A Cooperação científica nas controvérsias sobre os fundamentos da revolução quântica
DOI:
https://doi.org/10.5216/hr.v28i1.74961Palavras-chave:
: Cooperação inter-científica, Física quântica, Sociedade Italiana de Física, Dissidentes quânticosResumo
O artigo analisa a cooperação entre ciências na produção do conhecimento e o papel das ciências humanas nos debates dos fundamentos da revolução quântica. Discussões baseadas na história e filosofia da ciência nos cursos de 1970/1972 da Escola de Verão Enrico Fermi, Varenna, Itália, sinalizaram possibilidades de prosseguimento da construção da teoria quântica, combinando experimentos e contribuições teóricas, uma via tipicamente heterodoxa. Antes defendia-se que o
encaminhamento das controvérsias dar-se-ia por meio de procedimentos metodológicos limitados a experimentos sucessivos, uma via epistemológica tipicamente positivista e ortodoxa. O trabalho menciona o protagonismo de pesquisadores italianos na organização dos cursos referidos. O método é o de construção de narrativa baseada na historiografia da física e na utilização de fontes originais, obtidas em epistolário dos pesquisadores referidos. O artigo conclui pela relevância da cooperação
inter-científica no lidar com o paradigma da complexidade.
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