NIETZSCHE E A HISTÓRIA DA FILOSOFIA: OPOSIÇÃO OU CONTINUIDADE?
Resumo
O problema posto inicialmente pela autora deixa claro o caminho a ser perscrutado ao longo do livro: a idéia de que é possível estabelecer certa relação de continuidade entre Nietzsche e Kant a partir de relações que a nós poderiam apresentar-se como puramente contraditórias. Duas questões são formuladas a partir daí. A primeira é compreender qual o papel que Kant e Schopenhauer ocupam no processo de auto-superação da moral e qual o lugar que Nietzsche requisitaria para a sua própria filosofia, a saber, como uma filosofia que pretende uma superação dos objetivos da crítica kantiana ou uma execução acabada desses objetivos.
Tais questões são formuladas, sobretudo, nos escritos nietzscheanos posteriores a 1885. Merece destaque Para a genealogia da moral, abordado na primeira parte do livro. A autora coloca em debate a univocidade das interpretações que sustentam que o objetivo da Genealogia seria desmistificar a origem dos valores.
Se esta é uma questão recorrente nos comentadores de Nietzsche, Fonseca não se limita à sua exposição, tampouco a uma compreensão imediata dos objetivos e temas gerais de Para a genealogia da moral. A análise aí empreendida questiona em que medida o projeto genealógico pode ser denominado “crítico”, o que permite compreender o alcance da tarefa a que Nietzsche se propõe; e, neste momento, a autora é tácita: não se trata de pensar em Nietzsche “como um iluminista capaz de desvendar os véus que dissimulam uma origem escondida, o que equivale a impor sua própria tese genealógica como última” (p. 33).
Ora, se a crítica nietzscheana não pretende um esforço no sentido de desvendar origens – uma atividade “desalienadora” –, como pensa Lebrun, o termo “crítica” parece apropriado, desde que, adverte Fonseca, entendamos “por este termo o método que consiste em opor uma interpretação a seus próprios pressupostos e a suas próprias exigências metodológicas” (p. 54). Ou seja, sem que se pretenda extrair um juízo último da validade dos pressupostos.
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