Anestesia local tumescente ou anestesia epidural associada ao bloqueio intercostal em cadelas submetidas à mastectomia
DOI:
https://doi.org/10.1590/1809-6891v21e-53552Resumo
O presente estudo objetivou avaliar o uso da anestesia local tumescente ou da anestesia epidural associada ao bloqueio intercostal em cadelas submetidas à mastectomia. Foram utilizadas 14 cadelas, provenientes da rotina do Hospital de Clínicas Veterinária da Universidade Federal de Pelotas, pré-medicadas com acepromazina (0,03 mg/kg) e morfina (0,3 mg/kg) intramuscular, induzidas com propofol (2 a 6 mg/Kg/IV) e mantidas com isofluorano à 1,4 V% (vaporizador calibrado). Após essa etapa, foram alocadas aleatoriamente em grupo GALT (n=7), que recebeu a anestesia local tumescente 0,16% na dose de 15 mL/Kg e em grupo GEBI (n=7), que recebeu como tratamento a anestesia epidural com lidocaína (5 mg/kg) e morfina (0,1 mg/kg) associada ao bloqueio intercostal, do 6º ao 12º espaço intercostal, com lidocaína (2mg/kg). Os parâmetros avaliados para sinais de nocicepção transcirúrgica e realização de resgates analgésicos com fentanil foram: frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica e pressão arterial média. No pós-operatório avaliou-se a analgesia pela escala de Glasgow Modificada aos 30, 60, 120, 240 e 360 minutos. Não houve diferenças entre os parâmetros clínicos (p > 0,05) no período transoperatório entre e dentro dos grupos. O GEBI apresentou maior quantidade de resgates analgésicos transoperatórios (9) em relação a GALT (5), porém sem diferenças estatísticas. No pós-operatório, nenhum animal de ambos os grupos atingiu pontuação máxima para resgate analgésico. Pode-se concluir que a anestesia epidural associada ao bloqueio intercostal é uma técnica alternativa para casos em que se tenham limitações para utilização da anestesia local tumescente.
Palavras–chave: Tumores mamários; dor; anestesia locorregional; opioide.
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