Retomada Linguística do Povo Karaxuwanassu em Pernambuco

Autores

  • Maria Luisa Freitas Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, Pernambuco, Brasil, luisa.freitas@ufpe.br https://orcid.org/0009-0001-6892-6876
  • Ridivânio Procópio da Silva Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, Pernambuco, Brasil, pajejurunakaraxuwanassu@gmail.com

DOI:

https://doi.org/10.5216/sig.v37.80490

Palavras-chave:

Revitalização Linguística, língua Kaxwrietã, povo Karaxuwanassu

Resumo

Este artigo tem por intuito descrever o processo de retomada linguística da língua Kaxwrietã no território do povo Karaxuwanassu em Pernambuco, um grupo multiétnico que emergiu na região metropolitana de Recife em 2018. Este relato de experiência inscreve-se em uma agenda contemporânea associada à área de Revitalização Linguística. Nesse sentido, este estudo compreende também uma breve revisão de alguns pressupostos dessa área (Amaral, 2020; Grenoble; Whaley, 2006) e uma discussão sucinta acerca das retomadas linguísticas no Nordeste brasileiro. A experiência de retomada da língua Kaxwrietã e suas estratégias de transmissão linguística apontam para indissociabilidade entre identidade, cultura e práticas linguísticas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AMARAL, Luiz. Estratégias para revitalização de línguas ameaçadas e a realidade brasileira. Cadernos de Linguística, [s. l.], v. 1, n. 3, p. 01-44, 2020. Disponível em: https://cadernos.abralin.org/index.php/cadernos/article/view/251. Acesso em: 24 jun. 2025.

BARBOSA, Bartira Ferraz. Carta em defesa do movimento de resistência do povo Karaxuwanassu em Igarassu, Pernambuco. [Manuscrito]. Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 2023.

BONFIM, Anari Braz. Patxohã: a retomada da língua do povo Pataxó. Revista LinguíStica, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, p. 303-327, 2017. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/rl/article/view/10433. Acesso em: 24 jun. 2025.

BONFIM, Evandro. Kurâ Itanro: cosmopolítica e língua entre os Bakairi. Revista Ñanduty, [s. l.], v. 5, n. 6, p. 30-36, 2017. DOI: 10.30612/nty.v5i6.6871. Disponível em: https://ojs.ufgd.edu.br/nanduty/article/view/6871. Acesso em: 24 jun. 2025.

BONFIM, Evandro de Souza; DURAZZO, Leandro; AGUIAR, Maycon Silva. O “levante linguístico indígena” no Nordeste, no Espírito Santo e em Minas Gerais: aspectos teóricos, políticos e etnográficos. Policromias – Revista de Estudos do Discurso, Imagem e Som, Rio de Janeiro, v. 6, n. 2, p. 398-420, 2021. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/policromias/article/view/46719. Acesso em: 24 jun. 2024.

BONFIM, Evandro de Souza; DURAZZO, Leandro. Retomadas linguísticas indígenas no Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo: um mapeamento etnográfico. In: Scielo Preprints, 2023. Disponível em: https://preprints.scielo.org/index.php/scielo/preprint/download/6508/12377/12956. Acesso em: 24 jun. 2025.

BOSSAGLIA, Guilia. Linguística comparada e tipologia. São Paulo: Parábola Editorial, 2019.

BRASIL. Lei nº 6.001, de 19 de dezembro de 1973. Dispõe sobre o Estatuto do Índio. Brasília, DF: Presidência da República, [1973]. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6001.htm. Acesso em: 24 jun. 2024.

CARVALHO, Maria R.; REESINK, Edwin B. Uma etnologia no Nordeste brasileiro: balanço parcial sobre territorialidades e identificações. BIB - Revista Brasileira de Informação Bibliográfica Em Ciências Sociais, [s. l.], n. 87, p. 71-104, 2018. Disponível em: https://bibanpocs.emnuvens.com.br/revista/article/view/459. Acesso em: 24 jun. 2024.

DURAZZO, Leandro. Cosmopolíticas Tuxá: ciência, ritual e educação a partir da autodemarcação de Dzorobabé. Natal: EdUFRN, 2023.

DURAZZO, Leandro. O estatuto encantado das línguas indígenas: comunicação mais-que-humana e revitalização linguística. In: SEVERO, Cristine G. (org.). Políticas e direitos linguísticos: revisões teóricas, temas atuais e propostas didáticas. São Paulo: Pontes Editores, 2022. p. 149-168.

DURAZZO, Leandro; COSTA, Francisco Vanderlei F. da. Línguas indígenas no Nordeste brasileiro: esboço político-linguístico de seus processos de valorização. Revista del CESLA. International Latin American Studies Review, [s. l.], v. 30, p. 97-118, 2022.

EBERHARD, David M., SIMONS, Gary F.; FENNIG, Charles D. (ed.). Ethnologue: Languages of the World. Twenty-sixth edition. Dallas, Texas: SIL International. 2025. Online version. Disponível em: http://www.ethnologue.com. Acesso em: 04 ago. 2025.

FREITAS, Maria Luisa; SOUZA, Vinícius Albuquerque de. Por um olhar tipológico para o ensino de gramática. ReVEL, [s. l.], v. 22, n. 42, p. 240-263, 2024. Disponível em: http://www.revel.inf.br/files/1d18d3c1f9ed275e7f3a2034ec443d6f.pdf. Acesso em: 24 jun. 2025.

GRENOBLE, Lenore; WHALEY, Lindsay. Saving Languages: An introduction to language revitalization. Cambridge: Cambridge University Press, 2006.

HINTON, Leanne. Language revitalization: An overview. In: HINTON, Leanne; HALE, Ken (ed.). The green book of language revitalization in practice. Leiden: BRILL, 2001. p. 3-18.

