Esta é uma versão desatualizada publicada em 2025-10-06. Leia a versão mais recente.

As absolvições da filosofia heideggeriana no tribunal da história

Autores

  • Álvaro Ribeiro Regiani Universidade Estadual de Goiás (UEG), Goiás, Goiás, Brasil, alvaro.regiani@ueg.br

DOI:

https://doi.org/10.5216/hr.v29i3.80044

Palavras-chave:

Heidegger. Nazismo. Imprensa.

Resumo

Este artigo busca interpretar as “absolvições” da filosofia heideggeriana acusada de associação com o nazismo e da culpa mural de Martin Heidegger pelo seu silêncio sobre o Holocausto por meio da análise de artigos de opinião elaborados por filósofos brasileiros e publicados nos jornais O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo e Jornal do Brasil entre as décadas 1980-1990. O impacto do livro Heidegger e o nazismo (1987), do filósofo chileno Víctor Farías, foi rapidamente antagonizado por esses intelectuais que, de modo geral, sustentavam a necessidade de separar a obra e a vida político-partidária de Heidegger, bem como a incoerência na constituição de um “tribunal” político-moral da filosofia. Entre acusações e defesas, a absolvição de um sujeito cujo envolvimento com o nazismo é de amplo conhecimento em meio a consolidação democrática latino-americana marca o “caso Heidegger” como um sinônimo dos impasses da justiça e de sua narração.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Álvaro Ribeiro Regiani, Universidade Estadual de Goiás (UEG), Goiás, Goiás, Brasil, alvaro.regiani@ueg.br

Professor Adjunto de História das Américas e das Áfricas na Universidade Estadual de Goiás - Campus Nordeste. Licenciado em História pela Universidade Estadual de Goiás Campus Nordeste (2005); Especialista em Filosofia Política pela Universidade de Brasília (2009); Mestre em História pela Universidade de Brasília (2018); Doutor em História pela Universidade Federal de Goiás (2022). Pesquisador no grupo de pesquisa História Pública, do Universidade Estadual do Paraná. Membro do Grupo de Pesquisa Literatura em Interfaces: transdisciplinaridade e interculturalidade (LINTERFACES). Vice-coordenador do Grupo de Trabalho Direitas, História e Memória (ANPUH-GO). Principais áreas de pesquisa: História das Américas; História das Áfricas; História do Brasil; História da Filosofia; História e cultura indígena; História e cultura afro-brasileira; História e das relações de gênero. Pai de Maria Luisa Medeiros Teixeira.

Referências

ARENDT, Hannah. Homens em tempos sombrios. Tradução de Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das letras, 2008.

ARENDT, Hannah. Sobre Hannah Arendt. Tradução de Adriano Correia. Inquietude, Goiânia, vol. 1, nº2, ago/dez-2010.

BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: Ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução Sérgio Paulo Rouanet; prefácio Jeanne Marie Gagnebin - 8ª Ed. revista. São Paulo: Brasiliense, 2012 (Obras Escolhidas v.1).

BORGES, Jorge Luis. O Aleph (1949). Tradução Davi Arrigucci Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

C NFORA, Luciano. Um ofício perigoso: A vida cotidiana dos filósofos gregos. São Paulo: Perspectiva, 2003.

COUTINHO, Wilson. O sedutor da floresta negra. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, 06 de Ago de 1988. Caderno B/Especial. Disponível em http://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/ Acesso em 15 de Maio de 2024.

FARIAS, Victor. Heidegger e o nazismo: Moral e política. Tradução de Sieni Maria Campos. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

FARIAS, Victor. O nazismo na vida e na obra de Heidegger. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, 06 de Ago de 1988. Caderno B/Especial. Disponível em http://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/ Acesso em 15 de Maio de 2024.

HARTOG, François. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo. Tradução Andréa Souza de Menezes e Bruna Beffart. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.

LILA, Mark. A mente imprudente: Os intelectuais na atividade política. Tradução de Clóvis Marques. Rio de Janeiro, Record, 2017

LOPARIC, Zeljko. Heidegger Réu: Um ensaio sobre a periculosidade da filosofia. Campinas-SP: Papirus, 1990.

NUNES, Benedito. O nazismo de Heidegger. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, 05 de Fev de 1989. Caderno B/Especial. Disponível em http://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/ Acesso em 15 de Maio de 2024.

PIGLIA, Ricardo. Respiração artificial. Tradução Heloisa Jahn. São Paulo: MEDIAfashion, 2012.

REGIANI, Álvaro. Contribuições filosóficas de Hannah Arendt para a historiografia contemporânea. Kalagatos, v. 10, n. 19, p. 13–33, 2013.

RÜSEN, Jörn. Teoria da história: uma teoria da história como ciência. Tradução de Estevão C. de Resende Martins. Curitiba: Editora UFPR, 2015.

Downloads

Publicado

2025-10-06

Versões

Como Citar

RIBEIRO REGIANI, Álvaro. As absolvições da filosofia heideggeriana no tribunal da história. História Revista, Goiânia, v. 29, n. 3, p. 201–220, 2025. DOI: 10.5216/hr.v29i3.80044. Disponível em: https://revistas.ufg.br/historia/article/view/80044. Acesso em: 5 dez. 2025.