A PROTEÇÃO DA AGROBIODIVERSIDADE E OS REGISTROS OU CADASTROS DAS SEMENTES CRIOULAS E TRADICIONAIS

THE PROTECTION OF AGROBIODIVERSITY AND THE RECORDS OR REGISTRATIONS OF CRIOULE AND TRADITIONAL SEEDS

Autores/as

  • Jana Caroline Farias Melo Universidade Federal do Paraná
  • Naiara Andreoli Bittencourt Universidade Federal do Paraná
  • Katya Regina Isaguirre-Torres Universidade Federal do Paraná - Setor de Ciências Jurídicas

DOI:

https://doi.org/10.5216/rfd.v44i3.62675

Palabras clave:

agrobiodiversidad; catastro, registro, semillas, criollas, mercantilización.

Resumen

Se considera que la protección de la agrobiodiversidad, de conformidad con la norma constitucional y los convenios internacionales ratificados por Brasil, implica la apreciación de los conocimientos locales. Por ello, la legislación nacional vinculada al tema debe preocuparse por asegurar condiciones efectivas para la reproducción sociocultural de los grupos sociales que utilizan semillas criollas y/o tradicionales, ya que dichos grupos realizan una importante labor de conservación socio-ambiental. En esta línea, el objetivo general del artículo es entender que la noción de agrobiodiversidad interconecta la valoración y protección de las formas de producir y vivir, de los conocimientos locales y tradicionales desarrollados por los agricultores familiares y campesinos. El objetivo específico de la investigación es analizar la legislación que se ocupa del campo de las semillas, con énfasis en la Ley 10.711/2003 (“Lei de Sementes e Mudas”), la Ley 11.105/2015 (“Lei de Biossegurança”) y la Ley 13.123/2015 (“Lei da Biodiversidade”) y los respectivos registros y normativas que surgen de estos marcos normativos. La metodología utilizada es la revisión bibliográfica, la consulta de materiales secundarios y el análisis de la legislación. Lo que se ha observado en el examen de estas normas es que predomina la visión utilitaria del modelo de desarrollo convencional, que favorece la apropiación de las semillas por el mercado, reduciendo su protección a lo que interesa para su transformación en una mercancía y excluyendo a los agricultores de su condición de actores en el proceso de fitomejoramiento. Como conclusión, la investigación entiende que una legislación adecuada para la protección de la agrobiodiversidad es aquella que se centra en la comprensión de la contribución de las semillas a la reproducción de la vida y que reconoce la importancia de la labor de conservación socioambiental llevada a cabo por los agricultores familiares y los campesinos, pero no la que mapea o monitoriza las semillas criollas o tradicionales.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Jana Caroline Farias Melo, Universidade Federal do Paraná

Advogada, mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento da Universidade Federal do Paraná (PPGMADE/UFPR), bolsista CAPES.

Naiara Andreoli Bittencourt, Universidade Federal do Paraná

Advogada na organização de direitos humanos Terra de Direitos (eixo biodiversidade e soberania alimentar), mestra e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Paraná (PPGD/UFPR).

Katya Regina Isaguirre-Torres, Universidade Federal do Paraná - Setor de Ciências Jurídicas

Mestrado em Direito Empresarial e Cidadania (2008). Doutora em Meio Ambiente e Desenvolvimento pela UFPR (2012). Professora de direito ambiental e agrário na UFPR. Advogada.

