Machado de Assis en français
latinité et questions raciales dans la première reception de l’oeuvre de Machado de Assis en France
DOI :
https://doi.org/10.5216/hr.v29i2.80843Mots-clés :
Traduction et circulation de l'oeuvre de Machado de Assis, La littérature et le journal, Race et racismeRésumé
L'objectif de cet article est d'examiner le premier contexte de réception de l'œuvre de Machado de Assis en France, au début des années 1910. À cette époque, la maison Garnier Frères a fait publié Quelques contes (1910), traduction de Várias histórias (1896), et Mémoires posthumes de Braz Cubas (1911), traduction du roman de 1881. Je soutiens que l'éditeur a profité de deux événements connexes : la Fête de l'intellectualité brésilienne, qui a eu lieu en avril 1909 à l'Université de la Sorbonne, et la publication, en septembre de la même année, du volume Machado de Assis et son œuvre littéraire. Par l'analyse de ces œuvres et de l'écho de la "Fête" dans la presse brésilienne et française, je cherche à discuter de la construction de la figure de l'auteur de Brás Cubas comme un "écrivain latin" en France. Ce faisant, l'objectif est de démontrer que la "latinité" de Machado de Assis, en particulier, et des auteurs latino-américains, en général, impliquait la prise en compte de questions raciales, comprises de deux manières opposées : une raciste et l’autre, antiraciste.
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