Antibacterianos e condutas adotadas por produtores de leite em Goiás, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.1590/1809-6891v24e-73715EResumo
O leite e seus derivados são ricos em nutrientes e largamente consumidos pela população. Contudo, a presença de resíduos de substâncias químicas é frequente nesses produtos. Esse estudo objetivou realizar um diagnóstico sobre o uso de antibacterianos, avaliar o conhecimento sobre esses fármacos e condutas adotadas por produtores de leite em Goiás, Brasil. Foram visitadas 286 propriedades leiteiras em 36 municípios do estado, onde foram realizadas entrevistas com o proprietário ou mão de obra auxiliar. As perguntas abordavam parâmetros produtivos da propriedade e uso de antibacterianos. As respostas foram apresentadas em porcentagem e gráficos. A análise estatística foi realizada pelo teste de qui-quadrado de Pearson ao nível de significância de 5%. Apenas 26,2% dos produtores utilizavam antibacterianos indicados por veterinários e todos (100%) descartavam o leite com resíduos de forma inadequada. Dentre os 21 princípios ativos citados, os mais utilizados foram as tetraciclinas e penicilinas. As principais doenças tratadas com antibacterianos foram enterite (22,1%), tristeza parasitária bovina (21,1%) e mastite (19,4%). Observou-se que 37,4% dos entrevistados não souberam distinguir antibacterianos de outros medicamentos. Verificou-se que quanto mais especializada é a fazenda, maior é a assistência veterinária e maiores os cuidados para tratamentos com antibacterianos. A maioria dos entrevistados (51,7%) apresentava ensino fundamental incompleto. Esses resultados fornecem informações importantes sobre como os produtores rurais do estado de Goiás utilizam antibacterianos e servem como base para intervenções futuras. É evidente a necessidade de maior acesso dos produtores a serviços veterinários em Goiás, a fim de reduzir o uso desnecessário e inadequado de antibacterianos.
Palavras-Chave: antibiótico; leite de descarte; manejo sanitário; resíduos; resistência bacteriana.
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