O revés do perlocucionário: J.L. Austin, Stanley Cavell, Michel Foucault
DOI:
https://doi.org/10.5216/sig.v36.78568Palavras-chave:
performatividade, ato de fala, responsabilidade perlocucionária, reconhecimento, aceitaçãoResumo
Neste artigo, Lorenzini argumenta que é possível desenvolver um estudo filosófico coerente do domínio do perlocucionário como um aspecto essencial da performatividade da linguagem, e que ela possui uma dimensão moral que até agora foi ignorada. Em particular, ele sugere que o estudo do perlocucionário, ao contrário do ilocucionário, exige que estabeleçamos uma distinção conceitual entre duas formas de reconhecimento marcadas no inglês: a recognition (reconhecimento), por um lado, e o que é chamado de acknowledgment (aceitação, assentimento), por outro. Finalmente, Lorenzini explicita que há uma forma específica de responsabilidade moral associada aos atos perlocucionários e seus efeitos (que não são totalmente previsíveis de antemão): nomeadamente a “responsabilidade perlocucionária”.
Downloads
Referências
AUSTIN, John L. Quand dire, c’est faire. Paris: Seuil, 1970.
BAUER, Nancy. How to Do Things with Pornography. In: CRARY, Alice; SHIEH, Sanford. (org.). Reading Cavell. New York: Routledge, 2006. p. 68-97.
BAUER, Nancy. How to do things with pornography. Cambridge (MA): Harvard University Press, 2015.
BUTLER, Judith. Discurso de ódio: uma política do performativo. Tradução: Roberta Fabbri Viscardi. São Paulo: Editora da UNESP, 2021.
CAVELL, Stanley. In quest of the ordinary: lines of Skepticism and Romanticism. Chicago: The University of Chicago Press, 1988.
CAVELL, Stanley. Philosophie: Le jour d’après demain. Paris: Fayard, 2011.
CAVELL, Stanley. À la recherche du bonheur: Hollywood et la comédie du remariage. Paris: Vrin, 2017.
CRARY, Alice. The happy truth: J.L. Austin’s How to do things with words. Inquiry, [s. l.] v. 45, n. 1, p. 59-80, 2002.
DIAMOND, Cora. L’esprit réaliste: Wittgenstein, la philosophie et l’esprit. Paris: P.U.F., 2004.
DUCROT, Oswald. Le dire et le dit. Paris: Les Éditions de Minuit, 1985.
HORNSBY, Jennifer. Illocution and Its Significance. In: TSOHATZIDIS, Savas (org.). Foundations of speech act theory: philosophical and linguistic perspectives. New York: Routledge, 1994. p. 187-207.
FOUCAULT, Michel. Espace, savoir et pouvoir. In: DEFERT, Daniel; EWALD, François (org.). Dits et écrits II, 1976-1988. Paris: Gallimard, 2001. p. 122-154.
FOUCAULT, Michel. Le pouvoir psychiatrique: cours au Collège de France, 1973-1974. Paris: Seuil-Gallimard, 2003.
FOUCAULT, Michel. Le gouvernement de soi et des autres: cours au Collège de France, 1982-1983. Paris: Seuil-Gallimard, 2008.
LAUGIER, Sandra. Acte de langage ou pragmatique? Revue de métaphysique et de morale, [s. l.], n. 42, p. 279-303, 2004. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/40903993. Acesso em: 21 jul. 2024.
LORENZINI, Daniele. Performative, passionate, and parrhesiastic utterance: on Cavell, Foucault, and truth as an ethical force. Critical Inquiry, [s. l.], v. 41, n. 2, p. 254-268, 2015. Disponível em: https://www.journals.uchicago.edu/doi/epdf/10.1086/679074. Acesso em: 27 ago. 2024.
KAUFMANN, David. A Plea for perlocutions. Conversations: The Journal of Cavellian Studies, [s. l.], v. 4, p. 43-60, 2016.
MATSUDA, Mari J. et. al. Words that wound: critical race theory, assaultive speech, and the first amendment. Boulder: Westview Press, 1993.
MORAN, Richard. The exchange of words: speech, testimony, and intersubjectivity. Oxford: Oxford University Press, 2018.
RAÏD, Layla. Énoncés passionnés et performatifs selon Stanley Cavell. Revue internationale de philosophie, [s. l.], v. 2, n. 256, p. 151-165, 2011. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/23961048. Acesso em: 28 ago. 2024.
SEARLE, John. Speech Acts: an essay in the philosophy of language. Cambridge: Cambridge University Press, 1969.
SBISÀ, Marina. How to Read Austin. Pragmatics, [s. l.], v. 17, n. 3, p. 461-473, 2007.
WALDRON, Jeremy. The harm in hate speech. Cambridge: Harvard University Press, 2012.
WARNOCK, Geoffrey J. J.L. Austin. New York: Routledge, 1989.
BONFANTE, Gleiton M. Erótica dos signos nos aplicativos de pegação: performances íntimo-espetaculares de si. Rio de Janeiro: Multifoco, 2016.
BONFANTE Gleiton M. Gatilhos afetivos do discurso e a compra e venda de estímulos semióticos no Twitter. Revista da Anpoll, [s. l.], v. 53, n. 1, p. 199–214, 2022. Disponível: https://doi.org/10.18309/ranpoll.v53i1.1627. Acesso em: 21 jul. 2024.
BUTLER, Judith. Bodies that matter: on the discursive limits of “sex”. New York: Routledge, 1993.
FOUCAULT, Michel. Do governo dos vivos: curso no Colége de France, 1979-1980. São Paulo: Achiamé, 2008.
SPINOZA, Baruch. (1677) Ética. Tradução de Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Ed. Autêntica, 2009.
WITTGENSTEIN, Ludwig. Investigações filosóficas. Tradução de Giovani Rodrigues e Tiago Tranjan. São Paulo: Fósforo, 2022.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Gleiton Matheus Bonfante; Daniele Lorenzini
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.
Autoras(es) autorizam a Signótica a publicar artigo, caso seja aceito, firmando sua contribuição como original e não submetida a outra editora para publicação. Em caso de aceite e publicação, artigos da Signótica possuem licença Creative Comons CC-BY.
1.png)