Citas

ALIANZA BIODIVERSIDAD. Leyes de semillas y otros pesares: los pueblos de América Latina las cuestionan e impugnan. Argentina: Alianza Biodiversidad (sem data). Disponível em: <https://www.grain.org/media/W1siZiIsIjIwMTQvMDkvMTIvMTFfNDdfNDRfMzYyX0xFWUVTX0RFX1NFTUlMTEFTX3lfb3Ryb3NfcGVzYXJlcy5wZGYiXV0>. Acesso em: 10 abr. 2019.
ALVES, Antônio Carlos; VOGT, Gilcimar Adriano; KIST, Volmir. Sementes Crioulas: Legislação. 2010. Disponível em: <http://base.d-p-h.info/pt/fiches/dph/fiche-dph-8606.html>. Acesso em 23 mar. 2020.
ARAÚJO, José Cordeiro. Algumas observações sobre a legislação de sementes e mudas. Em: LONDRES, Flávia. A nova legislação de sementes e mudas no Brasil e seus impactos sobre a agricultura familiar. Grupo de Trabalho sobre Biodiversidade Articulação Nacional de Agroecologia, 2006.
AS-PTA. Contaminação transgênica: a perda é econômica, mas também cultural. Gabriel Bianconi Fernandes (ed.), 2020. Disponível em: <http://agroecologiaemrede.campanhasdemkt.net/ver_mensagem.php?id=H|633|232463|157659570206696000>. Acesso em: 23 mar. 2020.
BONNEUIL, Christophe; DEMEULENAERE, Elise; THOMAS, Frédéric; JOLY, Pierre-Benoît; ALLAIRE, Gilles; GOLDRINGER, Isabelle. Innover autrement? La recherche face à l’avènement d’un nouveau régime de production et de régulation des savoirs en génétique végétale. In: GASSELIN, Clèment O. (Coord.). Quelles variétés et semences pour des agricultures paysannes durables? Paris: INRA, 2006. (Dossiers de l’environnement de l’INRA, 30). p. 27-51.
BRASIL, Decreto 3.109, de 30 de junho de 1999. Promulga a Convenção internacional para a Proteção das Obtenções Vegetais, de 2 de dezembro de 1961, revista em Genebra, em 10 de novembro de 1972 e 23 de outubro de 1978. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3109.htm>. Acesso em: 23 mar. 2020.
BRASIL, Decreto 5.153, de 23 de julho de 2004. Aprova o Regulamento da Lei nº 10.711, de 5 de agosto de 2003, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Sementes e Mudas - SNSM, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/D5153.htm>. Acesso em: 23 mar. 2020.
BRASIL, Decreto 8.772, de 11 de maio de 2016. Regulamenta a Lei nº 13.123, de 20 de maio de 2015, que dispõe sobre o acesso ao patrimônio genético, sobre a proteção e o acesso ao conhecimento tradicional associado e sobre a repartição de benefícios para conservação e uso sustentável da biodiversidade. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/decreto/D8772.htm>. Acesso em 23 mar. 2020.
BRASIL, Lei 11.105, de 24 de março de 2005. Regulamenta os incisos II, IV e V do § 1º do art. 225 da Constituição Federal, estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, cria o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança – PNB, revoga a Lei nº 8.974, de 5 de janeiro de 1995, e a Medida Provisória nº 2.191-9, de 23 de agosto de 2001, e os arts. 5º , 6º , 7º , 8º , 9º , 10 e 16 da Lei nº 10.814, de 15 de dezembro de 2003, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11105.htm>. Acesso em 23 mar. 2020.
BRASIL, Lei 13.123, de 20 de maio de 2015. Regulamenta o inciso II do § 1º e o § 4º do art. 225 da Constituição Federal, o Artigo 1, a alínea j do Artigo 8, a alínea c do Artigo 10, o Artigo 15 e os §§ 3º e 4º do Artigo 16 da Convenção sobre Diversidade Biológica, promulgada pelo Decreto nº 2.519, de 16 de março de 1998; dispõe sobre o acesso ao patrimônio genético, sobre a proteção e o acesso ao conhecimento tradicional associado e sobre a repartição de benefícios para conservação e uso sustentável da biodiversidade; revoga a Medida Provisória nº 2.186-16, de 23 de agosto de 2001; e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13123>. Disponível em 23 mar.2020.
BRASIL, Lei 9.279/1996, de 14 de maio de 1996. Regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9279.htm>. Acesso em 23. Mar. 2020.
BRASIL, Lei 9.456, de 25 de abril de 1997. Institui a Lei de Proteção de Cultivares e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9456.htm>. Acesso em 23 mar. 2020.
BRAVO, Elizabeth. En el laberinto de las semillas hortícolas: una visión desde la Ecología Política. Quito: Abya Yala – UPS, 2014. Disponível em: <https://dspace.ups.edu.ec/bitstream/123456789/7902/1/En%20el%20laberinto%20de%20las%20semillas%20horticolas.pdf>. Acesso em: 20 de abr. de 2019
BRAVO, Elizabeth. Normativas de semillas en América Latina, al servicio del control corporativo. Capítulo “Las semillas en las leyes latinoamericanas” (págs.18-36). 2015. Ecuador: RALLT. Disponível em: <https://bit.ly/1E6fxmp>. Acesso em: 30 de abr. de 2019.
COMISSÃO TÉCNICA NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA (CTNBIO). Resolução Normativa nº 4, de 16 de agosto de 2007. Disponível em: <ttp://ctnbio.mcti.gov.br/resolucoes-normativas/-/asset_publisher/OgW431Rs9dQ6/content/resolucao-normativa-n%C2%BA-4-de-16-de-agosto-de-2007>. Acesso em 23.mar.2020.
CORREAS, Oscar. Introdución a la crítica del derecho moderno (esbozo). Coyoacán: Fontamara, 2006.
ESCOBAR, Herton. Após 20 anos, transgênico se torna regra no campo. O Estado de S. Paulo, 02 set. 2018. Disponível em: <https://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,apos-20-anos-transgenico-se-torna-regra-no-campo,70002483887>. Acesso em: 28 abr. 2019.
FERNANDES, Gabriel Bianconi. Sementes crioulas, varietais e orgânicas para a agricultura familiar: da exceção legal à política pública. Em: Sambuichi, Regina Helena Rosa [et al.]. A política nacional de agroecologia e produção orgânica no Brasil: uma trajetória de luta pelo desenvolvimento rural sustentável. Brasília: Ipea, 2017, p. 327-357.
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF UNITED NATIONS. The State of the World’s Biodiversity for Food and Agriculture. FAO Commission on Genetic Resources for Food and Agriculture Assessments. FAO: Rome, 2019. Disponível em: <http://www.fao.org/3/CA3129EN/ca3129en.pdf>. Acesso em 23. Mar. 2020.
HATHAWAY, David. A Legislação Pertinente às Sementes e os Agricultores Melhoristas. Audiência Pública do Senado Federal. Comissão de Agricultura e Reforma Agrária. PLC 88/2014 – Ornamentais de Domínio Público. Brasília, 20 de novembro de 2018. Disponível em: <https://legis.senado.leg.br/comissoes/reuniao?0&reuniao=8041>. Acesso em: 25 mar. 2020.

