Grafismo e cosmologia na cerâmica Marajoara

Autores

  • Daiana Travassos Alves Universidade Federal do Pará, Belém, Pará, Brasil, daianatalves@ufpa.br
  • Erêndira Oliveira Museu Paraense Emílio Goeldi, Pará, Belém, Brasil, erendira.oliveira@gmail.com https://orcid.org/0000-0001-7358-0796

DOI:

https://doi.org/10.5216/hawo.v5.81134

Palavras-chave:

Cosmologia indígena, Arqueologia amazônica, Perspectivismo ameríndio, Cerâmica marajoara, Ilha do Marajo

Resumo

Centenas de artefatos cerâmicos provenientes da Ilha de Marajó, Brasil, compõem coleções museológicas em todo o mundo, encantando olhares de variados públicos. A elaborada cerâmica polícroma, combinando as pinturas preta, vermelha e branca, exibe uma diversidade de elementos gráficos executados em incisões e excisões, e que aludem a cobras, lagartos, jacarés, escorpiões, corujas e outros seres, formando figuras híbridas. Esta cerâmica é atribuída às sociedades marajoara que habitaram a ilha entre os séculos V e XIV, organizando-se em sistemas políticos regionais e que manejavam a paisagem e reproduziam na cerâmica uma linguagem iconográfica – um modo de comunicação visual da sua cosmopolítica. Estes grafismos são entendidos como elementos de diálogo com os universos ontológicos ameríndios, importantes na constituição das identidades sociais e na construção dos corpos marajoara. Este ensaio revisa alguns dos estudos voltados à iconografia e estilo da cerâmica marajoara, para explorar como tem sido estabelecida a relação entre os grafismos e a cosmopolítica dessas sociedades.

Biografia do Autor

Daiana Travassos Alves, Universidade Federal do Pará, Belém, Pará, Brasil, daianatalves@ufpa.br

Professora Adjunta do Programa de pós-graduação em Antropologia. Interesses de Pesquisa: seus interesses de pesquisa focam nas formações de antrossolos (terras pretas e sambaquis) como legados indígenas na Amazônia, usos da terra pré-colombianos, e as práticas alimentares na Amazônia antiga, desde uma abordagem paleoetnobotânica, bem como a cultura material associada. Lidera o Tapera - grupo de pesquisa em Arqueologia Amazônica e seus projetos atuais abrangem Ilha de Marajó, FLONA de Caxiuanã, Zona do Salgado, Alto Rio Negro e Baixo Tapajós.

Erêndira Oliveira, Museu Paraense Emílio Goeldi, Pará, Belém, Brasil, erendira.oliveira@gmail.com

Professora do Programa de pós-graduação em Diversidade Social. Interesses de Pesquisa:  estão relacionados às artes, tecnologias e ontologias ameríndias, relações entre sociedades humanas e biodiversidade, gestão e salvaguarda do patrimônio cultural material e imaterial. Atualmente integra projetos de pesquisa no Marajó, FLONA de Caxiuanã e Monte Alegre no Pará, e Tefé, no Amazonas.

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Publicado

2025-09-30

Como Citar

ALVES, Daiana Travassos; OLIVEIRA, Erêndira. Grafismo e cosmologia na cerâmica Marajoara. Hawò, Goiânia, v. 5, 2025. DOI: 10.5216/hawo.v5.81134. Disponível em: https://revistas.ufg.br/hawo/article/view/81134. Acesso em: 5 dez. 2025.

Edição

v. 5 (2024): Antropologia e seus campos

Seção

Dossiê Arqueologias Marajoara

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