Propagação sexual e assexual estruturando populações de Tacinga palmadora (Britton & Rose) N. P. taylor & Stuppy, um cacto endêmico da caatinga

Autores

  • Marcos Vinicius Meiado Laboratório de Sementes (LAS) Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas Universidade Federal do Vale do São Francisco

DOI:

https://doi.org/10.5216/rbn.v9i2.22013

Palavras-chave:

Caatinga, cacto, clone, plântula, semente.

Resumo

Cactos são capazes de se reproduzir e se propagar mesmo em ambientes com condições desfavoráveis. O objetivo deste estudo foi o de determinar se a propagação clonal ocorre com frequência em três populações de Tacinga palmadora (Britton & Rose) N .P. Taylor & Stuppy, um cacto que ocorre nas áreas de Caatinga de Pernambuco e avaliar a distribuição espacial de plântulas originadas a partir de sementes germinadas e plântulas-clone. Foram selecionados 1500 indivíduos para determinar a frequência da propagação clonal e, destes, 150 indivíduos foram utilizados como ponto central deparcelas circulares de 50 m de raio para quantificar o número de plântulas originadas via reprodução sexuada e assexuada. Cerca de 90% dos cactos apresentaram plântulas-clone associadas aos parentais. A média de plântulas produzidas por sementes foi significativamente menor quando comparado complântulas-clone (3,7 ± 0,7 plântulas e 15,5 ± 2,2 plântulas clone; F = 3,4874; p = 0,0021). Conclui-se que as duas categorias de plântulas apresentam diferentes funções na estruturação da população de T. palmadora: (1) mantendo indivíduos na população (plântulas-clone); (2) ocupando novos ambientes e ampliando sua distribuição geográfica com sementes (colonização).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcos Vinicius Meiado, Laboratório de Sementes (LAS) Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas Universidade Federal do Vale do São Francisco

Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas/ Ecofisiologia Vegetal

Referências

Anderson, E.F. 2001. The cactus family. 1st ed., Timber Press, Oregon.

Arakaki, M.; Speranza, P.; Soltis, P.S.; Soltis, D.E. 2013. Genetic variability of an unusual apomictic triploid cactus - Haageocereus tenuis Ritter - from the Coast of Central Peru. Journal of Heredity. 104: 127-133.

Barthlott, W.; Hunt, D.R. 1993. Cactaceae, p. 161-197. In: K. Kubitzki (Ed.). The families and genera of vascular plants. Springer-Verlag, Berlin.

Bawa, K.S. 1983. Patterns of flowering in tropical plants, p. 394-410. In: C.E. Jones; R.J. Little (Eds.). Handbook of experimental pollination biology. Scientific and Academic Editions, New York.

Brasil – Ministério do Meio Ambiente. 2006a. Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros. Ministério do Meio Ambiente, Brasília. Disponível em: <http://mapas.mma.gov.br/mapas/aplic/probio/datadownload.htm?/>.

Brasil – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2006b. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/download/geociencias.shtm.>.

Carneiro, M.S.S.; Viana, O.J.; Almeida, F.A.G.; Albuquerque, J.J.L. 1990. Propagação agâmica das palmas gigantes – Opuntia fícus-indica (L.) Mill e doce – Nopalea cochenillifera (L.) Salm Dick. Ciência Agronômica. 21: 37-42.

Cavalcanti, N.B.; Resende, G.M. 2006. Efeito de diferentes substratos no desenvolvimento de mandacaru sem espinhos (Cereus hildemannianus K. Schum). Revista Caatinga. 19: 255-260.

Clark-Tapia, R.; Alfonso-Corrado, C.; Equiarte, L.E.; Molina-Freaner, F. 2005. Clonal diversity and distribution in Stenocereus eruca (Cactaceae), a narrow endemic cactus of the Sonoran Desert. American Journal of Botany. 92: 272-278.

Correia, D.; Nascimento, E.H.S.; Araújo, J.D.M.; Oliveira, A.E.R. 2011. Propagação de mandacaru sem espinho. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 55. Embrapa Agroindustrial Tropical, Fortaleza.

CPRM - Serviço Geológico do Brasil. 2005a. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea. Diagnóstico do município de Custódia, estado de Pernambuco. CPRM/PRODEEM, Recife. Disponível em: <http://www.cprm.gov.br/rehi/atlas/pernambuco/relatorios/CUST054.pdf.>.

CPRM - Serviço Geológico do Brasil. 2005b. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea. Diagnóstico do município de Salgueiro, estado de Pernambuco. CPRM/PRODEEM, Recife. Disponível em: <http://www.cprm.gov.br/rehi/atlas/pernambuco/relatorios/SALG129. pdf.>.

CPRM - Serviço Geológico do Brasil. 2005c. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea. Diagnóstico do município de Parnamirim, estado de Pernambuco. CPRM/PRODEEM, Recife. Disponível em: <http://www.cprm.gov.br/rehi/atlas/pernambuco/relatorios/PARN113.pdf.>.

Endress, P.K. 1994. Diversity and evolutionary biology of tropical flowers. Cambridge University Press, Cambridge.

Faegri, K.; van der Pijl, L. 1979. The principles of pollination ecology. Pergamon Press, London.

