“Nossos mortos têm voz”

Notas clínicas e políticas sobre imagens e vozes

Authors

  • Thales de Medeiros Ribeiro Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, São Paulo, Brasil, thalesmedeirosribeiro@gmail.com
  • Vanessa da Cunha Prado D’Afonseca Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, São Paulo, Brasil, vanessadafonseca@hotmail.com

DOI:

https://doi.org/10.5216/rth.v23i2.65395

Keywords:

Clara Ianni, Mães de Maio, Psicanálise

Abstract

Après le meurtre de plus de 500 civils par les escadrons de la mort de la police militaire en mai 2006, Débora Maria da Silva a fondé le mouvement social Mães de Maio, un « réseau autonome de mères, de familles et d'amis de victimes directes de la violence d'État ». En partenariat avec le mouvement social, Clara Ianni a réalisé deux documentaires. Dans Mères (2013), la cinéaste accompagne la rencontre de ces femmes avant le début d'un travail clinique mené par le collectif Margens Clínicas. Dans Appel (2014), la fondatrice du mouvement social récite un manifeste au cimetière de Perus, un lieu qui a servi de fossé clandestin pendant la dictature civilo-militaire et est toujours utilisé pour l'enterrement de personnes démunies. Ces deux documentaires seront un espace privilégié pour mettre en évidence les liens entre les concepts psychanalytiques et ceux qui, à partir du cadre esthétique et politique forgé dans le domaine de la Philosophie et de l'Histoire, impliquent la Psychanalyse, sa discipline, sa clinique et son éthique.

Author Biographies

Thales de Medeiros Ribeiro, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, São Paulo, Brasil, thalesmedeirosribeiro@gmail.com

O autor desenvolve projeto de doutoramento com auxílio da bolsa de estudos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq-Brasil), no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL-UNICAMP), sob orientação do Prof. Dr. Lauro José Siqueira Baldini. É membro do grupo de pesquisa PsiPoliS (Psicanálise, Política, Significante) do CNPq e do projeto de pesquisa “Restos de horror: efeitos da ditadura, memória e luto cá e lá” (FAPESP) (http://lattes.cnpq.br/3327053016992475).

Vanessa da Cunha Prado D’Afonseca, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, São Paulo, Brasil, vanessadafonseca@hotmail.com

A autora desenvolve projeto de doutoramento com auxílio da bolsa de estudos do Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL-UNICAMP), sob orientação do Prof. Dr. Lauro José Siqueira Baldini e coorientação do prof. Dr. Christian Ingo Lenz Dunker (departamento de Psicologia Clínica da Universidade de São Paulo) (http://lattes.cnpq.br/0889196481907637).

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Published

2020-12-22 — Updated on 2021-05-27

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How to Cite

DE MEDEIROS RIBEIRO, T.; DA CUNHA PRADO D’AFONSECA, V. . “Nossos mortos têm voz”: Notas clínicas e políticas sobre imagens e vozes. Revista de Teoria da História, Goiânia, v. 23, n. 2, p. 93–111, 2021. DOI: 10.5216/rth.v23i2.65395. Disponível em: https://revistas.ufg.br/teoria/article/view/65395. Acesso em: 17 jul. 2024.