Período gestacional e ciclo reprodutivo em preás (Galea spixii Wagler, 1831)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1809-6891v24e-76803E

Resumo

O preá é um roedor com elevado potencial biológico e zootécnico a ser explorado, sendo o conhecimento sobre os aspectos reprodutivos fundamentais para que sua criação seja satisfatória. Objetivou-se determinar a duração da gestação em preás, e a caracterização das fases do ciclo reprodutivo, verificando, se existe influência da presença do macho neste processo. Os animais foram separados em três grupos: Acompanhamento gestacional (G1), 5:1, proporção de fêmea e macho no box; Ciclo estral, 5:1, com o macho preso em gaiola (G2) e cinco fêmeas em outro box sem o macho (G3). O exame colpocitológico ocorreu diariamente, identificado o espermatozoide na lâmina como cópula. As fêmeas do G1 foram separadas assim que copulavam e contadas como dia “zero” da gestação. As fêmeas do G2 e G3 foram avaliadas ao longo de dois ciclos estrais completos, avaliados qualitativamente pelo o esfregaço vaginal. O período de gestação em preás foi de 59±2,24 dias, com um ciclo poliéstrico contínuo, com duração de 14,8±0,73 dias no G2 e 14,6±0,75 dias no G3. O proestro caracterizou-se pelo predomínio de células parabasais, intermediárias, bactérias e leucócitos; o estro, células superficiais, com predomínio das anucleadas com presença ou não de bactérias; metaestro, células parabasais e grande quantidade de células intermediárias, neutrófilos e bactérias; diestro, predomínio de células basais, parabasais e intermediárias e grande quantidade de muco vaginal, neutrófilos e bactérias. A presença do macho influenciou significativamente a duração do diestro, tornando-se mais longa, fato que pode estar atrelado a influência sobre a produção de progesterona na fêmea.
Palavras-chave: Ciclo estral; estro; Galea spixii; gestação; roedor.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Manual de controle de roedores. 2002.

Wolff JO, Sherman PW. Rodent Societies: An Ecological Evolutionary Perspective. Chicago: The University of Chicago Press; 2007.

Upham NS, Patterson BD. Diversification and biogeography of the Neotropical caviomorph lineage Octodontoidea (Rodentia: Hystricognathi). Molecular Phylogenetics and Evolution. 2012;63(2):417–29. https://doi.org/10.1016/ j.ympev.2012.01.020

Oliveira GB, Rodrigues MN, Sousa RDS, Moura CEB, Miglino MA, Oliveira MF. Origin of the lumbosacral plexus in Galea spixii (Wagler, 1831) (Rodentia, Caviidae). Biotemas. 2014; 15;27(4):107. https://doi.org/10.5007/2175-7925.2014v27n4p107

Oliveira GB, Santos AC, Oliveira REM, Câmara FVC, Bezerra FVF, Araújo Júnior HN, Silva AVN, Oliveira MF. Artérias mesentéricas cranial e caudal do preá (Galea spixii). Acta Scientiae Veterinariae, 2015; 21;43(1):1–8. https://www.ufrgs.br/actavet/43/PUB%201297.pdf

Pinheiro MJP, Andrade SA, Cunha JN. Preservação e exploração de animais silvestres nativos: preá, cutia e mocó. Caatinga, 1989; 6(1):28-49. https://periodicos.ufersa.edu.br/caatinga/article/view/2534/4991

Roberts M, Maliniak E, Deal M. The reproductive biology of the rock cavy, Kerodon rupestris in captivity: a study of reproductive adaptation in a tropic specialist. Mammalia, 1984; 48(2):252-266. https://doi.org/10.1515/mamm.1984.48.2.253

Bastos LV, Guimarães DA, Luz-Ramos RS, Ferreira ACS, Ohashi OM. Aspectos da citologia vaginal durante o ciclo estral de Agouti paca criada em cativeiro. Revista Brasileira de Reprodução. 2003; 27(2):294-295.

