Soropositividade para o vírus Maedi-Visna em ovinos do município de Porto Acre – Amazônia Ocidental, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.1590/1809-6891v21e-59173Resumo
As lentiviroses de pequenos ruminantes (LVPR) são enfermidades infecciosas crônicas e degenerativas, causadas por Lentivírus, associadas a inúmeros prejuízos como: queda na produção de carne e leite, predisposição a infecções secundárias, gastos com assistência veterinária e, até mesmo, descarte precoce dos animais. Na região norte do Brasil, a situação epidemiológica é pouco elucidada. Objetivou-se, assim, por meio deste estudo, determinar a soropositividade de ovinos para Lentivírus no município de Porto Acre, Amazônia Ocidental, Brasil. Foram coletadas 122 amostras de sangue de ovinos e como método diagnóstico foi empregada a imunodifusão em gel de agarose, utilizando a proteína p28 do capsídeo como antígeno. A soropositividade dos ovinos ao teste foi de 8,2% (10/122). Em 80% (4/5) das propriedades investigadas, detectou-se a presença de animais soropositivos. É válido ressaltar ainda que a aquisição de pequenos ruminantes advindos de outros estados provavelmente representou um risco à sanidade ovina no município de Porto Acre, Amazônia Ocidental, Brasil. Conclui-se que existe a necessidade de mais investigações sistemáticas sobre a prevalência de LVPR no estado do Acre.
Palavras-chave: Lentivírus; Pequenos ruminantes; Região amazônica; Sorologia.
Downloads
Referências
Maia MS, Ribeiro VMF, Costa AL. Recomendações básicas para criação de caprinos e ovinos. Rio Branco, 1994.
Monteiro AWU, Sá CP, Bayma MMA, Silva HC, Cunha ET. Tipificação da Ovinocultura no Acre. In: Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural, 50, 2012. Anais... Vitória, 2012.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Efetivo de ovinos no município de Porto Acre. 2018. Available from: http: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ac/porto-acre/pesquisa/18/0 . Accessed on: 01 out. 2019.
» http: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ac/porto-acre/pesquisa/18/0
Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA. Manual de legislação - Programas Nacionais de Saúde Animal do Brasil. Brasília, 2009.
International Committee on Taxonomy of Viruses. Taxonomy history - ICTV. Visna-maedi vírus. 2017. Availabe from: https://talk.ictvonline.org//taxonomy/p/taxonomy-history?taxnode_id=201855035 Acessed on: 11 fev. 2020.
» https://talk.ictvonline.org//taxonomy/p/taxonomy-history?taxnode_id=201855035
Juste RA, Villoria M, Leginagoikoa I, Minguijon EUE. Milk production losses in Latxa dairy sheep associated with small ruminant lentivirus infection. Preventive Veterinary Medicine. 2020; 176.
Gufler H. Challenges of the caprine lentivirus control programme in South Tyrol. Italy. Small Rumin. Res. 2013; 110: 112-114.
Martínez-Navalón B, Peris C, Gómez E A, Peris B, Roche M L, Caballero C, Goyena E, Berriatua E. Quantitative estimation of the impact of caprine arthritis encephalitis virus infection on milk production by dairy goats. The Veterinary Journal. 2013; 197:311-317.
Highland MA. Small Ruminant Lentiviruses: Strain Variation, Viral Tropism, and Host Genetics Influence Pathogenesis. Vet Pathol. 2017; 54(3):353-354.
Gayo E, Polledo L, Magalde A, Balseiro A, Iglesias MJG, Martínez CP, Preziuso S, Rossi G, Marín JFG. Characterization of minimal lesions related to the presence of visna/maedi virus in the mammary gland and milk of dairy sheep. Veterinary Research. 2019; 15 (109): 1-9.
Gomez-Lucia E, Barquero N, Domenech A. Maedi-Visna virus: current perspectives. Veterinary Medicine. 2018; 21 (9): 11-21.
Colitti B, Coradduzza E, Puggioni G, Capucchio MT, Reina R, Bertolotti L, Rosati S. A new approach for Small Ruminant Lentivirus full genome characterization revealed the circulation of divergent strains. PLoS One. 2019; 14 (2):1-12.
Olech M, Murawski M, Kuzmak J. Molecular analysis of small-ruminant lentiviruses in Polish flocks reveals the existence of a novel subtype in sheep. Archives of Virology. 2019; 164 (4):1193-1198.
Lima NS. Incidência de Maedi-Visna na população de ovinos (Ovis aries) em propriedades rurais da região metropolitana de Manaus - AM. 2011. 35f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) - Escola Superior Batista do Amazonas, Manaus, 2011.
Sobrinho PAM, Fernandes CHC, Ramos TRR, Campos AC, Costa LM, Castro RS. Prevalência e fatores associados à infecção por lentivírus de pequenos ruminantes em ovinos no estado do Tocantins. Ciência Veterinária nos Trópicos. 2008; 11(2/3):65-72.
Mazzinghy CL, Almeida KDS, Veschi JLA, Castro RSD, Martins NEX, Sousa MG. Frequency of antibodies against ovine Lentivirus in sheep in Colinas do Tocantins, Tocantins state, Brazil. Arquivos do Instituto Biológico. 2016; 86.
Minguijon E, Reina R, Perez M, Polledo L, Villoria M, Ramirez H, Leginagoikoa I, Badiola JJ, Garcia-Marin JF, Andres D. Small ruminant lentivirus infections and diseases. Veterinary. Microbiology. 2015; 181: 75-89.
Rouquayrol MZ, Gurgel M. Epidemiologia e Saúde. 8 ed. Rio de Janeiro: MedBook, 2017. 744p.
