EFEITO DA ESQUILA DURANTE A GESTAÇÃO SOBRE O DESEMPENHO PRODUTIVO NO PERÍODO PÓS-PARTO EM OVELHAS MANTIDAS EM MANEJO EXTENSIVO

Autores

  • Viviane Marques Guyoti Universidade Ritter dos Reis (UniRitter)
  • Mariana de Souza Farias Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Magnus Larruscaim Dalmolin Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • César Henrique Poli Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Verônica Schmidt Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Felix Diaz Gonzalez Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.1590/cab.v16i2.33219

Palavras-chave:

Produção animal

Resumo

O uso da esquila durante a gestação tem sido descrita em ovelhas como ferramenta para aumentar a produtividade e minimizar a mortalidade perinatal em cordeiros por aumentar o desenvolvimento fetal. No presente estudo foi avaliado o efeito da esquila em torno dos 74 dias de gestação sobre o desempenho produtivo de ovelhas e no peso de seus cordeiros durante o primeiro mês de vida. Quarenta ovelhas Corriedale foram encarneiradas no outono do Sul brasileiro, sendo mantidas sob a mesma pastagem em condições extensivas. As ovelhas foram distribuídas aleatoriamente em dois grupos de tratamentos, sendo vinte ovelhas esquiladas aos 74 ± 6 dias de gestação e vinte mantidas sem esquila durante a gestação, compondo o grupo controle. Ovelhas e respectivos cordeiros foram avaliados em três períodos: no dia do parto, entre 15 e 21 dias pós-parto e entre 22 e 45 dias pós-parto. Nas ovelhas, foram medidos o escore de condição corporal, o peso corporal e da placenta, a produção do leite e a concentração sérica de beta-hidroxibutirato, enquanto nos cordeiros foram determinados hematócrito, hemoglobina e concentrações plasmáticas de lactato e glicose, além de peso corporal ao nascimento até o desmame. Os valores médios de hematócrito e hemoglobina foram menores e o peso corporal ao nascimento e ao desmame foi maior no grupo de cordeiros nascido de ovelhas esquiladas. O peso médio da placenta foi maior nas ovelhas esquiladas. O escore de condição corporal e a concentração de beta-hidroxibutirato não evidenciaram diferenças entre os grupos. A produção leiteira de ovelhas esquiladas (1,26 L/dia) foi maior que no grupo controle (0,93 L/dia). A esquila de ovelhas em torno dos 74 dias de gestação mostrou-se eficiente para o melhor desenvolvimento de cordeiros na fase pós-nascimento de forma a contribuir na diminuição da taxa de mortalidade perinatal.

Palavras-chave: beta-hidroxibutirato; cordeiros; metabolismo; peso da placenta; produção de leite.

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Biografia do Autor

Viviane Marques Guyoti, Universidade Ritter dos Reis (UniRitter)

Graduada em Biologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2000) e em Medicina Veterinária pela Universidade Anhembi Morumbi (2008), com estágio curricular na Cornell University College of Veterinary Medicine, CU-CVM, Estados Unidos. Residência e especialização em Patologia Clínica Veterinária pelo Laboratório de Análises Clínicas Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestrado na área de transtornos metabólicos e nutricionais em animais domésticos pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGCV-UFRGS). Foi em 2012 professora do Curso de Veterinária da Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), onde se dedicou à pesquisa na área de Patologia Clínica Veterinaria. Atualmente é Doutoranda pelo PPGCV - UFRGS, na área de transtornos metabólicos e nutricionais em animais domésticos.

Mariana de Souza Farias, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Zootecnista formada na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2008). Mestre em Produção e Nutrição de Ruminantes pela Universidade Estadual de Maringá (2011). Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Magnus Larruscaim Dalmolin, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Possui graduação em medicina veterinária pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2010) e residência em patologia clínica veterinária (2012) na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de Medicina Veterinária, com ênfase em Patologia Clínica Animal. Atualmente é aluno de mestrado do programa de pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