Marcondes FK, Bianchi FJ, Tanno AP. Determination of the estrous cycle phases of rats: some helpful considerations. Brazilian Journal of Biology [Internet]. 2002; 62(4A):609–14. https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-69842002000400008&lng=en&nrm=iso&tlng=en

Barbosa LP, Rodrigues MV, Neves MM, Morais DB, Melo BED, Balarini MK, Coelho CDP, Cínthia M. Caracterização da colpocitologia em capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris). Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, 2007; 8(4):258-266. https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/1928/1/762-2976-2-PB.pdf

Goldman JM, Murr AS, Cooper RL. The rodent estrous cycle: characterization of vaginal cytology and its utility in toxicological studies. Birth Defects Research Part B: Developmental and Reproductive Toxicology. 2007;80(2):84–97. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/bdrb.20106.

Lohmiller JJ, Swing SP. Reproduction and breeding. In: Suckow MA, Weisbroth SH, Franklin CL. The Laboratory Rat. Elsevier; 2005.

Da Silva RG. Manual de procedimentos em análise por quadrados mínimos. FUNEP, Jaboticabal. 1993.

SAS Institute. Statistical Analysis System. SAS User’s guide, version 8. SAS Institute Inc., Cary, North Carolina, USA. 1999.

Buzzio OL, Koninckx A, Carreno NB, Castro-Vazquez A. Embryo implantation during the short luteal phase of the corn mouse, Calomys musculinus, and the apparent lack of a lactional diapause in South American murid rodents. Reproduction, 2001; 1;815–23. https://dx.doi.org/10.1530/rep.0.1210815

Richmond M, Conaway CH. Induced ovulation and oestrus in Microtus ochrogaster. Journal of Reproduction and Fertility. 1969: Supplement 6: 357-376.

Clarke JR, Hellwing S. Fertility of the post-partum bank vole (Clethrionomys glareolus). Journal of Reproduction and Fertility. 1983; 68(1): 241-246. https://doi.org/10.1530/jrf.0.0680241

Lange RR, Schmidt EMS. Rodentia: roedores silvestres. In: Cubas ZS, Silva JCR, Catão-Dias JL. Tratado de animais selvagens Medicina Veterinaria. Sao Paulo (Brasil) Editora Roca; 2014.

Lacher TE. The comparative social behavior of Kerodon rupestris and Galea spixii and the evolution of behavior in the Caviidae. Bulletin of Carnegie Museum of Natural History. 1981; 17:1–71. https://doi.org/10.5962/p.228596

Mares MA, Streilein KE, De La Rosa MP. Nonsynchronous Molting in Three Genera of Tropical Rodents from the Brazilian Caatinga (Thrichomys, Galea, and Kerodon). 1982; 63(3):484–8. https://doi.org/10.2307/1380447

Oliveira MF, Mess A, Ambrosio CE, Dantas CAG, Favaron PO, Miglino MA. Chorioallantoic Placentation in Galea spixii (Rodentia, Caviomorpha, Caviidae). Reproductive Biology and Endocrinology. 2008; 6(1). https://doi.org/10.1186/1477-7827-6-39

Moxon R, Copley D, England GCW. Quality assurance of canine vaginal cytology: A preliminary study. Theriogenology. 2010; 74(3):479–85. https://doi.org/10.1016/j.theriogenology.2010.02.031

Santos AC, Viana DC, Bertassoli BM, Oliveira GB, Oliveira DM, Bezerra FVF, Oliveira MF, Assis-Neto AC. Characterization of the estrous cycle in Galea spixii (Wagler, 1831). Pesquisa Veterinária Brasileira. 2015; 35(1):89-94. https://doi.org/10.1590/S0100-736X2015000100017.

Campos LB, Peixoto GCX, Lima GL, Castelo TS, Souza ALP, Oliveira MF, Silva AR Monitoramento do ciclo estral de cutias (Dasyprocta leporina Lichtenstein, 1823) através de citologia esfoliativa vaginal e ultrassonografia. Pesquisa Veterinária Brasileira. 2015; 35(2):188-192. https://dx.doi.org/10.1590/S0100-736X2015000200016

Guimarães DA, Moreira D, Vale WG. Determinação do ciclo reprodutivo da cutia (Dasyprocta prymnolopha) através do diagnóstico colpocitológico. Acta Amazônica. 1997. 27(1):55-64. https://doi.org/10.1590/1809-43921997271064.