Godínez-Alvarez, H.; Valverde, T.; Ortega-Baes, P. 2003. Demographic trends in the Cactaceae. The Botanical Review. 69: 173-203.

Harder, L.D.; Barrett, S.C.H. 1996. Pollen dispersal and mating patterns in animal-pollinated plants, p. 140-190. In: D.G. Lloyd; S.C.H. Barrett (Eds.). Floral Biology: Studies on Floral Evolution in Animal-Pollinated Plants. Chapman & Hall, New York.

Hebert, P.D. 1987. Genotypic characteristics of cyclic parthenogens and their obligately asexual derivatives. Experientia Supplementum. 55: 175-195.

Lenzi, M.; Orth, A.I. 2012. Mixed reproduction systems in Opuntia monacantha (Cactaceae) in Southern Brazil. Brazilian Journal of Botany. 35: 49-58.

Locatelli, E.; Machado, I.C.S. 1999. Comparative Study of the Floral Biology in Two Ornithophilous Species of Cactaceae: Melocactus zehntneri and Opuntia palmadora. Bradleya. 17: 75-85.

Mandujano, M.C.; Montaña, C.; Franco, M.; Golubov, J.; Flores-Martínez, A. 2001. Integration of demographic annual variability in a clonal desert cactus. Ecology. 82: 344-359.

Mandujano, M.C.; Montaña, C.; Méndez, I.; Golubov, J. 1998. The relative contribution of sexual reproduction and clonal propagation in Opuntia rastrera from two habitats in the Chihuahuan Desert. Journal of Ecology. 86: 911-921.

Meiado, M.V.; Machado, M.C.; Zappi, D.C.; Taylor, N.P.; Siqueira Filho, J.A. 2012a. Cactos do São Francisco: atributos ecológicos, distribuição geográfica e endemismo, p. 264-305. In: J.A. Siqueira Filho (Ed.). A flora das Caatingas do Rio São Francisco – História Natural e Conservação. Andrea Jakobsson Estúdio Editorial, Rio de Janeiro.

Meiado, M.V.; Silva, F.F.S.; Barbosa, D.C.A.; Siqueira Filho, J.A. 2012b. Diásporos da Caatinga: uma revisão, p. 306-365. In: J.A. Siqueira Filho (ed.). A flora das Caatingas do Rio São Francisco – História Natural e Conservação. Andrea Jakobsson Estúdio Editorial, Rio de Janeiro.

Mihalte, L.; Sestras, R.E.; Feszt, G.; Tamas, E. 2011. Assessment of genetic variation on four genera of Cactaceae using taxonomic, cytological and molecular markers methods. Plant Omics Journal. 4: 142-148.

Nassar, J.M.; Hamrick, J.L.; Fleming, T.H. 2001. Genetic variation and population structure of the mixed-mating cactus, Melocactus curvispinus (Cactaceae). Heredity. 87: 69-79.

Oliveira, A.B.; Diniz, J.D.N.; Almeida, J.L. 2008. Multiplicação e enraizamento in vitro do mandacaru (Cereus jamacaru P. DC.). Plant Cell Culture and Micropropagation. 4: 48-54.

Palleiro, N.; Mandujano, M.C.; Golubov, J. 2006. Aborted fruits of Opuntia microdasys (Cactaceae): insurance against reproductive failure. American Journal of Botany. 93: 505-511.

Pinheiro, L.R.; Rabbani, A.R.C.; Silva, A.V.C.; Lédo, A.S.; Pereira, K.L.G.; Diniz, L.E.C. 2012. Genetic diversity and population structure in the Brazilian Cattleya labiate (Orchidaceae) using RAPD and ISSR markers. Plant Systematics and Evolution. 298: 1815-1825.

Rabbani, A.R.C.; Silva-Mann, R.; Ferreira, R.A. 2012. Variabilidade genética de Genipa americana L. pertencente ao baixo curso do rio São Francisco. Revista Árvore. 36: 401-409.

Reyes-Agüero, J.A.; Aguirre, R.J.R.; Valiente-Banuet, A. 2006. Reproductive biology of Opuntia: a review. Journal of Arid Environments 64: 549-585.

StatSoft. 2007. STATISTICS. Version 8.0. StatSoft, Tulsa.

Taylor, N.; Zappi, D. 2004. Cacti of Eastern Brazil. 1st ed. The Royal Botanic Gardens, Kew. Velloso, A.L.; Sampaio, E.V.S.B.; Pareyn, F.G.C. 2002. Ecorregiões propostas para o bioma Caatinga. 1st ed. Associação Plantas do Nordeste, Recife.

Zappi, D.; Taylor, N.; Machado, M. 2012. Cactaceae. In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB000070.>.

Zar, J.H. 2009. Biostatistical analysis. 5th ed. Prentice Hall, New Jersey.

Downloads

Publicado

10-07-2013

Como Citar

MEIADO, M. V. Propagação sexual e assexual estruturando populações de Tacinga palmadora (Britton & Rose) N. P. taylor & Stuppy, um cacto endêmico da caatinga. Revista de Biologia Neotropical / Journal of Neotropical Biology, Goiânia, v. 9, n. 2, p. 6–13, 2013. DOI: 10.5216/rbn.v9i2.22013. Disponível em: https://revistas.ufg.br/RBN/article/view/22013. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos