Ciências da Complexidade e Pensamento Indígena

conceitos e princípios filosóficos para uma educação eco-centrada

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5216/teri.v15i1.82292

Palavras-chave:

Filosofia da Educação, Ciências da Complexidade, Pensamento Ameríndio, Ecologia das Ideias

Resumo

Cientistas de diversas áreas do conhecimento, filósofos, ativistas ambientais, líderes indígenas, entre outros, vêm alertando acerca da depredação da biodiversidade da Terra provocada pelos seres humanos, comprometendo não somente suas existências, como a vida deste sistema. Conforme tem sido alertado por pensadores das ciências da complexidade já há algumas décadas, fazer o diálogo entre as diversas áreas de especialidades das ciências e acolher saberes oriundos de povos e culturas ancestrais, de modo transdisciplinar, se constituem em reservas fundamentais para pensar e transformar o mundo atual e projetar possibilidades futuras. Este artigo decorre de uma pesquisa em andamento junto a uma universidade pública federal através da qual, por meio de ampla revisão de literatura, temos investigado conceitos, ideias, noções e proposições de pensadores das ciências da complexidade articulados com o pensamento ameríndio, superando dicotomias consideradas hegemônicas entre ser humano e natureza, ciências humanas e ciências da natureza, saber científico e saber tradicional, cultura científica e cultura humanística. Este artigo explicita este esforço de “ecologizar ideias” para o exercício da filosofia na direção de uma educação eco-centrada nutrida pela reforma do pensamento, o que implica em uma mudança não pragmática, mas paradigmática na educação, como propõe Morin (2003), suscitando assim reflexões que ampliem a consciência entre adultos, jovens e crianças do nosso papel na comunidade biótica da Terra.

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Biografia do Autor

Pablo Silva Quezado de Oliveira, Universidade Federal Fluminense, Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil, pabloquezado@id.uff.br

Graduando em Pedagogia pelo Instituto de Educação de Angra dos Reis da Universidade Federal Fluminense. Pesquisador com bolsa de iniciação científica pela Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação da UFF (PROPPI).

Silmara Lídia Marton, Universidade Federal Fluminense, Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil, silmaramarton@id.uff.br

Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Pós-doutorado em Filosofia da Educação pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Professora Associada do Instituto de Educação de Angra dos Reis da UFF.

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Publicado

2025-07-09

Como Citar

OLIVEIRA, Pablo Silva Quezado de; MARTON, Silmara Lídia. Ciências da Complexidade e Pensamento Indígena: conceitos e princípios filosóficos para uma educação eco-centrada. Revista Terceiro Incluído, Goiânia, v. 15, n. 1, p. e15119, 2025. DOI: 10.5216/teri.v15i1.82292. Disponível em: https://revistas.ufg.br/teri/article/view/82292. Acesso em: 5 dez. 2025.

Edição

Seção

Artigos