Um romance hiper-circuitado: 2019 não passa e o curto da tradição literária

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5216/sig.v33.69127

Palavras-chave:

Literatura digital, Romance, Instagram, 2019 não passa

Resumo

Se a arte - e, por extensão, a literatura - sempre se fez com os meios do seu tempo, como propôs Arlindo Machado, na contemporaneidade digital os meios digitais oferecem possibilidades e impõem restrições aos escritores, a depender de como eles optam por manipular códigos informáticos ou, ainda, experimentar com as mídias a fim de expandir e/ou recusar as especificidades dos gêneros literários nascidos e consolidados ao longo da cultura impressa. Este artigo analisa o romance de Instagram, 2019 não passa, a fim de discutir de que maneira a sua inscrição material em uma rede social altera/amplia o que temos identificado como próprio do gênero romance.

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Biografia do Autor

Nair Renata Amâncio, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos, São Paulo, Brasil. E-mail: nairrenataamancio@gmail.com

Formada em Letras Português e espanhol pela UFSCar, mestranda em Estudos de literatura pelo Ppglit-Ufscar e Professora Substituta do Ifsp-Campos do Jordão.

Rejane Cristina Rocha, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos, São Paulo, Brasil. E-mail: rjncris@gmail.com

Docente DA UFSCar, atua na Graduação em Letras e no Programa de Pós-Graduação em Estudos de Literatura. Atualmente Coordena o projeto de pesquisa (CNPq) Repositório da Literatura Digital Brasileira. Lidera o Grupo de Pesquisa Observatório da Literatura Digital Brasileira (https://www.observatorioldigital.ufscar.br/#atlas)

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Publicado

2021-12-08

Como Citar

MELLO, J. de M. S. .; AMÂNCIO, N. R.; ROCHA, R. C. Um romance hiper-circuitado: 2019 não passa e o curto da tradição literária. Signótica, Goiânia, v. 33, p. e69127, 2021. DOI: 10.5216/sig.v33.69127. Disponível em: https://revistas.ufg.br/sig/article/view/69127. Acesso em: 16 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê de Estudos Literários