Rememorando traumas e memórias esquecidas da derrota politica

representações da Revolução Francesa de 1848 em O Cisne de Baudelaire.

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5216/hr.v26i2.68281

Resumen

Os episódios sangrentos de 1848 são uma ferida aberta na história francesa. Como todo evento com ares de guerra civil, é extremamente difícil lidar com o assunto. Daí podermos pensar no grande recalque que silencia esse episódio revolucionário. Na sequência imediata ao fato, livros e publicações foram proibidos de comentar os assassinatos. Mas pior do que esse tipo de censura é a autocensura e o seu lento processo de esquecimento coletivo. Entenderemos que é a revolução e seu triste desdobramento o tema central de O Cisne de Baudelaire. Neste poema é possível acompanhar as opções estéticas do poeta que fiel à tradição latina sabe também apreender a mais áspera modernidade. O Cisne é uma meditação alegórica sobre Virgílio e Andrômaca a propósito das transformações de Paris e das degradações da condição humana nas zonas suburbanas. A referência à Antiguidade justifica o papel desse poema como paradigma da oposição entre época antiga e época moderna e dota assim o conjunto de uma tensão insolúvel que pode ser a sua significação profunda.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Marcos Antonio de Menezes, Universidade Federal de Jataí, Jataí, Goiás, Brasil, pitymenezes.ufg@gmail.com

Doutorado em História pela Universidade Federal do Paraná - UFPR (2004). Estágio Pós-doutoral pela Universidade Federal de Minas Gerias - UFMG (2016). É professor associado da Universidade Federal de Jataí, atuando no Programa de Pós-Graduação em História (Mestrado e Doutorado) da Universidade Federal de Goiás (UFG)  em Goiânia desde 2005. 

Citas

BARBOSA, João Alexandre. As Ilusões da Modernidade. São Paulo: Perspectiva, 1986.

BAUDELAIRE, Charles. As Flores do Mal. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

BAUDELAIRE, Charles. A modernidade de Baudelaire. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

BENEVOLO, Leonardo. História da arquitetura moderna. São Paulo: Perspectiva, 1976.

BENJAMIN, Walter. Charles Baudelaire: um lírico no auge do capitalismo. 3. ed. Obras escolhidas. v. III. São Paulo: Brasiliense, 1994.

BLOOM, Harold. Os 100 autores mais criativos da história da literatura. Rio de Janeiro: Objetiva, 2003, p. 488.

CARPEAUX, Otto Maria. História da Literatura Ocidental. Vol. V. Rio de Janeiro. Edições O Cruzeiro, 1959.

JUnqueira, Ivan. A Arte de Baudelaire. In: Baudelaire, Charles. As Flores do Mal. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

JUNQUEIRA, Ivan. Baudelaire, Eliot, Dylan Thomas: três visões da modernidade. Rio de Janeiro: Record, 2000.

KOTHE, Flávio René. Walter Benjamin. Sociologia. São Paulo: Ática, 1991.

MAROUCK, Victor. Junho de 1848. Paris: Spartacus, 1998.

OEHLER, Dolf. Art Névrose: análise sócio-psicologica do fracasso da revolução em Flaubert e Baudelaire. Novos Estudos CEBRAP. São Paulo, 1992, n. 32, p. 105-106.

OEHLER, Dolf. O Velho Mundo Desce aos Infernos: auto-análise da modernidade após o trauma de julho de 1848 em Paris. São Paulo: Companhia das Letas, 1999.

OEHLER, Dolf. Quadros Parisienses (1830-1848). Estética antibusguesa em Baudelaire, Daumier e Heine. São Paulo: Companhia das Letas, 1997.

ROUANET, Sérgio Paulo. As razões do iluminismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.

SARTRE, Jean-Paul. Baudelaire. Buenos Aires: Losada, 1949.

TROYAT, Henri. Baudelaire. São Paulo: Scritta, 1995.

Publicado

2021-11-04

Cómo citar

MENEZES, M. A. de . Rememorando traumas e memórias esquecidas da derrota politica: representações da Revolução Francesa de 1848 em O Cisne de Baudelaire. História Revista, Goiânia, v. 26, n. 2, p. 198–217, 2021. DOI: 10.5216/hr.v26i2.68281. Disponível em: https://revistas.ufg.br/historia/article/view/68281. Acesso em: 23 nov. 2024.

Número

Sección

Dossiê "Cultura e barbárie: o mundo em tempos extremos"