“Boas moças não matam?”
Uma análise de gênero sobre os casos Richthofen e Matsunaga na mídia brasileira
DOI:
https://doi.org/10.5216/teri.v15i1.82556Palabras clave:
Crime, Gênero, Mulheres criminosas, ViolênciasResumen
Crimes cometidos por mulheres, como o de Suzane von Richthofen e de Elize Matsunaga, são tratados de forma distinta pela mídia, reforçando estigmas que as retratam como “aberrações” por transgredirem papéis tradicionais de esposa e mãe. O objetivo deste artigo é analisar como o gênero influencia a percepção, a representação midiática e o julgamento de mulheres que cometem crimes violentos no Brasil. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa e exploratória, com base em revisão bibliográfica, utilizando artigos científicos, livros e dissertações localizadas em bases como Google Acadêmico e SciELO. Fundamentada nos estudos de gênero de Joan Scott e Teresa de Lauretis, a investigação busca evidenciar como as narrativas sobre essas mulheres revelam padrões de estigmatização e controle social. Dessa forma, contribui para o aprofundamento das análises da criminologia feminista no contexto brasileiro.
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