A RELIGIÃO COMO INSTRUMENTO FORMADOR E MANTENEDOR DO ESTADO EM MAQUIAVEL

Autores

  • Josete SOBOLESKI Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE

DOI:

https://doi.org/10.5216/teri.v1i2.16780

Palavras-chave:

Maquiavel, temor, religião, Estado.

Resumo

RESUMO: Quando Maquiavel aborda a temática da religião, não o faz de maneira teológica, mas analisa a importância da crença e a forma como é trabalhada na cultura e na política. A religião está a serviço da política, como um instrumento essencial para a formação e manutenção do Estado. Segundo ele, o governante que souber fazer uso da religião leva mais facilmente o povo à obediência. Maquiavel define duas funções para a religião: primeiramente como o instrumentum regni a serviço dos governantes e a segunda como caminho cívico-educativo, ou seja, trabalhando como força de persuasão em meio ao povo. No primeiro caso o fator primordial é que o governante saiba como interpretar a religião para conduzir o povo ao patriotismo. Não é a força, e sim a religião o elemento mais eficaz para levar o povo a um vivere civile, pois apesar do medo dos atos executados pela força bruta também levarem os homens à obediência, o temor de Deus é mais eficaz quando utilizado por um legislador que saiba conduzi-lo corretamente. A religião como papel cívico-educativo, desempenha uma função normativa, educadora, estabelece hierarquias e ordenamentos organizacionais. Ela faz uso do temor para manter a observância das leis e persuadir o povo sempre a seguí-las, assim, o temor de um castigo está sempre presente. Maquiavel dirige os seus leitores a compreenderem a importância de respeitar a religiosidade de um povo para manter a república boa e unida, pois ela é capaz de cunhar nos homens um sentimento de amor e devoção à pátria. E é este sentimento de amor e devoção que levará o povo a lutar pela pátria quando for preciso.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Josete SOBOLESKI, Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE

Me. em Filosofia - Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE. Especialista em Sociedade Inclusiva e Educação Especial pelo Centro Técnico-Educacional Superior do Oeste Paranaense – CTESOP. Graduada em Filosofia - Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste. E-mail: jo.soboleski@yahoo.com.br

Referências

MAQUIAVEL, Nicolau. A arte da guerra. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

______. Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

______. O Príncipe. São Paulo: Hedra, 2007.

AMES, José L. Maquiavel: a lógica da ação política. Cascavel: Edunioeste, 2002.

______. Religião e política no pensamento de Maquiavel. Kriterion, Belo Horizonte, n.113, Jun/2006. Disponível em http: /www.scielo.br. Acessado em 27/02/2010.

FORNAZIERI, Aldo. Maquiavel e o bom governo. 2006. Tese de Doutorado. USP. São Paulo

LEONARDI, Evandro M. Entre o elogio e a censura: o lugar da religião no pensamento de Nicolau Maquiavel. 2007. Dissertação de Mestrado. Unioeste. Toledo

MARTINS, José A. Os fundamentos da república e sua corrupção nos Discursos de Maquiavel. 2007. Tese de Doutorado. USP. São Paulo.

SÁNCHEZ-PARGA, José. Poder y política en Maquiavelo. 1ª edição. Rosário: Homo Sapiens Ediciones, 2005.

Downloads

Publicado

2011-12-30

Como Citar

SOBOLESKI, J. A RELIGIÃO COMO INSTRUMENTO FORMADOR E MANTENEDOR DO ESTADO EM MAQUIAVEL. Revista Terceiro Incluído, Goiânia, v. 1, n. 2, p. 38–47, 2011. DOI: 10.5216/teri.v1i2.16780. Disponível em: https://revistas.ufg.br/teri/article/view/16780. Acesso em: 15 nov. 2024.