Comunicação e meios digitais

o silêncio como excesso na pós-modernidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5216/ci.v25.72903

Palavras-chave:

Comunicação, Silêncio, Meios digitais

Resumo

Nessa pesquisa pretende-se observar como o excesso do uso dos meios digitais tem produzido um tipo peculiar de silêncio. Essa observação procura indicar como o aumento do potencial dos indivíduos ao participar no processo de emissão de informações tem criado no ambiente virtual, uma espécie de silêncio, onde os discursos superficiais de senso comum têm produzido, menos a transmissão de informação, e mais a busca pela ampliação de uma audiência individual. Essa observação parte da hipótese de que os indivíduos, ao utilizar os meios de comunicação digitais, principalmente as redes sociais na internet, buscam muito mais ampliar sua audiência particular, do que transmitir informação, produzindo, assim, um silêncio pelo excesso, e criando uma crise na recepção. Trata-se de uma pesquisa teórica e exploratória, baseada na revisão de conceitos e no levantamento bibliográfico. Essa pesquisa será baseada, principalmente, nos estudos dos meios de Marshall Mcluhan, e nas ideias de Eni Orlandi. Essa combinação deverá revelar uma reflexão sobre as formas contraditórios que o silêncio pode tomar e como os meios de comunicação na Pós-modernidade tem sido usado de maneira paradoxal: ao invés de informar, estão criando um hiato na transmissão de informações, que acaba por produzir o silêncio ao invés do esclarecimento.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Patricio Dugnani, Universidade Presbiteriana Mackenzie (MACKENZIE), São Paulo, São Paulo, Brasil, patricio@mackenzie.br

Doutor em Comunicação e Semiótica PUC/SP, Mestre em Comunicação e Semiótica PUC/SP e Bacharel em Artes Plásticas pela Unesp. Professor nas áreas de Comunicação e Artes da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Professor de Artes do Colégio Giordano Bruno. Pesquisador do Grupo de pesquisa Observatório da Imagem e pesquisador no grupo de pesquisa (CNPQ) Linguagem, sociedade e identidade: estudos sobre a mídia, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Autor e Ilustrador com os seguintes livros publicados: A Herança Simbólica na Azulejaria Barroca (2012). O Livro dos Labirintos (2004). Ovelhas e Lobos (2002), Beleléu (2003/ PNLD 2004), O Seu Lugar (2005/ PNLD 2006), Um Mundo Melhor (2006), Beleléu e os Números (2009), Beleléu e as Cores (2010), Beleléu e as Formas (2011), Beleléu e as Palavras (2014).

Referências

ADORNO, T. e HORKHEIMER, M. Indústria cultural: o iluminismo como mistificação das massas. In: LIMA, L. C. Teorias da cultura de massa. São Paulo: Paz & Terra, 2000.

BAITELLO, N. A era da iconofagia. São Paulo: Hacker, 2014.

BAUMAN, Z. Vida para consumo. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

BAUMAN, L. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro, RJ: Zahar, 1998.

BENJAMIN, W. A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica. In: LIMA, L. C. Teorias da cultura de massa. São Paulo: Paz & Terra, 2000.

COELHO, J. T. Semiótica, informação e comunicação. São Paulo: Perspectiva, 2012.

DEBORD, G. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 2003.

DOMO. Data never sleeps 9.0. 2020. Disponível em: https://web-assets.domo.com/blog/wp-content/uploads/2021/09/data-never-sleeps-9.0-1200px-1.png. Acesso em: 17 de ago. de 2022.

DUGNANI, P. Meios de comunicação, alienação e extensão: A inocência no uso dos novos meios de comunicação. Revista Mídia e Cotidiano, v. 16, n. 1, p. 268-282, 2022.

DUGNANI, P. Pós-modernidade, meios de comunicação e a incerteza na sociedade do cansaço. Revista GEMInIS, v. 12, n. 2, pp. 394-409, 2021. Disponível em: https://www.revistageminis.ufscar.br/index.php/geminis/article/view/524. Acesso em: 17 de ago. de 2022.

DUGNANI, P. Pós-modernidade e comunicação: dos meios de massa aos meios digitais. Comunicação & inovação (ONLINE), v. 21, p. 129 - 146, 2020. Disponível em: http://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_comunicacao_inovacao/article/view/6201. Acesso em: 17 de ago. de 2022.

DUGNANI, P. Globalização e desglobalização: outro dilema da Pós-Modernidade. Revista Famecos, Porto Alegre, v. 25, n. 2, p. 1-14, 2018. DOI: http://dx.doi.org/10.15448/1980-3729.2018.2.27918. Acesso em: 17 de ago. de 2022.

ECO, U. Pós-escrito a o nome da rosa. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1985.

FOUCAULT, M. As palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fontes, 1990.

GUSHIKEN, Y. Passagens da comunicação e mutações na subjetividade contemporânea. Comunicação & Informação, Goiânia, Goiás, v. 12, n. 2, p. 89–105, 2010. DOI: 10.5216/c&i.v12i2.12273. Disponível em: https://revistas.ufg.br/ci/article/view/12273. Acesso em: 17 de ago. de 2022.

ROSA, J. G. Grande sertão veredas. Nova Fronteira: Rio de Janeiro, 2015.

HAN, B. Sociedade do cansaço. Petrópolis: Vozes, 2015.

JENKINS, H. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2015.

LIPOVETSKY. G. Felicidade paradoxal. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

LIPOVETSKY, G.; SERROY, J. A Estetização do mundo: viver na era do capitalismo artista. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

MATTELART, A. e MATTELART, M. História das teorias da comunicação. São Paulo: Loyola, 1999.

MCLUHAN, M. Os meios de comunicação como extensões do homem. São Paulo: Cultrix, 2016.

MURDOCK, G. Refeudalização revisitada: a destruição da democracia deliberativa. MATRIZes, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 13-31. 2018. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/matrizes/issue/view/10795. Acesso em: 17 de ago. de 2022.

NUNES, A. C. B. Mediações digitais: os Estudos Culturais para investigações do jornalismo na cultura da convergência. Comunicação & Informação, Goiânia, Goiás, v. 17, n. 1, p. 131-146, 2014. DOI: 10.5216/cei.v17i1.25504. Disponível em: https://revistas.ufg.br/ci/article/view/25504. Acesso em: 17 de ago. de 2022.

ORLANDI, E. P. As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. São Paulo: Editora da Unesp, 2007.

SANTOS, H, C. O silêncio como forma de comunicação. Revista Brasileira de Educação e Cultura, n. 15, p. 13-23, 2017. Disponível em: https://periodicos.cesg.edu.br/index.php/educacaoecultura/article/view/301/0. Acesso em: 17 de ago. de 2022.

SONTAG, S. A estética do silêncio. In: _________. A vontade radical. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

VILLARTA-NEDER, M. Os movimentos do silêncio: espelhos de Jorge Luís Borges. 269 f. Tese (Doutorado em Letras) – Universidade Estadual Paulista, São Paulo, 2002.

Downloads

Publicado

2022-09-07

Como Citar

DUGNANI, P. Comunicação e meios digitais: o silêncio como excesso na pós-modernidade. Comunicação & Informação, Goiânia, Goiás, v. 25, p. 334–350, 2022. DOI: 10.5216/ci.v25.72903. Disponível em: https://revistas.ufg.br/ci/article/view/72903. Acesso em: 4 maio. 2024.