INÉRCIA COGNITIVA E CULTURAL COMO OBSTÁCULOS À TRANSIÇÃO HIDROLÓGICA, UMA PROPOSTA FORMATIVA PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Palavras-chave:
transição hidrológica, educação ambiental, inércia cognitiva, tópicos da agua, mudança climáticaResumo
As previsões que as mudanças climáticas oferecem em relação à disponibilidade de água e sua distribuição em escala espaço-temporal, demandam novas perspectivas de análise que promovam uma gestão mais sustentável e adaptativa em questões ambientais e sociais. Este processo envolve uma transição hidrológica, mudança radical de mentalidade, a partir de modelos hidráulicos de gestão para outra abordagem baseada nos ecossistemas e holística, uma transição cheia de resistências à mudança e onde as estratégias de ensino podem fazer contribuições interessantes à inércia cultural e cognitiva. O artigo descreve e analisa uma experiência educacional realizada em dois contextos de ensino não formal, no campo da educação ambiental avançada, onde a partir da análise grupal de textos selecionados, são construídas diferentes situações ideológicas e conceituais relacionadas à transição hidrológica necessária. Os textos referem-se às bases de regeneracionismo hidráulica, a permanência e influência dessas ideias no presente o que chamamos cognitivo-inércia, a persistência de problemas recorrentes apesar de um século de medidas hidráulicas e novas abordagens para a sustentabilidade e racionalidade da água. A experiência destaca a complexidade dos processos de mudança conceitual, a necessidade de conhecer as ideias subjacentes às percepções da água para transformá-las e a necessidade de estratégias educacionais para facilitar a transição hidrológica.