Museus de Resistência no Brasil e em Portugal

objetos simbólicos de mediação

Auteurs-es

Mots-clés :

Ditadura civil-militar (Brasil), Ditadura salazarista, Transição democrática, Revolução dos Cravos, Lugares de Memória, Museus de Resistência, Direitos humanos

Résumé

Análise do significado histórico, político e simbólico do Memorial da Resistência de São Paulo e do Museu do Aljube - Resistência e Liberdade de Portugal São feitas, inicialmente, observações sobre os cenários políticos da ditadura civil-militar brasileira e da ditadura salazarista, bem como a transição desses países para a democracia. Nesse contexto, são discutidas as diferentes abordagens do conceito “Lugares de Memória” para compreender os princípios que informam as práticas de mediação cultural dos museus de resistência. Nas conclusões são ressaltadas o protagonismo dos museus de resistência nas lutas por Memória, Verdade e Justiça, por Direitos Humanos e preservação do patrimônio político-cultural.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Bibliographies de l'auteur-e

Caio Vargas Jatene, Universidade de São Paulo (USP)

Doutorando em Ciência da Informação pela Universidade de São Paulo. Possui experiência profissional no Museu Paulista da USP (Museu do Ipiranga), no arquivo histórico do Instituto Butantan e como pesquisador do Memorial da Resistência de São Paulo.

Mariana Ramos Crivelente, Universidade de São Paulo (USP)

Doutoranda em Ciência da Informação na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Bolsista de doutorado da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Nair Yumiko Kobashi, Universidade de São Paulo (USP)

Doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo e Doutora em Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Professora livre-docente da Universidade de São Paulo e integrante do Grupo de Pesquisa SCIENTIA.

Références

ADORNO, T. Prismas: crítica cultural e sociedade. São Paulo: Ática, 1998.

ALMEIDA, Joana Miguel. Memórias e experiências para além da exposição: (re)visitar o passado no Museu do Aljube. MIDAS, n. 16, ago. 2023, p. 1-15.

AQUINO, Maria Aparecida de. DEOPS/SP: visita ao centro da mentalidade autoritária. In: Dossiês DEOPS/SP: Radiografias do Autoritarismo Brasileiro – Volume 2. São Paulo: Arquivo do Estado/Imprensa Oficial do Estado, 2002. p. 19-45.

ARANTES, Otília B. F. Os novos museus. Novos Estudos CEBRAP, n. 31, out. 1991, p. 161-169.

ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

ASSMAN, Aleida. Espaços de recordação. Campinas: Unicamp, 2011.

AUGUSTO, Claudio. A Revolução Portuguesa. São Paulo: Unesp, 2012.

BRASIL. Comissão Nacional da Verdade. Mortos e desaparecidos políticos. Brasília: CNV, 2014.

BRITO, Ana Paula; JULIÃO, Letícia. Museologia de memórias traumáticas: a experiência brasileira e as memórias da ditadura. Revista memória em rede. v. 15, n. 29, 2023.

CATELA, Ludmila da Silva. Situação-limite e memória: a reconstrução do mundo dos familiares de desaparecidos da Argentina. São Paulo: Hucitec/Anpocs, 2001.

CODATO, Adriano Nervo. Uma história política da transição brasileira: da ditadura militar à democracia. Revista de Sociologia Política, n. 25, p. 83-106. 2005.

FABBRINI, Ricardo. A fruição nos novos museus. Especiaria - Cadernos de Ciências Humanas. v. 11, n. 19, jan./jun. 2008, p. 245-268.

FERNANDES, Florestan. Circuito fechado. São Paulo: Globo, 2010.

FICO, Carlos. Ditadura militar brasileira: aproximações teóricas e historiográficas. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 9, n. 20, p. 5-74, jan./abr. 2017.

FOUCAULT, Michel. O corpo utópico, as heterotopias. São Paulo: Edições n.1, 2013.

FRANCO, Marina. Do terrorismo de estado à violência estatal: problemas históricos e historiográficos no caso argentino. In: MOTTA, Rodrigo Patto Sá (org.). Ditaduras militares: Brasil, Argentina, Chile e Uruguai. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2015.

HARTOG, François. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.

HOMULOS, Peter. Museums to libraries: a family of collecting institutions. Art libraries journal, v. 15, n. 1, p. 11-13, 1990.

HUYSSEN, Andreas. Seduzidos pela memória: arquitetura, monumentos, mídia. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2000

ICOM. International Council of Museums. Museum Definition. 2022. Disponível em: https://icom.museum/en/resources/standards-guidelines/museum-definition/. Acesso em 01 mar. 2024.

JEANNERET, Yves. La relation entre médiation et usage dans les recherches en information-communication en France. Electronic Journal of Communication Information & Innovation in Health, v. 3, n. 3, p. 25-34, 2009.

JEANNERET, Yves; RONDOT, Camille. Médiation de la médiation au musée du Louvre. Des logiques de recherche au sein d'un projet politique. Les Enjeux de l'information et de la communication, n. 1, p. 131-147, 2013.