César Henrique Poli, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1987), mestrado em Zootecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1992) e PhD em Zootecnia pela Massey University (1998). No Doutorado, orientado pelo Professor John Hodgson, gerou importante conhecimento nas relações entre as características bioquímicas e físicas da pastagem e o comportamento ingestivo, seleção da dieta e consumo de ruminantes. Foi premiado como um dos seis melhores artigos no concurso Young Member of New Zealand Society of Animal Production. Atualmente é Professor Associado da Faculdade de Agronomia, Departamento de Zootecnia, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua no Programa de Pós-graduação em Zootecnia da UFRGS, orientando alunos de mestrado e doutorado. Participa de projetos internacionais entre Brasil, Itália, Escócia, França, Chile, Uruguai, Argentina e Nova Zelândia. Tem experiência na coordenação de projetos interinstitucionais. É responsável pela criação do Centro de Ensino e Pesquisa em Ovinocultura (CEPOV). Participa da Câmara Setorial da Ovinocultura do Estado do Rio Grande do Sul, e é membro do Comitê Diretivo da Federación de Ovejeros y Cabreros de América Latina (FOCAL). A sua produção científica está disponível em 193 diferentes tipos de produção bibliográficas. Os seus trabalhos enfocam a área de Interface Planta-Animal, Produção e Manejo de Ovinos, Sistemas de Produção, Manejo de Pastagens, Sistemas Integrados de Produção e Nutrição de Ruminantes, atuando principalmente nos seguintes temas: sustentabilidade e intensificação da produção de ruminantes em pastagem nativa do Bioma Pampa e pastagem cultivada; manejo de pastagens; comportamento ingestivo, consumo de forragem e suplementação de animais a pasto; nutrição de ruminantes; integração lavoura-pecuária e silvipastoril. É líder do grupo de pesquisa Produção de ovinos em sistema pastoril.

Verônica Schmidt, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Possui graduação em Medicina Veterinária (UFRGS, 1985), mestrado em Medicina Veterinária (UFRGS, 1990) e doutorado em Ciências Veterinárias (UFRGS, 2002). Realizou treinamento no Departamento de Engenharia Ambiental da Universidade de Kyoto, Japão (1996-1997), com ênfase em qualidade de água. Atualmente é professor Associado da UFRGS e professor orientador do PPGCV e PPGAgornegócio/UFRGS. Participa da Coordenadoria de Gestão Ambiental da UFRGS. Realiza ações de ensino, pesquisa e extensão nas áreas de: a) Saneamento Aplicado à Saúde Animal - tratamento de dejetos, indicadores microbiológicos (coliformes e Salmonella) e físico-químicos, resíduos de origem animal; b) gestão em resíduos de saúde; c) produção e manejo de caprinos - sanidade, epidemiologia, produção e qualidade do leite; d)agronegócio - cadeias lácteas de pequenos ruminantes (caprinos e ovinos), cadeia da carne caprina; e) gestão ambiental.

Felix Diaz Gonzalez, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Formado em Medicina Veterinária (Universidad Nacional de Colômbia, 1979), possui mestrado em Fisiologia Animal (Universidad Nacional de Colômbia, 1985), doutorado em Bioquímica e Fisiologia Animal (Universidade Federal de Viçosa, 1990) e pós-doutorado em Bioquímica Clínica (Universidade de Murcia, Espanha, 2007) e em Metabolismo de Bovinos Leiteiros (Universidade de Santiago de Compostela, Lugo, Galícia, Espanha, 2012). Foi professor de Bioquímica e Fisiologia Veterinária na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Nacional da Colômbia - sede Bogotá (1983-1995), onde atuou como orientador no Programa de Pós-graduação em Saúde e Produção Animal. Desde 1996 é professor na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Porto Alegre), onde atualmente é Professor Titular e atua como orientador do Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias na área de metabolismo e transtornos metabólicos em animais domésticos.

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Publicado

2015-04-30

Como Citar

GUYOTI, V. M.; FARIAS, M. de S.; DALMOLIN, M. L.; POLI, C. H.; SCHMIDT, V.; GONZALEZ, F. D. EFEITO DA ESQUILA DURANTE A GESTAÇÃO SOBRE O DESEMPENHO PRODUTIVO NO PERÍODO PÓS-PARTO EM OVELHAS MANTIDAS EM MANEJO EXTENSIVO. Ciência Animal Brasileira / Brazilian Animal Science, Goiânia, v. 16, n. 2, p. 217–224, 2015. DOI: 10.1590/cab.v16i2.33219. Disponível em: https://revistas.ufg.br/vet/article/view/33219. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Produção Animal