Coletivo ação zumbi

uma história de (re)existência e inspiração para uma educação antirracista e decolonial

Autores

Palavras-chave:

Decolonialidade, Ação Zumbi, Educação Étnico-Racial.

Resumo

A proposta do artigo é refletir sobre a importância histórica e política do Coletivo Ação Zumbi, um grupo que realiza performances artísticas multidimensionais em espaços, formais e não-formais principalmente nas cidades São José e Florianópolis. Suas ações revelam performances memórias contra-hegemônicas de origem afro-brasileira a partir da perspectiva de um povo que existe, (re)existe e resiste, ancorado num ideário de maior justiça epistemológica. A atuação do coletivo evidencia um alinhamento ao pressuposto da decolonialidade do saber e da educação para as relações étnico-raciais, que podem contribuir com a educação escolar no semear de uma proposta pedagógica e antirracista promovendo uma troca de saberes com a conexão entre a educação formal das escolas e a educação não formal dos movimentos negros. A pesquisa é construída em diálogo com os integrantes do coletivo a partir de lives e redes sociais do Coletivo disponibilizados ao público em geral. Teoricamente temos dialogado, especialmente, com autoras negras com uma perspectiva decolonial e antirracista.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Elison Antonio Paim, Universidade Federal de Santa Catarina

Possui graduação em História pela Universidade Federal de Santa Maria (1986), mestrado em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1996) e doutorado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (2005). Professor Adjunto da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), lotado no Departamento de Metodologia de Ensino (MEN) do Centro de Educação. Vice-coordenador do Mestrado Profissional em Ensino de História. 

Janaina Amorim da Silva, UFSC/Secretaria de Educação de São José - SC

Doutora do Programa de Educação da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, bolsista de pesquisa da FUMDES/ UNIEDU. Coordenou o setor de Educação Étnico-Racial e Gênero da Secretaria Municipal de Educação de São José no período de 2007 a 2016, atua como professora de História, desde 1994, com experiência no ensino fundamental, médio e pós-graduação

Referências

ANTONACCI, Maria Antonieta. Teatros de memória em diáspora: por uma pedagogia performática. REBENTO: REVISTA DAS ARTES DO ESPETÁCULO, v. 6, p. 158-178, 2017.

ANTONI, Edson; PAIM, Elison Antonio; ARAUJO, Helena Maria Marques. Insurgências no Ensino de História: narrativas e saberes decoloniais. In: CESCO, Susana; MAGALHÃES, Aline Montenegro; AGUIAR, Leila Bianchi; ALVES JR, Alexandre G. da Cruz. Ensino de História: reflexões e práticas decoloniais. Porto Alegre: Letra 1, 2021, p. 23-38.

BERNARDINO-COSTA, Joaze, MALDONADO-TORRES, Nelson, GROSFOGUEL, Ramón. (Orgs.). Decolonialidade e pensamento Afrodiaspórico. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.

BONDÍA, Jorge Larrosa. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação. [online]. 2002. www.scielo.br/j/rbedu/a/Ycc5QDzZKcYVspCNspZVDxC/?format=pdf&lang=pt. (Acesso em 28 de maio de 2021).

BORDA, Orlando Fals. Ante la crisis del país: ideas-acción para el cambio. Bogotá: El Áncora Editores; Panamericana Editorial, 2003.

GOMES, Nilma Lino. O movimento Negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. Petrópolis: Vozes, 2017.

IROBI, Esiaba. O que eles trouxeram consigo: carnaval e persistência da performance estética africana na Diáspora. Tradução de Victor Souza Martins, Projeto História, n.44, São Paulo: Educ,2012.

LIGIÉRO, Zeca. Corpo a corpo: estudo das performances brasileiras. Rio de Janeiro: Garamond, 2011.

LIGIÉRO, Zeca. Teatro das origens: estudo das performances afro-ameríndias. Rio de Janeiro: Garamond, 2019.

MARTINS, Leda. Performances da Oralitura: Corpo, lugar de memória. IN: Revista Letras, Santa Maria- Volume 30, número 60, 2020.

MIGNOLO, Walter. Desobediência epistémica: Retórica de la modernidade, Lógica de la colonialidade y gramática de la descolonialidad, Buenos Aires: Ediciones Del signo, 2010.

MIRANDA, Claudia, ARAUJO, Helena M. M. Memórias Contra-hegemônicas e Educação para as Relações Étnico-Raciais: práticas coloniais em contextos periféricos. Perspectiva – Revista do Centro de Ciências da Educação. V. 37, nº 2, p. 378-397, abril/junho 2019.

PAIM, Elison Antonio. Para além das leis: o ensino de culturas e histórias africanas, afrodescendentes e indígenas como decolonização do ensino de história. In: MOLINA, Ana Heloisa, FERREIRA, Carlos. (Orgs.) Entre textos e contextos: caminhos do ensino de História. Curitiba: editora CRV, 2016, 556 p.

PAIM, Elison A.; ARAÚJO, Helena M.M. Memórias Outras, Patrimônios Outros e Decolonialidades: Contribuições Teórico-metodológicas para o Estudo de História da África e dos Afrodescendentes e de História dos Indígenas no Brasil. Education policy analysis archives, [S.l.], v. 26, p. 92, july 2018. ISSN 1068-2341. Availableat: <https://epaa.asu.edu/ojs/article/view/3543/2103>. Date accessed: 27 july 2018. doi:http://dx.doi.org/10.14507/epaa.26.3543.

PAIM, Elison Antonio. No Entrecruzar dos fios nasce uma trama de histórias, memórias, patrimônios e identidades. IN: Entrecruzando saberes: Histórias, memórias, patrimônios e identidades. PAIM, Elison A., GUIMARÃES, Maria de Fátima (org.). Jundiaí, SP: Paco Editorial, 2020.

PALERMO, Zulma. Para una pedagogia decolonial. Colección El desprendimiento. Buenos Aires: El signo, 2014.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidad del poder y clasificación social. In: CASTROGÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. (Orgs.). El giro decolonial. Reflexiones para una diversidade epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Universidad Javeriana-Instituto Pensar, Universidad Central- IESCO, Siglo del Hombre Editores, 2007.

SOUZA, Julianna Rosa de. O teatro negro e as dinâmicas do racismo no campo teatral. São Paulo: Hucitec, 2021.

VERGÈS, Françoise. Um feminismo decolonial. São Paulo: Ubu editora, 2020.

WALSH Catherine; SALAZAR, Juan García. Memoria colectiva, escritura y Estado. Prácticas pedagógicas de existencia afroecuatoriana. Cuadernos de literatura, [S. l.], v. XIX, n. 38, p. 79- 98, jul./dez. 2015. Disponível em: https://bit.ly/2VCGjUL. Acesso em: 20 dez. 2021.

WALSH, Catherine (ed.). Pedagogías decoloniales: prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)vivir. Tomo II. Quito: Ediciones Abya-Yala, 2017.

WALSH, C., OLIVEIRA, L. F., & CANDAU, V. M. (2018). Colonialidade e pedagogia decolonial: Para pensar uma educação outra. Arquivos Analíticos de Políticas Educativas, Volume 26, Número 83, 2015.

Downloads

Publicado

2023-08-24

Como Citar

PAIM, E. A.; AMORIM DA SILVA, J. Coletivo ação zumbi : uma história de (re)existência e inspiração para uma educação antirracista e decolonial . História Revista, Goiânia, v. 27, n. 2, p. 88–104, 2023. Disponível em: https://revistas.ufg.br/historia/article/view/74454. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: Estética, Educação E Interculturalidade