Mulheres negras, amazônidas e marajoaras
DOI:
https://doi.org/10.5216/revufg.v21.69173Resumo
Apresentamos considerações sobre gênero e raça na Amazônia paraense, a fim de pensarmos sobre os impactos do racismo, do machismo e da misoginia na vida de mulheres negras marajoaras. Para realizarmos estas reflexões seguimos a seguinte trajetória: Primeiro, recorremos a historiografia do negro na Amazônia e os seus entrelaçamentos com o Marajó, para posteriormente nos determos conceitualmente nos termos da identidade, gênero, racismo, machismo e misogenia, para então, por fim apresentarmos os resultados da pesquisa. Este estudo exploratório, desenvolvido a partir de levantamento bibliográfico, documental e de campo, se constitui em desdobramentos do projeto de extensão “Ser Negro no Marajó” que tem forte articulação com a pesquisa e o ensino a fim de identificarmos demandas quanto ao debate da diversidade etnico-racial na região marajoara. Desta forma, no período de agosto a setembro de 2017 entrevistamos 34 sujeitos, no total, todavia neste estudo damos centralidade às falas das 22 mulheres que participaram da pesquisa. Verificamos que estas 22 mulheres são cisgêneros, servidoras, discentes dos cursos de nível superior e professoras das escolas públicas de Breves/PA. As que se autodeclaram pardas não se percebem enquanto mulheres negras e nem identificam as situações de racismo ao longo de suas vidas, enquanto que as que se autodeclaram pretas, ao assumirem uma identidade negra, relataram diferentes situações de racismo, nos remetendo ao emergente e necessário debate sobre colorismo, mestiçagem e pigmentocracia na Amazônia e no Marajó.
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