Carreiro AN, Diniz JARA, Souza JG, Araújo DVF, Dias RFF, Azerêdo LMS, Rocha EF, Salles AYF, Peña-Alfaro CE, Carvalho MAM, Illera MJ, Menezes DJA. Ovary and vaginal epithelium dynamics during the estrous cycle in Dasyprocta prymnolopha Wagler, 1831: ultrasound and cytological examinations. Journal of veterinary science. 2018; 31(3):446-451. https://doi.org/10.4142/jvs.2018.19.3.446.

Guimarães DA, Ramos RL, Ohashi OM, Garcia GW, Vale WG. Plasma concentration of progesterone and 17β-estradiol of black-rumped agouti (Dasyprocta prymnolopha) during the estrous cycle. Revista de Biologia Tropical. 2011; 59(1):29-35. https://doi.org/10.15517/rbt.v59i1.3176.

Zogno MA. Aspectos reprodutivos da fêmea de mocó (Kerodron rupestris): Análise bioquímica dos líquidos fetais e caracterização colpocitológica do ciclo estral [Internet] [Tese]. [Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Universidade de São Paulo]; 2002. http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10132/tde-04042003-103133/en.php

Mattaraia VGM, Silva APR, Sartori DRS, Távora MFCLF, Rodrigues UP, Moreira VB, Moura ASAMT. Efeito macho na indução do estro em ratas Wistar (Rattus norvegicus). Veterinária e Zootecnia. 2009; 16(4):669-677. https://rvz.emnuvens.com.br/rvz/article/view/1266

Rancourt M, Fois N, Lavín MP, Tchakérian E, Vallerand F. Mediterranean sheep and goat production: An uncertain future. Small Ruminant Research. 2006; 62(3):167-179. https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0921448805003433

Gonzalez-Bulnes A, Veiga-Lopez A, Garcia P, Garcia-Garcia RM, Ariznavarreta C, Sanchez MA, Tresguerres JA, Cocero MJ, Flores JM. Effects of progestogens and prostaglandin analogues on ovarian function and embryo viability in sheep. Theriogenology. 2005; 63(9):2523-2534. https://doi.org/10.1016/j.theriogenology.2004.10.013

Peixoto GCX, Maia KM, Almeida LM, Campos LB, Oliveira GB, Oliveira MF, Brito AB, Domingues SFS, Silva AR. Indução do estro em cutias (Dasyprocta leporina) utilizando-se protocolos à base de prostaglandina isolada ou em associação com análogo de GnRH. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia. 2018; 70 (3), 806-814. https://doi.org/10.1590/1678-4162-9907

Grégoire A, Allard A, Huamán E, León S, Silva RM, Buff S, Berard M, Joly T. Control of the estrous cycle in guinea-pig (Cavia porcellus). Theriogenology. 2012; 78(4), 842-847. https://doi.org/10.1016/j.theriogenology.2012.03.034

Westwood FR. The female rat reproductive cycle: a practical histological guide to staging. Toxicologic Pathology. 2008; 36(3):375-384. https://doi.org/10.1177/0192623308315665

Publicado

2023-10-09

Como Citar

VALE, A. M. do; OLIVEIRA, G. B. de; JÚNIOR, H. N. de A.; BEZERRA, F. V. F.; SOUSA, A. C. F. C. de; DINIZ, J. A. R. A.; LOPES, I. R. . G.; OLIVEIRA, M. F. de. Período gestacional e ciclo reprodutivo em preás (Galea spixii Wagler, 1831). Ciência Animal Brasileira / Brazilian Animal Science, Goiânia, v. 24, 2023. DOI: 10.1590/1809-6891v24e-76803E. Disponível em: https://revistas.ufg.br/vet/article/view/76803. Acesso em: 9 dez. 2024.

Edição

Seção

MEDICINA VETERINÁRIA