AS CRIANÇAS, OS CANTOS, OS DEBAIXOS E OS ATRÁS: CRÔNICAS DE VIVÊNCIAS ESPACIAIS
Palavras-chave:
crianças, vivências espaciais, linguagem, espaço geográficoResumo
Este é um trabalho formado por muitas vozes: a dos autores citados, as nossas e a de crianças com quem convivemos em nossas pesquisas. Isso porque acreditamos em um trabalho acadêmico com as ciências humanas que rompe com o positivismo clássico, ao mesmo tempo em que se desata do subjetivismo presente em muitos estudos, reconhecendo que somos seres que nascem em um mundo de linguagem e nele nos forjamos. Ao longo do texto, trazemos memórias pessoais de nossas infâncias e de infâncias alheias. Memórias do mundo externo, de suas cores, sons e sabores refratados pela nossa vivência, pelas nossas escalas. O texto é fruto de como olhamos para todas essas vivências em sua relação com o espaço geográfico, nosso tema de estudo. Entendendo que não existe vivência espacial fora do verbo humano, por isso defendemos a condição da linguagem humana como uma totalidade a que somos inseridos. Para nós, o que está em primeira instância na vivência da criança no espaço é a dimensão da imaginação e criação. O brincar, nessa perspectiva, tem uma intensa relação com o espaço geográfico e com a vida em sociedade e com a sociedade na vida das crianças, com seus processos de desenvolvimento e humanização.