O PROGRESSO DO AUTOMÓVEL
Resumen
O significado da noção de desenvolvimento econômico e social e as possibilidades de se implementá-lo com vistas a garantir o crescimento econômico e o combate às mazelas sociais – malgrado suas vicissitudes e intensidade – nunca deixam de ser objeto de investigações teóricas e de projetos políticos, nem que seja como pura retórica. Uns buscam colocar no topo da agenda política um novo e atual projeto desenvolvimentista; outros apontam as impossibilidades materiais de fazê-lo, chamando a atenção para o fato de que se teriam perdido as oportunidades históricas de superar os “atrasos históricos” e de elevar o país ao padrão de “primeiro mundo”. Negando essa abordagem dualista, tentarei abordar o tema por meio de uma reflexão sobre a indústria automobilística, tão importante e representativa do processo de desenvolvimento que realmente transcorreu no Brasil, sobretudo a partir de meados do século XX. Seja qual for o recorte feito e a perspectiva teórica adotada quando se discute a indústria automobilística ou especificamente o automóvel, em seus aspectos econômicos, técnicos, simbólicos, ou quaisquer outros, em geral ora se desenvolve um discurso laudatório, apresentando apologeticamente os aspectos que se supõem positivos e progressistas – por exemplo, seu dinamismo econômico, sua capacidade de gerar empregos, as comodidades que seu consumo propiciaria; ora, em pólo oposto, propugna-se o caráter regressivo dos veículos automotores, aventando-se os malefícios deste meio de transporte – por exemplo, os danos ambientais, as incontáveis mortes e mutilações provocadas pelos acidentes e pelos poluentes que emitem; ou, ainda, e mais freqüentemente, fazem-se as duas coisas, listando-se os itens daquilo que se consideram as facetas do automóvel. (Continua...)Descargas
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