Um presente saturado de passado

o álbum “Labirinto da memória” (2024), da banda “Dead Fish” e a construção de uma temporalidade para a ditadura militar pela estética do hardcore

Autores

Palavras-chave:

Labirinto da memória, ditadura militar, temporalidades.

Resumo

Neste texto, buscamos analisar o álbum recém-lançado da banda Dead Fish, intitulado “Labirinto da memória”. Nossa hipótese é a de que este álbum constrói uma temporalidade a respeito da ditadura militar recorrendo à memória de formação do sujeito lírico. A partir dessa relação constante entre passado e presente, há o debate sobre a nossa relação com a ditadura e com as permanências desta em nosso tempo. Do ponto de vista analítico, buscamos mostrar como essa temporalidade pode ser evidenciada à luz das categorias de espaço de experiência e horizonte de expectativas. Também compreendemos que as discussões postas ajudam a matizar a já complexa relação entre história e memória quando o assunto é ditadura militar.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Thales Biguinatti Carias, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT)

Doutor em História pela Universidade Federal de Mato Grosso. Docente no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) e coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas em História, Linguagens e Cultura (GEPEHLC).

Referências

ANDERSON, Perry. Balanço do neoliberalismo. In: SADER, Emir.; GENTILI, Pablo. (Orgs.). Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático, p. 9-23. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.

ANSART, Pierre. História e memória dos ressentimentos. Jacy Alves de Seixas (tradução). In: BRESCIANE, Stella; NAXARA, Márcia. Memória e (Res)sentimento: Indagações sobre uma questão sensível. Campinas: Ed. UNICAMP, 2004.

BLOOM, Harold. O Cânone Ocidental: os livros e a escola do tempo. Marcos Santarrita (trad.). SP: Ed. Objetiva, 2010, p. 19.

BONI, Matheus Bittencourt; DADALTO, Maria Cristina. Seletividade penal e criminalidade violenta: os esquadrões da morte e as masmorras no estado do Espírito Santo. Dilemas: Revista de estudos de conflito e controle social – vol. 10, n. 2, mai-ago 2017, pp. 189-213.

CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade. 9ª ed. (revisada pelo autor). RJ: Ed. Ouro sobre azul, 2006.

CASSIO, Fernando. Falsos consensos e a luta pela revogação da reforma do ensino médio. Revista Formação em movimento, v.5, especial, n. 10, 2023, p. 138-160.

Dead Fish. Labirinto da memória. RJ: Deck discos: 2024, disco compacto.

Dead Fish. Ponto cego. RJ: Deck discos: 2019, disco compacto.

Dead Fish. Sonho Médio. ES: Terceiro mundo produções fonográficas: 1999, disco compacto.

FISHER, Mark. Realismo capitalista: é mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo? Rodrigo Gonçalves, Jorge Adeodato e Maikel da Silveira (tradução). 1ed. SP: Autonomia literária, 2020.

KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. RJ: Ed. PUC-Rio, 2006.

LEITE JUNIOR, Carlos Alberto. Uma análise do PROER 20 anos depois. 2016. 46 f., il. Dissertação (Mestrado Profissionalizante em Economia do Setor Público)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.

LIMA, Rodrigo. Dead Fish canta sobre memórias contra o autoritarismo: novo disco de banda de hardcore, “Labirinto da memória”, faz uma viagem no tempo para nos lembrar que as ameaças continuam a nos bater à porta. Revista Bravo! Entrevista para Artur Tavares. Disponível em: <https://bravo.abril.com.br/musica/dead-fish-labirinto-memoria-novo-album-hardcore> SP: 23 de janeiro de 2024.

LIMA, Rodrigo. Entrevista com Rodrigo Lima sobre o novo disco do Dead Fish “Labirinto da memória”. Youtube, 14 de janeiro de 2024. 2hr02min34s. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=nBgiOWKk_yg&t=326s>. Último acesso em 26 de março de 2024.

LIMA, Rodrigo. Live com Rodrigo Lima (Dead Fish). Youtube, 1 de março de 2024. 1hr23min35s. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=0VOkOlLedYo&t=3827s> Último acesso em 26 de março de 2024.

LIMA, Rodrigo. Papo Borratxo #001. Youtube, 31 de janeiro de 2024. 39min29s. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=983U2ys6d-o&t=841s>. Último acesso em 26 de março de 2024.

MARTINS, João Roberto Filho. Forças armadas e política, 1945-1964: a ante-sala do golpe. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucilia de Almeida Neves (orgs.). O Brasil Republicano (vol.3): O tempo da experiência democrática. RJ: Ed. Civilização brasileira, 2003.

MORAES, José Geraldo Vinci de; MACHADO, Cacá: “Música em conserva”: memória e história da música no Brasil. In: La memoria histórica y SUS configuraciones temáticas. Una aproximación interdisciplinaria. Montevideo, Ediciones Cruz del Sur, 2011.

MORAES, José Geraldo Vinci de; SALIBA, Elias Thomé (orgs.). História e música no Brasil. SP: Ed. Alameda, 2010.

NAPOLITANO, Marcos: História e música popular: um mapa de leituras e questões. In: Revista de História / Departamento de História. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo. n. 157. 2007.

OLIVEIRA, Roberto Camargos de. A cena alternativa do hardcore: cultura e política. Embornal: Revista da Associação Nacional de História – Seção Ceará. V 3. N6. Identidades e História cultural II. Ceará, 2012.

PINHEIRO, Paulo Sérgio. Autoritarismo e transição. Revista USP, Mar/Abr/Mai, 1991.

POLLACK, Michael. Memória, Esquecimento, Silêncio. Dora Rocha Flaksman (trad.). Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol 2., n. 3, 1989, p. 3-15.

SCHWARTZ, Jorge; SOSNOWSKI, Saúl. (orgs.) Brasil: o trânsito da memória. São Paulo: EdUSP, 1994.

VESENTINI, Carlos Alberto. A teia do fato: uma proposta de estudo sobre a memória histórica. SP: HUCITEC/USP, 1997.

Downloads

Publicado

2024-10-15

Como Citar

BIGUINATTI CARIAS, T. Um presente saturado de passado: o álbum “Labirinto da memória” (2024), da banda “Dead Fish” e a construção de uma temporalidade para a ditadura militar pela estética do hardcore. História Revista, Goiânia, v. 29, n. 1, p. 141–162, 2024. Disponível em: https://revistas.ufg.br/historia/article/view/79244. Acesso em: 3 nov. 2024.