HISTÓRIA, RAÇA E SOCIEDADE
NOTAS SOBRE DESCOLONIZAÇÃO E HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA
Palavras-chave:
Historiografia Brasileira, Sociedade, Racismo epistêmico, Raça, Intelectualidades NegrasResumo
O presente artigo é uma contribuição ao debate sobre as relações entre pensamento historiográfico, raça e sociedade no Brasil. A partir da constatação de que os nomes legitimados como cânones da Historiografia Brasileira são compostos primariamente por homens brancos, demarcação étnicorracial – e de gênero – que tem se reproduzido ao longo do tempo, procuro estabelecer algumas premissas teóricas para a sugestão de uma descolonização do campo historiográfico. Tal visão busca problematizar a produção de intelectuais negros – e de grupos sociais não hegemônicos de forma geral – no corpo de conhecimentos autorizados acerca da realidade histórica brasileira em suas conexões com marcadores sociais da diferença, especialmente raça, posto ser esta uma questão constituinte e estruturante da própria Historiografia Brasileira. Por fim, procuro pensar, baseado em Roger Bastide, no exercício de uma autopsicanálise intelectual, referente ao papel e à postura dos historiadores brancos na reflexão e reconstrução crítica do campo.
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