Sobre a Essência do Riso
Resumo
Não quero escrever um tratado sobre a caricatura? quero simplesmente levar ao leitor algumas reflexões que fiz com freqüência sobre esse gênero singular.Tais reflexões tornaramse para mim uma espécie de obsessão. Ao expôlas, quis me aliviar. Aliás, esforceime ao máximo para organizálas em uma certa ordem e, assim, tornar sua digestão mais fácil. Este é, pois, puramente, um artigo de filósofo e de artista. Uma história geral da caricatura, em suas relações com todos os fatos políticos e religiosos, graves ou frívolos, relativos ao espírito nacional ou à moda, que agitaram a humanidade, é, certamente, uma obra gloriosa e importante. Esse trabalho está ainda por ser feito, pois os ensaios publicados até o momento não passam de documentos? mas eu pensei que seria preciso dividir tal trabalho. É claro que uma obra sobre a caricatura, assim compreendida, é uma história de acontecimentos, uma imensa galeria anedótica. Na caricatura, muito mais do que nos demais ramos da arte, há dois tipos de obras preciosas e recomendáveis, por razões diferentes e quase opostas. Umas não valem senão pelo acontecimento que representam. Elas merecem, sem dúvida, a atenção do historiador, do arqueólogo e até mesmo do filósofo e devem ocupar um lugar nos arquivos nacionais, entre os registros biográficos do pensamento humano. Como as folhas soltas do jornalismo, elas desaparecem, levadas pelo sopro incessante que traz folhas novas. Mas as outras, e é delas que quero ocuparme especialmente, contêm um elemento misterioso, durável, eterno que as torna dignas da atenção do artista. Que coisa curiosa e verdadeiramente digna de atenção a introdução desse elemento inapreensível do belo, até mesmo nas obras destinadas a representar para o homem sua própria feiúra moral e física! E, coisa não menos misteriosa: esse espetáculo lamentável excita, nele, uma hilaridade imortal e incorrigível. Eis, aí, pois, o verdadeiro assunto deste artigo. (Continua...)Downloads
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