Quando a Casa-Grande ‘Vem Pra Rua’
a manifestação do imaginário escravocrata da elite do atraso
DOI :
https://doi.org/10.5216/ci.v26.64565Mots-clés :
Manifestações pró-impeachment., Movimentos sociais., Imaginários., Casa-grande e senzala.Résumé
O presente estudo enfoca o olhar para manifestações pró-impeachment que têm lugar no Brasil após a reeleição da presidenta Dilma Rousseff em 2014. A análise é realizada de forma comparativa entre fotos amplamente midiatizadas durante os protestos pelo impedimento e pinturas dos principais artistas viajantes que retrataram o Brasil no início do século XIX: Jean-Baptiste Debret e Johann Moritz Rugendas. Desse modo, o presente estudo verifica um certo imaginário conservador que é levado às ruas e que, por revelar traços de origens escravocratas, rompe com definições que caracterizam os tradicionais movimentos sociais, constituindo-se meramente em manifestações nostálgicas do passado, ao resgatar imagens da casa-grande e senzala, segregando a sociedade em “eles e nós”, brancos e negros, classe média e seus serviçais.
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