Estudo das interações planta-herbívoro em Laguncularia racemosa (L.) C. F. Gaertn. (Combretaceae) no manguezal de Maracaípe, Ipojuca, Pernambuco, Brasil

Autores/as

  • Isabela Vieira dos Santos Mendonça

Palabras clave:

Eriopyidae, herbívoro, Laguncularia racemosa, manguezal.

Resumen

Para melhor entender a interação entre um ácaro indutor de galha e insetos mastigadores em folhas de Laguncularia racemosa (L.) C. F. Gaertn. caracterizamos a galha observando se havia influência de sazonalidade em sua demografia, avaliamos se folhas infestadas sofrem menos ataque de herbívoros mastigadores e se ocorre defesa induzida na planta. Foram realizadas excursões mensais ao manguezal de Maracaípe, Ipojuca, Pernambuco, entre novembro de 2004 e outubro de 2005, para coletar folhas adultas de L. racemosa: 40 folhas apenas herbivoradas por mastigadores, 40 folhas herbivoradas e com galhas e 40 folhas apenas galhadas. As áreas foliares foram obtidas com o uso do programa ImageTool 3.0. Também foram coletadas 40 folhas sadias de indivíduos com pouca infestação de galha e 40 folhas sadias de indivíduos com alta infestação de galha para análise quantitativa de fenóis (método Folin-Ciocalteau e Teste de Tukey) visando verificar se a defesa induzida é sistêmica ou local. Para a caracterização da galha, coletamos mensalmente em cada parcela 40 folhas galhadas e 40 folhas sadias em janeiro (época seca) e em julho (época chuvosa) com o intuito de comparar as áreas foliares (Teste de Mann-Whitney). Analisamos tanto a distribuição espacial da galha foliar quanto a infestação pelo Teste de Kruskal-Wallis. A galha foliar induzida por uma nova espécie de Brachendus (Acari, Eriophyidae), B. enodis n., atravessa ambas as faces foliares, tem coloração esverdeada, formato arredondado e tamanho médio, com comprimento de 1,5 mm e altura de 1,0 mm. Em média, foram encontrados 35 indivíduos adultos e jovens por galha. Observamos que o ácaro apresentou tendência de induzir galha perto do ápice foliar (p < 0,01). A comparação da área foliar entre as folhas galhadas e sadias só apontou diferença estatística para a estação chuvosa (Z = 39,4; p = < 0,05; N = 240), quando a folha galhada apresentou menor área. Nesse mesmo período, o número de galhas encontrado foi significativamente menor, provavelmente em consequência do comprometimento da locomoção dos ácaros por causa das chuvas. A galha parece influenciar negativamente o desempenho alimentar de insetos mastigadores, uma vez que folhas de L. racemosa com ausência de galhas sofrem maior perda de área foliar. Foi registrada quantidade maior de fenóis em folhas sadias de indivíduos com alta infestação (35,63) e em folhas apenas galhadas (32,70). A alta concentração de fenóis provavelmente repele os fitófagos mastigadores. Sabe-se que herbívoros tendem a evitar folhas previamente herbivoradas, pois estas geralmente contêm grandes concentrações de defesas químicas.

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Biografía del autor/a

Isabela Vieira dos Santos Mendonça

Bolsista de informática da RBN

Publicado

2009-02-27

Cómo citar

MENDONÇA, I. V. dos S. Estudo das interações planta-herbívoro em Laguncularia racemosa (L.) C. F. Gaertn. (Combretaceae) no manguezal de Maracaípe, Ipojuca, Pernambuco, Brasil. Revista de Biologia Neotropical / Journal of Neotropical Biology, Goiânia, v. 5, n. 1, p. 73–74, 2009. Disponível em: https://revistas.ufg.br/RBN/article/view/5631. Acesso em: 22 nov. 2024.

Número

Sección

Resumo de Tese