Quando o passado se torna escudo/espelho das inquietudes do tempo presente

a resistência democrática, no Brasil, em tempos de efemérides

Autores

Palavras-chave:

Comemorações, Efêmerides, Conhecimento Histórico, Cultura de Oposição, Ditadura militar brasileira

Resumo

Este artigo tem como objetivo fundamental pensar, de um lado, como se deu o processo de apropriação do conhecimento histórico, por parte da Ditadura Militar brasileira, com vistas à construção de perspectivas sociais amplas, que fossem capazes de solidificar o sentido de pertencimento a uma nação que buscava a liberdade, por meio da luta contra o comunismo. De outro, este artigo lança luz sobre uma parcela do teatro brasileiro, que fez parte cultura de oposição, posicionando-se, do ponto de vista político e ideológico, num campo contrário aos governos militares, fazendo uso de temas históricos em seus espetáculos. Fundamentalmente, este artigo também pretende jogar luz sobre os diálogos que foram mantidos entre a Ditadura Militar brasileira e o governo português, durante as comemorações do sesquicentenário da Independência (1972), bem como quer mostrar como a cultura de oposição, usando temáticas históricas, apresentou interpretações alternativas e críticas aos propósitos dos governantes do período.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rosangela Patriota Ramos, Universidade Presbiteriana Mackenzie

Doutora em História Social pela Universidade de São Paulo. Professora Assistente Doutora no Programa de Pós-Graduação em Educação, Artes e História da Cultura (PPGEAHC) da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Professora Titular Aposentada da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Bolsista Produtividade CNPq 1C.

Alcides Freire Ramos, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo. Professor Titular da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Bolsista Produtividade do CNPq 1D.

Referências

BERNARDET, Jean-Claude; RAMOS, Alcides Freire. Cinema e História do Brasil. São Paulo: Edições Verona, 2013.

CORDEIRO, Janaina Martins. Anos de chumbo ou anos de ouro? A memória social sobre o governo Médici. Estudos Históricos (Rio de Janeiro), 22 (43), junho 2009. https://doi.org/10.1590/S0103-21862009000100005 (Acesso em 20/04/2024).

ESCOBAR, Ruth. Maria Ruth – uma autobiografia. São Paulo: Mandarim, 1999.

FERNANDES, Rofran. Teatro Ruth Escobar: 20 anos de resistência. São Paulo: Global, 1985.

GEISEL, Ernesto. Discurso de 1º de maio, proferido em Volta Redonda. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 2 de maio de 1976. APUD: VESENTINI, Carlos Alberto. A teia do fato: uma proposta de estudo sobre a Memória Histórica. São Paulo: Hucitec/História Social – USP, 1997, p. 157-158.

GUERRA, Marco Antônio Guerra. A Viagem e o Jogo do Poder. In: _____. Carlos Queiroz Telles: história e dramaturgia em cena (Década de 70). São Paulo: Annablume, 1993.

KEHL, Maria Rita. Eu vi um país na TV. In: SIMÕES, Inimá F.; COSTA, Alcir Henrique da; KEHL, Maria Rita. Um país no Ar – História da TV Brasileira em três canais. São Paulo: Brasiliense, 1986, pp. 167-276.

MACHADO, Álvaro. [...] metade é verdade – Ruth Escobar. São Paulo: Edições SESC, 2020.

MÉDICI, Emílio Garrastazu. Folha de S. Paulo, 31/10/1969. APUD: NADER, Pedro Eduardo Portilho de. Sobre “uma vida melhor” – a respeito do consumismo no governo Médici. Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material 35 (1987): 201-220.

MÉDICI, Emilio Garrastazu. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, nº 139, 07/09/1972, Caderno B, p. 2.

MONTEIRO, Michelli Cristine Scapol. São Paulo na disputa pelo passado: o Monumento à Independência, de Ettore Ximenes. São Paulo: Edições SESC, 2023.

NADER, Pedro Eduardo Portilho de. Sobre “uma vida melhor” – a respeito do consumismo no governo Médici. Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material 35 (1987): 201-220. PDF (www.encontro2008.rj.anpuh.org). Acesso em 20/04/2024.

PATRIOTA, Rosangela; RAMOS, Alcides Freire. Semana de Arte Moderna de 1992 revisitada pela dramaturgia de Carlos Queiroz Telles, sob a direção de Fernando Peixoto, no contexto da resistência democrática (1972). Projeto História. Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, v. 73, p. 220-244, 2022.

PEIXOTO, Fernando. Frei Caneca: sacerdote, exemplo, rua, revolucionário, personagem. In: ___________. Teatro em Pedaços. 2 ed., São Paulo: Hucitec, 1989, pp. 139-141.

RAMOS, Alcides Freire. Canibalismo dos fracos: cinema e história do Brasil. Bauru/SP: Edusc, 2002.

REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO, abr./jun., 1972: 250-251. APUD: ALMEIDA, Adjovanes Thadeu Silva de. Brasil e Portugal no Sesquicentenário da Independência Brasileira (1972). Anais do XIII Encontro de História Anpuh-Rio, 2008.

TELLES, C. Q. Carlos Queiroz Telles, fala sobre o teatro de Carlos Queiroz Telles. In: GUERRA, Marco Antônio. Carlos Queiroz Telles: história e dramaturgia em (década de 70). São Paulo: Annablume, 1993, pp. 131-146.

VESENTINI, Carlos Alberto. A teia do fato: uma proposta de estudo sobre a Memória Histórica. São Paulo: Hucitec/História Social – USP, 1997.

VIANNA FILHO, Oduvaldo. Entrevista a Ivo Cardoso (1974). In: PEIXOTO, Fernando (org.). Vianinha: teatro – televisão – política. São Paulo: Brasiliense, 1983, pp. 174 – 187.

ZANOTTO, Ilka Marinho. A Viagem. In: FERNANDES, Rofran. Teatro Ruth Escobar: 20 anos de resistência. São Paulo: Global, 1985. (publicado originalmente no Anuário das Artes, 1972, São Paulo: Associação de Críticos de Artes, 1973, pp. 57-60).

Downloads

Publicado

2024-10-15

Como Citar

PATRIOTA RAMOS, R.; FREIRE RAMOS, A. Quando o passado se torna escudo/espelho das inquietudes do tempo presente: a resistência democrática, no Brasil, em tempos de efemérides. História Revista, Goiânia, v. 29, n. 1, p. 78–100, 2024. Disponível em: https://revistas.ufg.br/historia/article/view/79221. Acesso em: 16 nov. 2024.