Letramentos à flor da pele: Construções de sentido de uma mulher negra sobre vivências (em) e leituras (sobre) uma sociedade racista
DOI:
https://doi.org/10.5216/rp.v34i1.77912Resumo
Nosso estudo visa problematizar as construções de sentido de uma professora em formação (Licencianda em Letras Português-inglês) sobre ser/perceber-se mulher negra em uma sociedade racista e machista. As reflexões que compõem este estudo surgiram dentro de um projeto de ensino que oferecia aulas de inglês em uma universidade pública em Goiás. As aulas remotas ocorreram em junho de 2020, durante um período grave da pandemia de COVID-19, portanto de modo remoto e gratuito. Assim, a partir de uma pesquisa respaldada nos estudos pós-críticos (PARAÍSO, 2004; ST PIERRE, 2018) e tendo como base vozes de pensadoras negras como hooks (2000) e Ribeiro (2020), entre outras, problematizamos sobre racismo, feminismo negro e superação da marginalização da população negra na tentativa de promover o letramento antirracista. Os materiais empíricos – gravação das aulas, conversa roteirizada, produção textual dialogada – foram estudados de forma rizomática (DELEUZE; GUATTARI, 1995) buscando incluir as pesquisadoras e a agente no processo de construções, desconstruções e reconstruções de sentido. Concluímos o estudo, convictas da relevância da escolha de temas pertinentes à realidade dos/as alunos/as para: a promoção do engajamento na tarefa, ampliação de repertórios linguístico-político-sociais e consolidação dos letramentos críticos a partir de contextos educacionais.