O que você vê quando olha o que enxerga: Descrevendo a experiência de um aluno cego no tatame
DOI:
https://doi.org/10.5216/rp.v34i1.77907Resumo
A história do ser humano é composta por disputas de poder, desde sua origem já se luta por algo ou alguma coisa,
espaço, alimento, ideais, saberes, amores. Através de um relato de experiência, este texto utiliza da técnica
narrativa para retratar a luta de um cego, enfrentando adversidades cotidianas de uma sociedade que vai na
contramão da acessibilidade, mas como um bom guerreiro, este lutador se esforça para aprender e viver um esporte
de combate: o Jiu-jitsu. Este artigo destaca o processo histórico do Jiu-jitsu até sua chegada no Brasil, ressalta as
leis e diretrizes de inclusão e acessibilidade e descreve o processo de ensino/aprendizagem de um aluno cego
praticando Jiu-jitsu pela primeira vez. Para tanto, pauta-se em autores como Spinoza (2013) e seus afetos, a
importância do Jiu-jitsu no processo pedagógico (MAGALHÃES, 2021), a trajetória histórica das pessoas com
deficiência (SANTOS, 2019) e as compreensões de Corpo em Nietzsche (2011). Os dados apresentados
demonstram como a prática do Jiu-jitsu por um aluno cego cria potências em seu corpo, motivando e afetando seus
colegas de treino, professor e espaço, permitindo responder sobre a capacidade do Jiu-jitsu em ser uma prática
inclusiva.