Estimando a interconversão entre CO2 e a matéria orgânica no ambiente usando modelos matemáticos e algumas considerações

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5216/rbn.v17i1.61889

Palavras-chave:

volume da atmosfera, mudanças climáticas, modelos matemáticos, matéria orgânica, extinção de plantas

Resumo

Os objetivos foram usar modelos matemáticos para analisar a interconversão entre a quantidade de matéria orgânica produzida e a consequente variação na concentração de CO2 na atmosfera e discutir, amparado nos dados apresentados e da literatura, prováveis mudanças no ambiente da terra ao longo da sua idade. Constatações científicas e evidências indicam que as concentrações dos gases CO2 e O2 variaram ao longo da existência da terra e as variações foram em consequência do ambiente existente ao longo da evolução do planeta, resultando em mudanças em todos os outros processos que dependiam dos referidos gases. Reações químicas ocorreram e, como consequência surgiram, abióticamente, produtos orgânicos como o petróleo e outros, dando origem à química orgânica e, redução drástica da concentração de CO2 e elevação do O2 na atmosfera. Nas plantas atuais para cada O2 produzido na etapa fotoquímica da fotossíntese um CO2 é assimilado na etapa bioquímica. Amparado por esta relação e pelos resultados apresentados neste trabalho pode-se inferir que os primeiros organismos fotossintetizantes se originaram na terra numa Era em que a concentração do gás CO2 já se encontrava possivelmente numa concentração abaixo de 1000 ppm. Com estes organismos teve início a bioquímica. Os resultados sugerem que a redução na concentração do CO2tenha sido linear em relação a idade da terra, antes da origem dos organismos fotossintetizantes. Esta relação não existiu a partir da origem destes organismos, em função das grandes alterações que ocorreram no ambiente. Há indícios de que em certos períodos as concentrações de CO2 reduziram-se abaixo do nível mínimo para certas plantas resultando na sua extinção e de organismos que dependiam delas

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Biografia do Autor

Tomás Aquino Portes, Universidade Federal de Goiás

Professor Titular aposentado (continua como voluntário) da Universidade Federal de Goiás (ICB/UFG/Departamento de Botânica). Possui mestrado em Ciências Agrárias (Fisiologia Vegetal) pela Universidade Federal de Viçosa (1977), doutorado e pós-doutorado em Biologia Vegetal pela Universidade Estadual de Campinas (1990/2011). Trabalhou como pesquisador na EMBRAPA de 1975 a 1995. A partir de 1995, por concurso, transferiu-se para a Universidade Federal de Goiás. Na Universidade, além de professor na graduação e pós-graduação bem como orientador no mestrado e doutorado, foi presidente da CAD (Comissão de Avaliação Docente), membro da CPPD (Comissão Permanente de Pessoal Docente), chefe de Departamento (Departamento de Biologia Geral/Botânica) por nove anos, Vice-diretor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), membro e presidente do Conselho Consultivo da Funape (Fundação de Apoio à Pesquisa da UFG) e, Diretor Executivo da Funape, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Biologia (PPGBio) nos anos de 2004 e 2005. Além de outras atividades como elaboração dos sites do ICB e da pós-graduação em Biologia. Participou por três vezes da seleção para chefe geral do Centro Nacional de Pesquisa em Arroz e Feijão (CNPAF), para tal elaborou o Memorial Descritivo e Plano de Trabalho. Na Embrapa, além dos trabalhos de pesquisa em fisiologia do feijoeiro, foi coordenador do Programa Nacional em Pesquisa (PNP) em feijão. Participou diretamente no desenvolvimento da produção de feijão de terceira época, irrigado (feijão de inverno), representando atualmente mais de 18% da produção brasileira de feijão. Participou do trabalho: distribuição profunda do fertilizante, cujo resultado foi utilizado pelos fabricantes das semeadoras que ajustaram suas máquinas para distribuir o fertilizante a 10 - 12 cm abaixo das sementes. Participou do primeiro trabalho sobre mecanização da colheita do feijão em Goiás. Primeiro trabalho,no Brasil, com fotossíntese e emissão da fluorescência pela clorofila a, participou diretamente nos trabalhos de recuperação de pastagens degradadas (Sistema Barreirão) que resultou no Sistema de Integração Lavoura x Pecuária (ILP), reintegrando milhares de hectares de terras degradadas ao sistema produtivo. Introduziu no Brasil o Guandu anão, muito utilizado na recuperação de áreas degradadas. Recebeu em 1997 o Prêmio Total na Agricultura, Ministério da Agricultura. Foi o coordenador geral da primeira Reunião Nacional de Pesquisa em Feijão (RENAFE), em 1982, atualmente Congresso de Feijão. Publicou 41 artigos em revistas científicas, quatro livros, oito capítulos de livros, 13 artigos em jornais. Orientou 16 alunos de mestrado e cinco de doutorado. Participou a convite de 16 bancas de mestrado, oito de doutorado e quatro bancas de concurso público. Tem experiência na área de Ecofisiologia Vegetal, consorciação de culturas, integração lavoura x pecuária, fotossíntese, fluorescência, carbono x nitrogênio, análise de crescimento de plantas.

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Publicado

27-06-2020

Como Citar

PORTES, T. A. Estimando a interconversão entre CO2 e a matéria orgânica no ambiente usando modelos matemáticos e algumas considerações. Revista de Biologia Neotropical / Journal of Neotropical Biology, Goiânia, v. 17, n. 1, p. 56–67, 2020. DOI: 10.5216/rbn.v17i1.61889. Disponível em: https://revistas.ufg.br/RBN/article/view/61889. Acesso em: 26 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos