Higiene, moral e estética
A influência médica na trajetória da Escola Industrial de Natal
DOI:
https://doi.org/10.5216/hr.v28i1.75275Palabras clave:
Higiene, Escola Industrial de Natal, Educação ProfissionalResumen
Neste artigo, intencionamos contribuir com a história e a historiografia da educação norte-rio-grandense, especificamente, com o campo da história da educação profissional, mediante a análise das práticas educativas higiênicas da Escola Industrial de Natal (EIN). Para esta escrita, trazemos fontes documentais localizados no Arquivo Geral do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRN) e incorporamos as notícias veiculadas pela imprensa norte-rio-grandense, destacadamente, o jornal Diário de Natal localizado no acervo digital da Hemeroteca Digital Brasileira. Às fontes documentais agregamos as contribuições teóricas de Le Goff (1996), Magalhães (2004), Julia (2001), Gatti e Gatti Júnior (2018), dentre outros, para demonstrar que, por meio de formação teórica e prática, a EIN imprimiu um conjunto de práticas educativas sob forte influência do discurso médico higienista que foi capaz de controlar espaço, tempo e corpos, ao mesmo tempo que intencionavam a fabricação de indivíduos dóceis, ordeiros e obedientes.
Descargas
Citas
BRASIL. Decreto nº 7.566, de 23 de setembro de 1909. Crêa nas capitaes dos Estados da Republica Escolas de Aprendizes Artifices, para o ensino profissional primario e gratuito. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1900-1909/decreto-7566-23-setembro-1909-525411-publicacaooriginal-1-pe.html. Acesso em: 10 fev.2023.
______. Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil: de 16 de julho de 1934. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao34.htm. Acesso em: 10 fev.2023.
BRASIL. Decreto-lei nº 4.073, de 30 de janeiro de 1942. Lei orgânica do ensino industrial. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-4073-30-janeiro-1942-414503-publicacaooriginal-1-pe.html. Acesso em: 10 fev.2023.
BEZERRA, Cristina D’Oliveira Vidal; KNEIPP, Valquíria Aparecida Passos. Memórias do jornalismo impresso potiguar: a importância de Luiz Maria Alves para a história do Diário de Natal. 40º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Curitiba/PR, 2017. Disponível em: https://www.portalintercom.org.br/anais/nacional2017/resumos/R12-2017-1.pdf. Acesso em: 10 fev.2023.
DIÁRIO DE NATAL. Campanha contra o fumo e a sífilis, na Escola Industrial. Natal, 13 set.1949, n.1991, p.6. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=028711_01&pasta=ano%20194&hf=memoria.bn.br&pagfis=31052. Acesso em: 08 fev.2023.
______. Liga Contra os Vicios Sociais. Natal, 9 ago., n.02300, 1950. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=028711_01&pasta=ano%20194&hf=memoria.bn.br&pagfis=33137. Acesso em: 08 fev.2023.
______. Semana Contra os Vicios Sociais. Natal, 12 abr.1951, n.02519. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=028711_01&pagfis=34586. Acesso em: 08 fev.2023.
______. Tesoura, Bigorna e Malho. Natal, 21 out.1951, n.2702. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=028711_01&Pesq=%22liceu%20industrial%22&pagfis=35741. Acesso em: 09 fev.2023.
______. O Dia da Bandeira na Escola Industrial. Natal, 23 nov.1951, n.02732, p.5. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=028711_01&Pesq=%22liceu%20industrial%22&pagfis=35913. Acesso em: 09 fev.2023.
______. Anti-Alcoolismos e Higiêne Mental. Natal, 21 out.1952, n.03053. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=028711_01&pagfis=37935. Acesso em: 09 fev.2023.
______. Anti-Alcoolismo e Higiêne Mental – continua com êxito a série de palestras – Na Rádio Poti, em estabelecimentos escolares, corporações militares e instituições. Natal, 1952, n.03054. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=028711_01&pagfis=37936. Acesso em: 09 fev.2023.
______. Anti-Alcoolismo e Higiêne Metal – Palestras de ontem e de hoje – Amanhã, o encerramento. Natal, 31 out.1952, n.03056, p.1. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=028711_01&pagfis=37948. Acesso em: 09 fev.2023.
DOMINGUES, Octavio. A Eugenia e os Esportes. Boletim de Eugenia (RJ): 1932, n.37. Disponível em: http://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=159808&pesq=calistenia&pagfis=230. Acesso em: 13 fev.2023.