LONDRES, Flávia. A nova legislação de sementes e mudas no Brasil e seus impactos sobre a agricultura familiar. Grupo de Trabalho sobre Biodiversidade Articulação Nacional de Agroecologia, 2006. Disponível em: <http://aspta.org.br/wp-content/uploads/2011/05/A-nova-legisla%C3%A7%C3%A3o-de-sementes-e-mudas-no-Brasil.pdf.> Acesso em: 23 mar. 2020.
MACHADO, Altair Toledo; SANTILLI, Juliana; MAGALHÃES, Rogério. A agrobiodiversidade com enfoque agroecológico: implicações conceituais e jurídicas. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2008.
MARINI, Ruy Mauro. Dialéctica de la dependência. In: MARINI, Ruy Mauro. América Latina, dependencia y globalización / antología y presentación, Carlos Eduardo Martins. — México, D. F.: Siglo XXI Editores; -Buenos Aires: CLACSO, 2015, p.107-150. 1ª reimpressão: 1991. Disponível em: <http://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/se/20100830090624/marini.pdf>. Acesso em: 23 mar. 2020.
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO, Portaria nº 51, de 3 de outubro de 2007.
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO, Portaria nº 58, de 19 de julho de 2006.
MONTEIRO, Igor Alexandre Pinheiro. Estabelecimento de isenções para agricultura e alimentação. Em: MOREIRA, Eliane Cristina Pinto; PORRO, Noemi Miyasaka; SILVA, Liana Amin Lima da. (orgs). A “nova” Lei nº 13.123/2015 no velho marco legal da biodiversidade: entre retrocessos e violações de direitos socioambientais. São Paulo: Inst. O direito por um Planeta Verde, 2017.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A AGRICULTURA E A ALIMENTAÇÃO (FAO). Tratado internacional sobre los recursos fitogenéticos para la alimentación y la agricultura. (2009). Disponível em: <http://www.fao.org/3/i0510pt/I0510PT.pdf>. Acesso em: 05 abr. 2019.
PACKER, Larissa Ambrosano. Da Monocultura da Lei às Ecologias dos Direitos: pluralismo jurídico comunitário-participativo para afirmação da vida concreta camponesa. (dissertação). Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Paraná. Curitiba: UFPR, 2009.
SANTILLI, Juliana. A Lei de Sementes brasileira e os seus impactos sobre a agrobiodiversidade e os sistemas agrícolas locais e tradicionais. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, v. 7, n. 2, p. 457-475, maio-ago. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/bgoeldi/v7n2/v7n2a09.pdf>. Acesso em: 30 mar. 2018.
SANTILLI, Juliana. Agrobiodiversidade e Direitos dos Agricultores. São Paulo: Peirópolis, 2009.
SHIVA, Vandana. Who really feeds the world?: The Failures of Agribusiness and the Promise of Agroecology. Berkeley: North Atlantic Books, 2016.

Publicado

2021-01-05

Cómo citar

FARIAS MELO, J. C. .; ANDREOLI BITTENCOURT, N. .; ISAGUIRRE-TORRES, K. R. A PROTEÇÃO DA AGROBIODIVERSIDADE E OS REGISTROS OU CADASTROS DAS SEMENTES CRIOULAS E TRADICIONAIS: THE PROTECTION OF AGROBIODIVERSITY AND THE RECORDS OR REGISTRATIONS OF CRIOULE AND TRADITIONAL SEEDS. Revista Facultad de Derecho UFG, Goiânia, v. 44, n. 3, 2021. DOI: 10.5216/rfd.v44i3.62675. Disponível em: https://revistas.ufg.br/revfd/article/view/62675. Acesso em: 27 jul. 2024.