AS CELEBRAÇÕES, A MEMÓRIA TRAUMÁTICA E OS RITUAIS DE ANIVERSÁRIO

Autores

  • Telma Camargo da Silva

Resumo

Os eventos que aconteceram em Goiânia e marcaram o mês de setembro de 1987 como o tempo físico do “maior desastre radiológico do mundo” sugerem que, em 2007, se anunciem os vinte anos do desastre. Mas o que significa esta passagem do tempo para os diferentes atores sociais do desastre? Quer dizer, a narrativa do aniversário é a mesma, entre outros, para os radioacidentados, para os estudiosos do tema, para os profissionais que trabalharam na contenção da radiação e na purificação dos espaços e dos corpos contaminados, para as organizações governamentais responsáveis pelo gerenciamento da catástrofe, para as ONGs? No caso de Anita, a avó do conto de Clarice Lispector, o tempo físico – 89 anos – é apropriado pelas diferentes significações que a ele atribuem a amiga, os familiares e a própria avó. Para os filhos, para a filha, para a viúva do filho predileto, o aniversário da avó se constitui em um encontro ritualístico que se renova a cada ano e que desnuda as múltiplas relações familiares que vão se constituindo e/ou se desfazendo ao longo do tempo. Para Anita, viver com 89 anos significa entender a invisibilidade, a dependência física e vivenciar “aquela angústia muda, de contemplação impotente” face à passagem de mais um aniversário. (Continua...)

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Publicado

31-07-2017

Como Citar

DA SILVA, T. C. AS CELEBRAÇÕES, A MEMÓRIA TRAUMÁTICA E OS RITUAIS DE ANIVERSÁRIO. Revista UFG, Goiânia, v. 9, n. 1, 2017. Disponível em: https://revistas.ufg.br/revistaufg/article/view/48157. Acesso em: 27 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Mundo Digital e a Universidade