Educação matemática e ensino para a compreensão: o caso da cultura hñahñu

Resumo

O objetivo deste artigo é mostrar que a cultura Hñahñu, como outras culturas, possui características sociais, linguísticas, culturais e, acima de tudo, possui um conhecimento próprio que a caracteriza. Este conhecimento não é retomado pela escola indígena bilíngue, como se dá no caso da etnomatemática. As crianças Hñahus constroem seus conhecimentos tanto no contexto das atividades produtivas nas quais participam e observam, no cotidiano, como também nos tempos e espaços escolares. Um dos problemas que permanecem na escola indígena bilíngue, e especificamente, no ensino de matemática, é a reivindicação de desenvolver em crianças, habilidades de uma forma mecânica e apenas para ser memorizado. Não se busca transmitir o pensamento matemático a partir do etnomatemático hñahñu que está presente nas atividades produtivas e na vida cotidiana. Minha perspectiva pessoal é a possibilidade de influenciar e repensar o trabalho acadêmico da escola bilíngue indígena no contexto da diversidade cultural, na qual os professores vêem como alternativa, oferecer educação baseada no conhecimento da comunidade, como o caso da etnomatemática, que são conhecimentos que podem ajudar os alunos a acessar a matemática escolar. Palavras-chave: etnomatemática, educação bilíngue indígena, cultura hñahñu.