisa REDE AFRICANIDADES (UFBA). Tem experiências na área de Filosofias Africanas e Educação atuando principalmente nos seguintes temas: Filosofias Africanas e Afro-brasileiras; Filosofias da Ancestralidade e do encantamento; Saberes Ancestrais Femininos; Formação, História e Cultura Africana e Afro-Brasileira; Educação para as Relações Étnico-Raciais; Currículos e Metodologias Afrorreferenciadas; Filosofia Africana presente nos Adinkras. Assento na Cadeira 39 da Academia Afrocearense de Letras (AAFROCEL). Integrante da Rede Brasileira de Mulheres Filósofas. Autora do livro “Filosofia Africana: ancestralidade e encantamento como inspirações formativas para o ensino das africanidades” (2019).

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Publicado

2025-11-04

Como Citar

DANTAS, Luís Thiago Freire; MACHADO, Adilbênia Freire. Filosofias Africano-Brasileiras: aterramento diaspórico nas práticas educativas. Revista Polyphonía, Goiânia, v. 35, n. 1, p. 122–133, 2025. DOI: 10.5216/rp.v35i1.83233. Disponível em: https://revistas.ufg.br/sv/article/view/83233. Acesso em: 5 dez. 2025.

Edição

Seção

Dossiê Travessias das Filosofias Africanas: entre modelos de ensino e aprendizagem