SACRALIDADE E MONARQUIA NO REINO DE TOLEDO (SÉCULOS VI-VIM)
DOI:
https://doi.org/10.5216/hr.v11i1.9143Resumen
Numa leitura simbólico-metafórica da conversão oficial ao catolicismo de Recaredo, em 589, ficava estipulado, através da sacralização régia, uma ordem ético-normativa. Implicava, pois, a submissão a todos elementos supranaturais que envolviam o rei; a desobediência a eles também se vinculava a elementos supranaturais, mas ligados ao conceito cristão do mal, de pecado. Era, dessa forma, uma desobediência às normas divinas. A criação da monarquia católica visigoda poderia ser encaixada, pois, dentro do que se poderia chamar de mitologia de origem refundante, na medida em que, diante da precariedade e instabilidade decorrentes da incipiente “conversão” recorria à gestualidade ritual ou procurava criar, com Recaredo, uma narrativa mitológica não estabelecida como memória, mas determinante da nova situação.
PALAVRAS-CHAVE: Alta Idade Média, sacralidade, monarquia, reino de Toledo.
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