Comportamento ingestivo e preferência alimentar de caprinos criados em caatinga degradada
DOI:
https://doi.org/10.1590/1809-6891v21e-52435Resumo
Este estudo objetivou avaliar o comportamento ingestivo e a preferência alimentar de caprinos criados em Caatinga (Floresta Tropical Seca) degradada em três épocas do ano: transição (chuva-seca), seca e chuva. O experimento foi desenvolvido na Estação Experimental pertencente à UFPB em São João do Cariri-PB, Brasil. Foram utilizados seis caprinos machos mantidos em pastagem com área de 3,2 hectares. A avaliação dos animais foi feita por meio de observação visual e ininterrupta. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com três tratamentos (época de chuva-seca, seco e chuvoso) e seis repetições (animais). As médias foram submetidas ao Teste de Tukey em nível de 5%. Na época de transição (chuva-seca), o tempo gasto pelos animais apresentou semelhanças para gramíneas, herbáceas/subarbustivas, serapilheira, arbustivos/arbóreos selecionados, com exceção das bromélias e cactáceas. Na estação chuvosa, os animais despenderam maior tempo de pastejo consumindo gramíneas. Nessa mesma época, o marmeleiro (Croton hemiargyreus Mill. Arg.) foi a espécie mais selecionada em relação à catingueira (Caesalpinia pyramidalis) e ao pereiro (Aspidosperma pyrifolium). O tempo despendido para atividade de pastejo na época de transição (chuva-seca) foi superior à época chuvosa e seca. Os caprinos, em criação extensiva na Caatinga, apresentam alta plasticidade no hábito alimentar podendo comportar-se como animais pastejadores ou ramoneadores.
Palavras-chave: ócio; pastejo; ruminante; seletividade; semiárido.
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