JOFFILY, Mariana. No centro da engrenagem: os interrogatórios na Operação Bandeirante e no DOI de São Paulo (1969-1975). 2008. Tese (Doutorado em História Social) - Departamento de História, Universidade de São Paulo, 2008.

KREFT, Francisca; LE SAUX, Mariane; LAUZÁN, Silvana. Políticas públicas de verdad y memoria en 7 países de América Latina. Santiago, Chile: Programa Derechos Humanos y Democracia, 2011.

MARTINS, Ana Rita Nunes Lopes. A musealização de heranças difíceis: o caso do Museu do Aljube - Resistência e Liberdade. 2015. Dissertação (Mestrado em Museologia) – Faculdade de Ciências Humanas, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 2015.

MENESES, Ulpiano B. Os museus e as ambiguidades da memória: a memória traumática. In: CONFERÊNCIA – ENCONTRO PAULISTA DE MUSEUS, 10., 2018. São Paulo: 2018. p. 1-16.

NAPOLITANO, Marcos. 1964: História do Regime Militar Brasileiro. São Paulo: Ed. Contexto, 2014.

NEVES, Deborah Regina Leal. A persistência do passado: patrimônio e memoriais da ditadura em São Paulo e Buenos Aires. 2014. Dissertação (Mestrado em História Social) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014.

NORA, Pierre. Entre Memória e História: a problemática dos lugares. Trad. Yara Aun Khoury. Projeto História, São Paulo, n.10, dez. 1993.

NOVARO, Marcos; PALERMO, Vicente. A Ditadura Militar Argentina 1976-1983: do golpe de Estado à restauração democrática. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2007.

PADRÓS, E. S. Ditaduras de segurança nacional em regiões de fronteira: o Rio Grande do Sul e a Rede de Direitos Humanos. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, 27., 2013, Natal. Anais [...]. Natal, 2013.

POLLAK, Michael. Memória, esquecimento, silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, p. 3-15, 1989.

QUINALHA, Renan. Com quantos lados se faz uma verdade? Notas sobre a Comissão Nacional da Verdade e a “teoria dos dois demônios”. Revista Jurídica da Presidência. Brasília. v. 15, n. 105, p. 181-204, fev./mai. 2013.

SÃO PAULO (Brasil). Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania. Memórias resistentes, memórias residentes: lugares de memória da ditadura civil-militar no município de São Paulo. São Paulo: Memorial da Resistência de São Paulo: Associação Pinacoteca Arte e Cultura, 2017.

SECCO, Lincoln. A Crise do Império Colonial Português: Economias, Espaços e Tomadas de Consciência (1961-1975). 2003. Tese (Doutorado em História Econômica) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.

SECCO, Lincoln. 25 de abril de 1974: a Revolução dos Cravos. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005.

SILVA, Daniel B. Domingues da. Museu do Aljube Resistência e Liberdade, Lisboa, Portugal. The American Historical Review, v. 124, n. 5, dez. 2019, p. 1805–1806.

SOSA GONZÁLEZ, Ana Maria, FERREIRA, Maria Leticia. Memoria musealizada: un estudio sobre los processos de patrimonialización de memorias traumáticas en Uruguay y Brasil. Revista Eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio - PPG-MUS Unirio/MAST, v. 7, n. 1, p. 109-130, 2014.

STAMPA; SANTANA; RODRIGUES, 2014 STAMPA, Inez; SANTANA, Marco Aurelio; RODRIGUES, Vicente. Direito à memória e arquivos da ditadura: a experiência do Centro de Referência Memórias Reveladas. In: THIESEN, Icléia (org.). Documentos sensíveis: informação, arquivo e verdade na Ditadura de 1964. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2014.

SUANO, Marlene. O que é museu. São Paulo: Brasiliense, 1986.

TENAGLIA, Mônica. As Comissões da Verdade no Brasil: contexto histórico-legal e reconstrução das estratégias e ações para acesso aos arquivos. 2019. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) - Faculdade de Ciência da Informação, Universidade de Brasília, 2019.

THIESEN, Icléia; COITINHO, Angélica. BNM e BNM Digit@l: arquivo, memória e verdade - o caso Chael. In: THIESEN, Icléia (org.). Documentos sensíveis: informação, arquivo e verdade na Ditadura de 1964. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2014.

VALÉRY, Paul. Le problème des musées. In: HYTIER, Jean (Ed.). Paul Valéry - Oeuvres II. Paris: Éditions Gallimard, 1960, p. 1290-1293.

Téléchargements

Publié-e

2024-10-15

Comment citer

VARGAS JATENE, C.; RAMOS CRIVELENTE, M.; YUMIKO KOBASHI, N. Museus de Resistência no Brasil e em Portugal: objetos simbólicos de mediação. História Revista, Goiânia, v. 29, n. 1, p. 163–185, 2024. Disponível em: https://revistas.ufg.br/historia/article/view/79239. Acesso em: 18 déc. 2024.