Um presente saturado de passado

o álbum “Labirinto da memória” (2024), da banda “Dead Fish” e a construção de uma temporalidade para a ditadura militar pela estética do hardcore

Autores/as

Palabras clave:

Labirinto da memória, ditadura militar, temporalidades.

Resumen

Neste texto, buscamos analisar o álbum recém-lançado da banda Dead Fish, intitulado “Labirinto da memória”. Nossa hipótese é a de que este álbum constrói uma temporalidade a respeito da ditadura militar recorrendo à memória de formação do sujeito lírico. A partir dessa relação constante entre passado e presente, há o debate sobre a nossa relação com a ditadura e com as permanências desta em nosso tempo. Do ponto de vista analítico, buscamos mostrar como essa temporalidade pode ser evidenciada à luz das categorias de espaço de experiência e horizonte de expectativas. Também compreendemos que as discussões postas ajudam a matizar a já complexa relação entre história e memória quando o assunto é ditadura militar.

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Biografía del autor/a

Thales Biguinatti Carias, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT)

Doutor em História pela Universidade Federal de Mato Grosso. Docente no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) e coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas em História, Linguagens e Cultura (GEPEHLC).

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Publicado

2024-10-15

Cómo citar

BIGUINATTI CARIAS, T. Um presente saturado de passado: o álbum “Labirinto da memória” (2024), da banda “Dead Fish” e a construção de uma temporalidade para a ditadura militar pela estética do hardcore. História Revista, Goiânia, v. 29, n. 1, p. 141–162, 2024. Disponível em: https://revistas.ufg.br/historia/article/view/79244. Acesso em: 16 oct. 2024.