Preâmbulos de “Ordem e Progresso”: Análise historiográfica dos elementos introdutórios e das notas de rodapé

Autores

  • Eliézer Cardoso de Oliveira Doutor em Sociologia pela Universidade de Brasília (UnB). Professor do Curso de História e do Mestrado em Território e Expressões Culturais no Cerrado, da Universidade Estadual de Goiás (UEG) - Anápolis

Resumo

Este artigo tem como proposta analisar os paratextos do livro Ordem e Progresso: “o prefácio à 1ª edição”, a “nota metodológica”, a “nota bibliográfica”, “o índice biográfico” e as notas de rodapé. A hipótese é que, a análise desses elementos secundários, ajuda evidenciar os artifícios de natureza retórica utilizados por Gilberto Freyre em sua narrativa. Nesse sentido, foi feita uma análise qualitativa e quantitativa desses elementos, amparada teoricamente em autores clássicos que estudaram a “retórica” (Aristóteles e Longino) e em autores que estudaram os elementos estéticos presentes no texto histórico (Hayden White e Rüsen, dentre outros).

Palavras-chave: Gilberto Freyre, paratextos, persuasão retórica, narrativa historiográfica, ordem e progresso.

Referências

ARISTÓTELES. Retórica. In. Obras Completas de Aristóteles. Coord. Antônio Pedro Mesquita. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2005.

CERTEAU, Michel de. A Escrita da história. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982.

CHARTIER, R. A ordem dos livros, leitores, autores e bibliotecas na Europa entre os séculos XIV e XVII. Brasília: UnB, 1998.

_______. Aventura do livro – do leitor ao navegador. São Paulo: Unesp, 1998.

_______. Leituras e leitores na França do Antigo Regime. São Paulo: Unesp, 2004.

_______. Prática de leitura.São Paulo: Estação Liberdade, 2000.

DIEHL, Astor Antônio. A cultura historiográfica brasileira nos anos 1980: experiências e horizontes. Passo Fundo: UPF, 2004.

FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala. Rio de Janeiro: Record, 1996.

_______. Ordem e Progresso. São Paulo: Global Editora, 2004.

_______. Sobrados e Mucambos. São Paulo: Global Editora, 2004.

GADAMER, Hans-Georg. Verdade e Método.Trad. Flávio Paulo Meurer. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

GENETTE, G.; MacLEAN, Introduction to the Paratext. New Literary History, Vol. 22, No. 2, Genre (Spring, 1991), The Johns Hopkins University Press p. 261-272.

http://www.jstor.org/stable/469037. Acesso: 13 jul. 2013.

GRAFTON, Anthony. As origens trágicas da erudição. Trad. Enid Abreu Dobránsky. Campinas, SP: Papirus, 1998.

LONGINO, Cassio. Do Sublime. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

REIS, José Carlos. As Identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC. Rio de Janeiro: FGV, 2001.

RICOEUR, Paul. Tempo e Narrativa. Tomo I. Trad. Constança M. César. Campinas, SP: Papirus Editora, 1994.

RÜSEN, Jörn. Razão histórica – Teoria da História I: os fundamentos da ciência histórica. Trad. Estevão de Rezende Martins. Brasília: Editora da UnB, 2001.

_______. Reconstrução do passado – teoria da História II: os princípios da pesquisa histórica. Trad. Asta-Rose Alcaida. Brasília: UNB, 2007.

SEVCENKO, Nicolau. “A modernidade do mestre do Recife e a modernização mesquinha da República”. Prefácio. In. FREYRE, Gilberto. Ordem e Progresso. São Paulo: Global

Editora, 2004. P. 13 a 32.

VASCONCELOS, Sandra G. Teixeira. “O que se diz no princípio: uma leitura dos prefácios”. In. DIMAS, Antônio; LEENHARDT, Jacques; PESAVENTO, Sandra J. (org.).

Reinventar o Brasil: Gilberto Freyre entre história e ficção. São Paulo: Editora da USP; Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2006. P. 175 a 186.

WHITE, Hayden. Meta-história. Trad. José Laurênio de Melo. São Paulo: Edusp, 1995.

Downloads

Como Citar

DE OLIVEIRA, E. C. Preâmbulos de “Ordem e Progresso”: Análise historiográfica dos elementos introdutórios e das notas de rodapé. Revista de Teoria da História, Goiânia, v. 10, n. 2, p. 47–72, 2014. Disponível em: https://revistas.ufg.br/teoria/article/view/28280. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

A cultura intelectual brasileira: trajetórias institucionais e intérpretes