JACOBS, Annette. A chronology of Mohawk language instruction at Kahnawà:ke. In: GRENOBLE, Lenore; WHALEY, Lindsay (ed.). Endangered Languages: Current issues and future prospects. Cambridge: Cambridge University Press, 1998. p. 117-123.

KARIRI-XOCÓ, Idiane; KARIRI-XOCÓ, Nhenety; NELSON, Diane; PITMAN, Thea. A retomada da língua kariri-xocó. Cadernos de Linguística, [s. l.], v. 1, n. 3, p. 01-13, 2020.

KING, Jeanette. Te Kohanga Reo: Maori language revitalization. In: HINTON, Leanne; HALE, Ken (ed.). The green book of language revitalization in practice. San Diego, CA: Academic Press, 2001. p. 119-128.

LAPENDA, Geraldo Calábria. O dialecto Xukuru. Doxa, ano X, Recife: Diretório Acadêmico da Faculdade de Filosofia/Universidade do Recife, n. 10, p. 11-23. 1962. Disponível em: http://www.etnolinguistica.org/biblio:lapenda-1962-xucuru. Acesso em: 24 jun. 2025.

LOUKOTKA, Čestmir. Classification of South American Indian languages. Los Angeles: UCLA Latin American Center, 1968.

MAIA, Marcus. Manual de Linguística: subsídios para formação de professores indígenas. SECAD: Brasília, 2006.

MEADER, Robert E. Índios do Nordeste: levantamento sobre os remanescentes tribais do nordeste brasileiro. Brasilia, DF: SIL International, 1978. Disponível em: https://www.silbrazil.org/resources/archives/16988. Acesso em: 24 jun. 2025.

MORAES, Vanessa Coelho. Refletindo sobre as concepções de revitalização linguística e língua morta a partir do contexto kiriri. Policromias – Revista de Estudos do Discurso, Imagem e Som, Rio de Janeiro, v. 6, n. 2, p. 485-513, 2021. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/v/164828. Acesso em: 24 jun. 2025.

MONSENHOR TABOSA. Lei nº 13 de 03 de maio de 2021. Dispõe sobre o reconhecimento da língua nativa Tupi-Nheengatu como língua cooficial do município de Monsenhor Tabosa e dá outras providências. Monsenhor Tabosa, CE: Prefeitura Municipal, 2021. Disponível em: https://www.monsenhortabosa.ce.gov.br/arquivos/292/LEIS%20MUNICIPAIS_13_2021_0000001.pdf. Acesso em: 24 jun. 2025.

NASCIMENTO, Marcia Gojten, MAIA, Marcus, WHAN, Chang. Kanhgág Vi Jagfe – Ninho de língua e cultura Kaingang na Terra Indígena Nonoai (RS) – Uma proposta de diálogo intercultural com o povo Maori da Nova Zelândia. Revista LinguíStica/Revista do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, p. 367-383, 2017. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/rl/article/view/10436. Acesso em: 24 jun. 2025.

NÓBREGA, Vitor Augusto; MINUSSI, Rafael Dias. O tratamento da morfologia não-concatenativa pela morfologia distribuída: o caso dos blends fonológicos. Revista Letras, Curitiba, n. 91, p. 158-177, 2015. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/letras/article/view/40094. Acesso em: 24 jun. 2025.

PACHECO DE OLIVEIRA, João; FREIRE, Carlos Augusto da Rocha. A presença indígena na formação do Brasil. Brasília, DF: SECAD, 2006.

PÉREZ BÁEZ, Gabriela; VOGEL, Rachel; PATOLO, Uia. Global survey of revitalization efforts: A mixed methods approach to understanding language revitalization practices. Language Documentation & Conservation, [s. l.], v. 13, p. 446-513, 2019. Disponível em: https://scholarspace.manoa.hawaii.edu/items/fb8aaeddcebb- 4bac-83d8-343700f479f8. Acesso em: 24 jun. 2025.

PETERS, Margaret; PETERS, Theodore. Our Kanien ́k ́eha language. In: HINTON, Leanne (ed.). Bringing our languages home: language revitalization for families. Berkeley, CA: Heyday Books, 2013. p. 61-79.

POMPEU SOBRINHO, Thomas. Línguas Tapuias desconhecidas do Nordeste: alguns vocabulários inéditos. Boletim de Antropologia, Fortaleza-CE, v. 1, ano 2, p. 3-19, 1958. Disponível em: https://etnolinguistica.wdfiles.com/local--files/biblio%3Apompeu-1958-desconhecidas/Pompeu_1958_LinguasTapuiasDesconhecidasNE_BA2n1.pdf. Acesso em: 24 jun. 2025.

RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. A originalidade das línguas indígenas brasileiras. Revista Brasileira de Linguística Antropológica, [S. l.], v. 9, n. 1, p. 187–195, 2018. DOI: 10.26512/rbla.v9i1.19521. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/ling/article/view/19521. Acesso em: 24 jun. 2025.

WARNER, Sam L. No’eau. The movement to revitalize the Hawaiian language and culture. In: HINTON, Leanne; HALE, Ken (ed.). The Green Book of Language Revitalization in Practice. San Diego, CA: Academic Press, 2001. p. 133-144.

Downloads

Publicado

2025-09-08

Como Citar

FREITAS, Maria Luisa; SILVA, Ridivânio Procópio da. Retomada Linguística do Povo Karaxuwanassu em Pernambuco. Signótica, Goiânia, v. 37, p. e80490 , 2025. DOI: 10.5216/sig.v37.80490. Disponível em: https://revistas.ufg.br/sig/article/view/80490. Acesso em: 5 dez. 2025.

Edição

Seção

Estudos Linguísticos