A cultura simbólica espírita e o dialogismo filosófico, científico e religioso nos textos de Allan Kardec

Autores

  • Ângela Teixeira de Moraes Universidade Federal de Goiás e Pontifícia Universidade Católica de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.5216/37635

Palavras-chave:

Dialogismo. Análise de discurso. Espiritismo. Fé e razão.

Resumo

Este estudo visa entender como o discurso espírita tornou-se político e socialmente possível, especialmente no Brasil, ao estabelecer confrontos e adesões com outros saberes advindos do campo da filosofia, da ciência e do cristianismo, ganhando, assim, legitimidade. Parte-se da percepção de que o espiritismo pode ser entendido como que inserido em uma rede de forças que condicionaram o diálogo entre religião e os valores discursivos da modernidade. A abordagem teórica e os dispositivos analíticos baseiam-se em Thompson, Bakhtin e Foucault, e adotam-se como corpus os textos fundadores do espiritismo escritos por Allan Kardec.Os resultados mostram que o dialogismo espírita se constrói intertextual e discursivamente, revelando uma ressignificação das teses gregas, da ética cristã e do positivismo do século XIX. Advoga-se que há uma tentativa de associação do “conhece-te a ti mesmo” (gnôthi seautón) ao “cuidado de si” (epiméleia heautoû), baseando-se no pressuposto da “fé raciocinada” e da “ciência espírita”.

 

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Biografia do Autor

Ângela Teixeira de Moraes, Universidade Federal de Goiás e Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Mestre e doutora em letras e linguística pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com ênfase em análise de discurso de filosofia da linguagem. Pesquisadora nas áreas de comunicação e religião. Professora adjunta da UFG e da PUC-GO. Brasil, Goiás, Goiânia.

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Publicado

2015-12-04

Como Citar

DE MORAES, Ângela T. A cultura simbólica espírita e o dialogismo filosófico, científico e religioso nos textos de Allan Kardec. Comunicação & Informação, Goiânia, Goiás, v. 18, n. 2, p. 22–35, 2015. DOI: 10.5216/37635. Disponível em: https://revistas.ufg.br/ci/article/view/37635. Acesso em: 26 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos