Um defeito de Cor (2006) by Ana Maria Gonçalves and the limits of representation of slavery

Authors

DOI:

https://doi.org/10.5216/rth.v26i1.73883

Keywords:

Historical novel, historiography, slavery

Abstract

The present article aims to take the novel Um defeito de cor (2006) by Ana Maria Gonçalves as a starting point for a reflection on the representation of slavery in both contemporary historiography and prose fiction. Narrating the trajectory of Luiza Mahin, a character mobilized by the Brazilian Black movement,  the novel has, as one of its traits, references and a established dialogue with the recent historiography of slavery. I will demonstrate how the novel and how historiography proper encounter the limitations imposed on these forms of representation of the past because of its ties with theoretical precepts arising from concepts of history, agency and historical time linked to the western modern experience and, in this way, present themselves as impasses for the understanding of these realities.

Author Biography

Renata Dal Sasso Freitas, Universidade Federal do Pampa Jaguarão, Rio Grande do Sul, Brasil, renatadsf@gmail.com

Currículo: http://lattes.cnpq.br/1522751206827475

References

ARAÚJO, André Berenger de. Sentidos da história na literatura: romance histórico no Brasil contemporâneo. Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em História Social, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2021, 258p.

ARAUJO, Ana Lucia. Dandara e Luisa Mahin são consideradas heroínas do Brasil - o problema é que elas nunca existiram. The Intercept Brasil. 4/6/2019. Disponível em: https://theintercept.com/2019/06/03/dandara-luisa-mahin-panteao-patria/. Acesso em 30 de outubro de 2021.

AVILA, Arthur. Qual passado escolher? Uma discussão sobre o negacionismo histórico e o pluralismo historiográfico. Revista Brasileira de História, São Paulo, Vol. 41, n. 87, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbh/a/cYtjsrRVpgcwbZh4c7C48FS/?lang=pt. Acesso em: 25 de abril de 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/1806-93472021v42n87-09.

CONDÉ, Maryse. Eu, Tituba, bruxa negra de Salem. Trad. de Natália Borges Polesso. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2019.

DE CERTEAU, Michel. A escrita da história. Trad. de Maria de Lourdes Menezes. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982.

DU BOIS, W. E. B. The Souls of Black Folk. Edited by Brent Hayes Edwards. Oxford: Oxford University Press, 2007.

ELIAS, Amy J. Sublime Desire. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, 2001.

FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. Trad. de Laura Fraga de Almeida Sampaio. São Paulo: Edições Loyola, 1996.

FREYRE, Gilberto. Casa grande e senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. São Paulo: Global, 2013.

GALLAGHER, Catherine. Ficção In: MORETTI, Franco (org.). O romance. Vol. 1. A cultura do romance. São Paulo: Cosac Naify, 2009, pp. 628-658.

GONÇALVES, Aline Najara da Silva. Luiza Mahin entre Ficção e História. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens, Universidade do Estado da Bahia, 2010. 99p.

GONÇALVES, Ana Maria. Um defeito de cor. Rio de Janeiro: Record, 2006.

GONÇALVES, Ana Maria & MADDOX, John. Inspiração e Viagens Através Da Diáspora: Uma Entrevista Com Ana Maria Gonçalves. Afro-Hispanic Review. Nashville: William Luis, Vol. 30, n. 2, 2011, pp. 167–80. Disponível el: http://www.jstor.org/stable/23617167. Acesso em 23 de outubro de 2021.

GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural de amefricanidade. Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, v. 92, n. 93, p. 69-82, 1988, p. 69-82.

HARTMAN, Saidiya. Perder a mãe. Trad. de José Luiz Pereira da Costa. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2021.

HARTMAN, Saidiya. Vênus em dois atos. Revista Eco-Pós. Rio de Janeiro: PPGCOM/UFRJ, Vol. 23, n. 3, 2020, pp. 12-33. Disponível em:https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/27640. Acessado em 23 de junho de 2022. DOI: https://doi.org/10.29146/eco-pos.v23i3.27640

HARTOG, François. Evidência da História: o que os historiadores veem. Trad. de Guilherme de Freitas Texeira. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.

HARTOG, François. Crer na história. Trad. de Camila Dias. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

LABORNE, Ana Amélia de Paula. Branquitude e colonialidade do saber. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as, Goiânia: ABPN, Vol. 6, n. 13, p. 148-161, 2014. Disponível em: https://abpnrevista.org.br/index.php/site/article/view/156. Acesso em: 30 de junho de 2022.

LACAPRA, Dominick. Writing History, Writing Trauma. With a new preface. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, 2014.

LIMA, Dulcilei Conceição. Desvendando Luíza Mahin: um mito libertário no cerne do feminismo negro. Dissertação de Mestrado, Programa de Mestrado em Educação, Arte e História da Cultura, Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2011.

LIMA, Luiz Costa. O controle do imaginário e a formação do romance. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

MARTINS, Leda Maria. Performance da oralitura: corpo, lugar da memória. Letras, Santa Maria, nº 26, pp. 63-81, 2003. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/11881/7308. Acesso em 24 de outubro de 2021. DOI: https://doi.org/10.5902/2176148511881

NASCIMENTO, Maria Beatriz. Por uma história do homem negro. In: RATTS, Alex. Eu sou atlântica. Sobre a trajetória de Beatriz Nascimento. São Paulo: Instituto Kuanza/Imprensa Oficial, 2006. pp. 93-98.

NASCIMENTO, Beatriz Maria. Negro e racismo. In: RATTS, Alex. Eu sou atlântica. Sobre a trajetória de Beatriz Nascimento. São Paulo: Instituto Kuanza/Imprensa Oficial, 2006. pp. 98-102.

NAVES, Rodrigo. A forma difícil. Ensaios sobre a arte brasileira. São Paulo: Editora Ática, 1996.

NOBRE, Marcos. Da “formação” às “redes”. Cadernos De Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade. São Paulo: USP, n. 19, 2012, pp. 13-36. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/64852. Acesso em 1 de julho de 2022. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v0i19p13-36

OLIVEIRA, Maria da Glória de. Quando será o decolonial? Colonialidade, reparação histórica e politização do tempo. Caminhos Da História, Montes Claros: PPGH/Unimontes, Vol. 27, n. 2, 2022, pp.58–78.Disponível em: https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/caminhosdahistoria. Acesso em: 2 de julho de 2022. DOI: https://doi.org/10.46551/issn.2317-0875v27n2p.58-78

PEREIRA, Allan Kardec. Escritas insubmissas: indisciplinando a História com Hortense Spillers e Saidiya Hartman. História da Historiografia, Ouro Preto: SBTHH, Vol. 14, n. 36, 2021, p. 481–508, . Disponível em: https://www.historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/1719. Acesso em: 23 de novembro de 2021. DOI: 10.15848/hh.v14i36.1719

PEREIRA, Ana. Carolina Barbosa. Precisamos falar sobre o lugar epistêmico na Teoria da História. Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 10, n. 24, p. 88 - 114, 2018. Disponível em: https://revistas.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180310242018088. Acesso em: 23 de março de 2022. DOI: 10.5965/2175180310242018088.

PRICE, Fiona. Reinventing Liberty: Nation, Commerce and the British historical novel from Walpole to Scott. Edinburgh: Edinburgh University Press, 2016.

REIS, João José. Rebelião escrava no Brasil. Edição revista e ampliada. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

SANTOS, Ale. O racismo da academia apagou a história de Dandara e Luisa Mahin. The Intercept Brasil. 4/6/2019, Disponível em: https://theintercept.com/2019/06/03/dandara-luisa-mahin-historia. Acesso em: 30 de outubro de 2021.

SCHWARZ, Roberto. Autobiografia de Luiz Gama. Novos Estudos CEBRAP, Rio de Janeiro, nº 25, pp. 136-14, 1989.

SEBASTIANI, Silvia. The Scottish Enlightenment. Race, Gender and the Limits of Progress. Nova York: Palgrave Macmillan, 2013.

SILVA, Fabiana Carneiro. Quando o que se discute é a realidade: Um defeito de cor como provocação à história. Afro-Ásia. Salvador: UFBA, n. 55, pp. 71-109, 2017a. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/afroasia/article/view/24131/15373. Acesso em 23 de outubro de 2021. DOI: 10.9771/aa.v0i55.24131

SILVA, Fabiana Carneiro. Maternidade negra em Um defeito de cor: Histórias, corpo e nacionalismo como questões literárias. Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação do Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada, Universidade de São Paulo, 2017b.

SOUSA, Fernando dos Santos Baldraia. Time Between Spaces: the Black Atlantic and the Recent Historiography of Slavery in Brazil. Tese de Doutorado. Departamento de História e Estudos Culturais. Universidade Livre de Berlim, 2017.

SPILLERS, Hortense J. Mama's Baby, Papa's Maybe: An American Grammar Book. Diacritics. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, Vol. 17, n. 2, 1987, pp. 64-81. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/464747. Acesso em 23 de março de 2022.

TROUILLOT, Michel-Rolph. Silencing the Past: Power and Production of History. Boston: Beacon Press, 1995.

WATT, Ian. The Rise of the Novel. Berkeley: University of California Press, 2001.

WHITE, Hayden. This Historical Text as Literary Artifact. In: Tropics of Discourse. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, 1978, pp. 81-100.

WHITE, Hayden. The Pratical Past. Evanston: Northwestern University Press, 2014.

Published

2023-07-27

How to Cite

DAL SASSO FREITAS, R. Um defeito de Cor (2006) by Ana Maria Gonçalves and the limits of representation of slavery. Revista de Teoria da História, Goiânia, v. 26, n. 1, p. 58–80, 2023. DOI: 10.5216/rth.v26i1.73883. Disponível em: https://revistas.ufg.br/teoria/article/view/73883. Acesso em: 21 dec. 2024.