ESCOLA INDUSTRIAL DE NATAL. Palestra sobre higiene alimentar A República, Natal, ano LIII, n.3253, 15 mar. 1942.
ESCOLANO, Agustín. Arquitetura como programa. Espaço-escola e currículo. In: VIÑAO FRAGO, Antonio; ESCOLANO, Augustín. Currículo e subjetividade: a arquitetura como programa. Tradução: Alfredo Veiga-Neto. 2.ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2001, p.21-57.
FARIA FILHO, Luciano Mendes; VEIGA, Cyntia Greive. (Orgs.). 500 anos de educação no Brasil. 2.ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2000. p.519-550.
______. República, trabalho e educação: a experiência do Instituto João Pinheiro (1909/1934). Bragança Paulista: Editora da Universidade São Francisco, 2001. (Coleção Estudos CDAPH. Série Historiografia).
FARIA FILHO, Luciano Mendes de; VIDAL, Diana Gonçalves. Os tempos e os espaços escolares no processo de institucionalização da escola primária no Brasil. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n. 14, p.19-34, maio/jun./jul./ago. 2000.
FONSECA, Celson Suckow da. História do ensino industrial no Brasil. Rio de Janeiro: SENAI/DN/DPEA, 1986. V.1.
GATTI, Giseli Cristina do Vale; GATTI JÚNIOR, Décio. As representações na imprensa de práticas cívico-patrióticas em instituições escolares de Minas Gerais (Brasil) na primeira metade do século XX. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, v.18, n.1, p.29-42, jan./mar.2018.
GONDRA, José G. Medicina, higiene e educação escolar. In: LOPES, Eliane Marta Teixeira; FARIA FILHO, Luciano Mendes; VEIGA, Cyntia Greive. (Orgs.). 500 anos de educação no Brasil. 2.ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2000. p.519-550.
GURGEL, Rita Diana de Freitas. A Trajetória da Escola de Aprendizes Artífices de Natal: República, Trabalho e Educação (1909–1942). Tese. 232f. (Doutorado em Educação – UFRN). Natal, 2007.
JULIA, Dominique. A cultura escolar como objeto histórico. Revista Brasileira de História da educação, Campinas, SP, n. 1, p.09-43, jan./jul. 2001.
LE GOFF, Jacques. História e memória. 4.ed. São Paulo: UNICAMP, 1996.
MANSANERA, Adriano Rodrigues; SILVA, Lúcia Cecília da. A influência das idéias higienistas no desenvolvimento da Psicologia no Brasil. Psicologia em Estudo, v.5, n.1, p.117-137, 2000.
MAGALHÃES, Justino. Tecendo Nexos: história das instituições educativas. Bragança Paulista/SP: Editora Universitária São Francisco, 2004.
MORAES, Carmen Sylvia Vidigal. A normatização da pobreza: crianças abandonadas e crianças infratoras. Revista Brasileira de Educação, São Paulo, Faculdade de Educação da USP, n.15, p.70-96, set./out./dez. 2000.
NASCIMENTO, Jorge Carvalho. Práticas escolares e aspectos cotidianos. In: ______. Memórias do aprendizado: 80 anos de ensino agrícola em Sergipe. Maceió; Edições Catavento, 2004. p.191-248.
SILVA, Maiara Juliana Gonçalves da. Respeita Nossa História: a escritora Palmyra Wanderley (1899-1978) e a emancipação feminina. Mulheres do Fim do Mundo. Respeita Nossa História, n.12, Edição Especial de aniversário. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=028711_01&pagfis=35741. Acesso em: 09 fev.2023.
VAGO, Tarcísio Mauro. Cultura escolar, cultivo de corpos: educação Physica e Gymnastica como práticas constitutivas dos corpos de crianças no ensino público primário de Belo Horizonte (1906 – 1920). Educar, Curitiba, n. 16, p.121-135, 2000.
VEIGA, Cyntia Greive. Educação estética para o povo. In: LOPES, Eliane Marta Teixeira; FARIA FILHO, Luciano Mendes; VEIGA, Cyntia Greive. (Orgs.). 500 anos de educação no Brasil. 2.ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2000. p.399-422.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Declaração de Direito Autoral
Concedo a História Revista o direito de primeira publicação da versão revisada do meu artigo, licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista).
Afirmo ainda que meu artigo não está sendo submetido a outra publicação e não foi publicado na íntegra em outro periódico e assumo total responsabilidade por sua originalidade, podendo incidir sobre mim eventuais encargos decorrentes de reivindicação, por parte de terceiros, em relação à autoria do mesmo.