Significados e sentidos do trabalho docente na educação infantil: reflexões a partir do materialismo histórico-dialético
DOI:
https://doi.org/10.5216/rp.v32i2.70851Resumo
Este artigo tem como objetivo apresentar uma reflexão sobre o conceito de trabalho para Marx e, a partir dessa reflexão, estabelecer relações e mediações que revelam significados e sentidos do trabalho docente na educação infantil. Nossa análise buscou, a partir de estudos sobre a categoria ontológica “trabalho”, compreender as mediações e contradições postas ao trabalho docente na educação infantil no contexto da economia de mercado, refletindo assim sobre os processos de subsunção do trabalho docente ao capital. A análise teve como método o materialismo histórico-dialético, buscando revelar o fenômeno para além da imediaticidade, tendo como referencial Marx (1978, 1993, 2010, 2013); Marx e Engels (1984); Kosik (1976); Kopnin (1978); Duarte (1999, 2004); Frigotto (1989, 1998, 2009); Húngaro (2008). A aproximação com as categorias − significados e sentidos ‒ foi pautada em Vigotski (2000); Leontiev (1978); Aguiar e Ozella (2006, 2013); Soares (2006); Aguiar e Soares (2008). A singularidade do trabalho docente na educação infantil é apresentada enquanto definibilidade específica deste fenômeno, em sua manifestação imediata e acessível, compreendendo que tal singularidade é produto histórico-social, apropriado por meio dos significados sociais sobre o trabalho educativo nessa etapa da formação humana e objetivado pelos professores[1] da educação infantil (sentidos pessoais/subjetivos sobre o trabalho).
[1] Neste artigo utilizamos termos no masculino genérico que é, resumidamente, o uso do gênero gramatical masculino para denotar o gênero humano como um todo (isto é, homens e/ou mulheres). No entanto, compreendemos ser muito importante destacar que o trabalho docente na Educação Infantil é exercido, majoritariamente, por mulheres.