A história do eurocentrismo na história intelectual

Autores

  • André Luan Nunes Macedo Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil, andreluanmacedo@outlook.com

DOI:

https://doi.org/10.5216/rth.v23i1.61801

Resumo

O presente artigo procura realizar um balanço teórico e historiográfico sobre o conceito de eurocentrismo a partir de cinco perspectivas intelectuais de diferentes espaços geográficos e tempos: a crítica à Global History desenvolvida por Perla Pacheco; o pós-colonialismo indiano, representado pelos Subaltern Studies e em autores como Dipesh Chakrabarty e Sanjay Seth, além dos formuladores do pensamento terceiro-mundista no contexto pós-colonial, como Robert Young;  o decolonialismo latino-americano de Anibal Quijano e Enrique Dussel; e, por fim, os estudos vinculados à tradição marxista que aqui enquadramos no espectro das teorias do desenvolvimento/subdesenvolvimento propostas por Andre Gunder Frank e Samir Amin. O balanço das perspectivas intelectuais em questão tem como objetivo apontar suas semelhanças e contrastes. Tanto do ponto de vista teórico quanto metodológico, procurou-se também observar os diferentes sentidos semânticos produzidos por tais intelectuais para o conceito em questão. Foi possível constatar duas correntes que produzem uma crítica ao eurocentrismo: uma com ênfase no aspecto cultural, vinculado às teorias do sujeito e dos “lugares de fala”; e a segunda, uma crítica holística ao eurocentrismo como fenômeno, pautada na análise macroscópica da história, tendo como objetivo ressignificar a ideia de globalidade e universalidade.  Nesse sentido, o trabalho desenvolvido procurou traçar uma narrativa sobre a reflexão do conceito de eurocentrismo e seus diferentes usos ao longo do tempo.

Biografia do Autor

André Luan Nunes Macedo, Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil, andreluanmacedo@outlook.com

Doutorando em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (2017-). Mestre em História pela Universidade Federal de São João Del-Rei (2013-2015). Foi professor substituto no curso de História da Universidade Federal de Alagoas (2016). Durante o mestrado trabalhou na área de ensino de história e história política comparada na América Latina. Atualmente continua seu programa de pesquisa na área de ensino, especialmente com a história dos livros didáticos, o conceito de eurocentrismo e a produção da Nação. Investiga as formas e funções do conhecimento histórico entre as diferentes perspectivas nacionais, refletindo principalmente sobre a questão política e ideológica como substratos fundamentais para a consolidação da narrativa histórica e na construção de sentidos temporais. Foi bolsista do PIBID (Programa Institucional de Incentivo à Docência) (2010-2011), realizando o trabalho em escolas da educação básica. Antes do mestrado realizou pesquisa de Iniciação Científica (2009-2010) com o foco nos livros didáticos de História. Recentemente foi aprovado no Programa Doutorado Sanduíche da CAPES (2019) para realizar seu estágio no Centro de Estudos Pós-Coloniais da University of Goldsmiths, Londres, sob a supervisão do professor Sanjay Seth (período de seis meses). E, também, no Centro de Estudos Latino-Americanos da University of Wisconsin- Madison, sob a supervisão da professora Lesley Bartlett. É membro da Postcolonial Studies Association e da Sociedade Brasileira de Teoria da História e História da Historiografia. Tem interesse nas áreas de Geopolítica, Relações Internacionais e nos Estudos de Inteligência.

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Publicado

2020-07-31

Como Citar

MACEDO, A. L. N. A história do eurocentrismo na história intelectual. Revista de Teoria da História, Goiânia, v. 23, n. 1, p. 257–281, 2020. DOI: 10.5216/rth.v23i1.61801. Disponível em: https://revistas.ufg.br/teoria/article/view/61801. Acesso em: 22 dez. 2024.