Alves SM, Teixeira MFS, Pinheiro RR, Alves FSF, Lima AMC, de Farias DA, Aguiar TDAF. Seroepidemiological study of maedi-visna in sheep in Ceara, Rio Grande do Norte, Paraíba and Sergipe States. Semina: Ciências Agrárias. 2018; 39(5): 2017-2028.
Mazzinghy CL, Almeida KS, Castro RS, Veschi JLA, Silva MAGS. Maedi-Visna em ovinos - revisão de literatura. Revista Científica de Medicina Veterinária. 2014; 12 (23): 1-21.
Gregory L, Lara MCCS, Kiraly ACM, Hasegawa MY, Rizzo H, Henriques LCS, Rossi RS, Castro RS. Pesquisa de anticorpos contra Maedi-Visna em ovinos nas microrregiões de Botucatu, Campinas, Piedade e São Paulo, estado de São Paulo. Arquivos do Instituto Biológico. 2013; 80 (1): 107-110.
Arnarson H, Pálsson UM, Gudnadóttir H, Andrésdóttir V. Maedi-visna virus persistence: Antigenic variation and latency. Comparative Immunology, Microbiology & Infectious Diseases. 2017; 55: 6-12.
Michiels R, Van Mael E, Quinet C, Adjadj NR, Cay AB, De Regge N. Comparative analysis of different serological and molecular tests for the detection of Small Ruminant Lentiviruses (SRLVs) in belgian sheep and goats. Viruses. 2018;10(12): 1-15.
Adjadj NR, Vicca J, Michiels R, Regge N. (Non-)Sense of milk testing in small ruminant Lentivirus control programs in goats. Comparative Analysis of Antibody Detection and Molecular Diagnosis in Blood and Milk. Viruses. 2019; 12(1): 18.
Olech M, Osinski Z, Kuzmak J. Seroprevalence of small ruminant lentivirus (SRLV) infection in wild cervids in Poland. Preventive Veterinary Medicine. 2020; 176.
Organização Internacional De Saúde Animal - OIE. Código Sanitário de Animais Terrestres. 2017. Available from: http://www.oie.int Accessed on: 28 jan. 2019.
Marinho RC, Martins GR, Souza KC, Sousa ALM, Silva STC, Nobre JA, Teixeira MFS. Duplex nested-PCR for detection of small ruminant lentiviroses. Brazilian Journal of Microbiology. 2018; 49(1): 83-92.
Molaee V, Otarod V, Abdollahi D, Lühken G. Lentivirus Susceptibility in Iranian and German Sheep Assessed by Determination of TMEM154 E35K. Animals. 2019; 9(9): 685.
Bojar W, Junkuszew A, Dudko P, Olech M, Olesinski Z, Gruszecki T, Kuzmiak J. Risk factors associated with small-ruminant lentiviruses in sheepfold buildings. Annals of Agricultural and Environmental Medicine. 2018; 25 (3): 383-387.
Abreu SRO, Castro RS, Nascimento AS, Souza MG. Produção de antígeno nucleoproteíco do vírus da Artrite-Encefalite Caprina e comparação com o do vírus maedi-visna para utilização em teste de imunodifusão em ágar gel. Pesquisa Veterinária Brasileira. 2014; 18 (2): 57-60.
Almeida NC, Aprigio CJL, Silva JBA, Teixeira MFS. Ocorrência de maedi/visna vírus em ovinos reprodutores no estado do Ceará. In: Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária, 29., 2002, Gramado. Anais... Gramado: SOVERGS, 2002. Available from: http://www.sovergs.com.br/site/conbravet2002/1517.htm Accessed on: 20 mar. 2019.
» http://www.sovergs.com.br/site/conbravet2002/1517.htm
Michiels R, Van Mael E, Quinet C, Welby S, Cay AB, De Regge N. Seroprevalence and risk factors related to small ruminant lentivirus infections in Belgian sheep and goats. Preventive Veterinary Medicine. 2018; 1 (151): 13-20.
Lombardi AL, Nogueira AHC, Feres FC, Paulo HP, Castro RS, Feitosa FLF, Cadioli FA, Peiró JR, Perri SHV, Lima VFM, Mendes LCN. Soroprevalência de Maedi-Visna em ovinos da região de Araçatuba, SP. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia. 2009; 61 (6): 1434-1437.
Martinez PM, Costa JN, Souza TS, Costa Neto AO, Pinheiro RR. Sistema de criação de ovinos e ocorrência de anticorpos contra o vírus da Maedi-Visna na microrregião de Juazeiro, BA. Revista Brasileira de Saúde e Produção. 2010; 11(2):342-353.
Heinrichs R, Wilkins W, Schroeder G, Campbell J. Prevalence of Maedi-visna in Saskatchewan sheep. Canadian Veterinary Journal. 2017; 58(2):183-186.
Thomann B, Falzon LC, Bertoni G, Vogt HR, Schüpbach-Regula G, Magouras I. A census to determine the prevalence and risk factors for caprine arthritis-encephalitis virus and visna/maedi virus in the Swiss goat population. Preventive Veterinary Medicine. 2017; 137:52-58.
Cecchi F, Dadousis C, Bozzi R, Fratini F, Russo C, Bandecchi P, Cantile C, Mazzei M. Genome scan for the possibility of identifying candidate resistance genes for goat lentiviral infections in the Italian Garfagnina goat breed. Tropical Animal Health and Production. 2019; 51(3):729-733.
Colussi S, Desiato R, Beltramo C, Peletto S, Modesto P, Maniaci MG, Campia V, Quasso UM, Rosati S, Bertolotti LLR, Acutis PL. A single nucleotide variant in the promoter region of the CCR5 gene increases susceptibility to arthritis encephalitis virus in goats. BMC Veterinary Research. 2019; 15(1):230.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Ciência Animal Brasileira
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).