Revolta Política e Contradições Sociais na Guiana Francesa

o movimento de março/abril de 2017 através do Jornal France-Guyane

Autores

Palavras-chave:

História, Política, Revolta

Resumo

Durante um mês a Guiana Francesa foi palco da maior manifestação social de sua história. Coletivos, políticos, sindicatos e pessoas comuns se envolveram no bloqueio quase que total da coletividade, reivindicando diminuição da violência urbana, mais empregos e desenvolvimento econômico. Com o passar dos dias, várias pautas foram produzidas, gerando inclusive clamores autonomistas. Minha hipótese é a de que essa revolta seguiu uma lógica semelhante às Primavera Árabe de 2010 e as Jornadas de Junho de 2013 no Brasil, quando um episódio restrito, no caso aqui em tela o protesto contra a morte violenta de um adolescente na periferia de Caiena, gerou uma convulsão social com inúmeros desdobramentos. O método utilizado foi uma análise densa do jornal diário France-Guyane, único a noticiar o movimento do dia a dia, e o consequente estabelecimento da cronologia dos eventos. A peculiaridade do estatuto político da Guiana Francesa levou suas autoridades a ficarem, na maior parte do tempo, ao lado dos revoltosos, as vésperas das eleições presidenciais francesas.     

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Iuri Cavlak, Universidade Federal de São Paulo

Doutor em História e Sociedade pela Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (Unesp). Professor na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Referências

Referências Bibliográficas

CAVLAK, Iuri. Introdução à História da Guiana Francesa. Macapá; Rio de Janeiro: Editora da Unifap; Autografia, 2016.

CARDOSO, Ciro Flamarion: Economia e Sociedade em Áreas Coloniais Periféricas: Guiana Francesa e Pará (1750-1817). Rio de Janeiro: Graal, 1984.

GRANGER, Stéphane. Guiana Francesa entre França e Brasil: Da colonização à continentalização. In: PORTO, Jadson; SOTTA, Elenide (org.). Reformatações Fronteiriças no Platô das Guianas: (re)territorialidades de cooperação em construção. Rio de Janeiro: Publit, 2012.

GRANGER, Stéphane. La Guyane, collectivité française et européenne d’outre-mer entre plusieurs mondes. Diploweb. Fev. 2017. Disponível em: https://www.diploweb.com/La-Guyanne-collectivite-francaise-et-europeenne-d-outre-mer-entre-plusieurs-mondes.html. Acesso em : 24 jun. 2018.

INSEE : Institut national de la statistique et des études économiques. Dossier Complet: Départament de la Guyane. 2015.

MAM LAM FOUCK, Serge ; ANAKESA, Apollinaire. Nouvelle Histoire de la Guyane: Des souverainetés amérindiennes aux mutations de la société contemporaine. Matoury: Ibis Rouge Editions, 2013.

MASSOUD, Kamila. Nou Bon Ké Sa!: Análise das Movimentações Sociais de 2017 na Guiana Francesa. Programa de Pós Graduação em Estudos de Fronteira (PPGEF). Macapá. Dissertação de Mestrado, 2020.

NÉRON, André. Le Conseil Général à L’Épreuve de Vingt-Cinq Années de Décentralisation (1982-2007). In: MAM LAM FOUCK, Serge (org). Comprendre la Guyane d’Aujourd´hui. Matoury: Ibis Rouge, 2007.

MAURICE, Edenz. Les Enseignants et la Politisation de la Guyane (1946-1970): L’émergence de la gauche guyanaise. Matoury: Ibis Rouge Editions, 2014.

PAZ JUNIOR, Adalberto Ferreira. Repúblicas Contestadas: Liberdade, Trabalho e Disputas políticas na Amazônia do Século XIX. 2017. Tese (Doutorado). Universidade de Campinas, Campi9nas/SP, 2017.

QUEIRÓZ, Jonas Marçal. O Cunani e Outras Repúblicas: In: GOMES, Flávio (org). Nas Terras do Cabo Norte. Belém: Editora da UFPA, 1999.

REIS, Artur César Ferreira. A Ocupação de Caiena. In: HOLANDA, Sérgio Buarque (org.). História Geral da Civilização Brasileira. São Paulo: Difel, 1985. Tomo II, vol. 1.

ROMANI, Carlo. O Massacre de Amapá: A Guerra Imperialista que não houve. Cahiers du monde hispanique et luso-brésilien, n. 95, p. 85-118, 2010.

Downloads

Publicado

2024-08-08

Como Citar

CAVLAK, I. Revolta Política e Contradições Sociais na Guiana Francesa : o movimento de março/abril de 2017 através do Jornal France-Guyane. História Revista, Goiânia, v. 28, n. 3, p. 157–184, 2024. Disponível em: https://revistas.ufg.br/historia/article/view/77277. Acesso em: 7 out. 2024.